Fernando Diniz entendeu. Está isolado, sozinho. Perder seus escudos
Rubens Chiri/Sâo PauloSão Paulo, Brasil
Chega a ser até uma questão de sobrevivência.
O executivo Raí, o superintendente de relações institucionais, Diego Lugano e o gerente Alexandre Pássaro fizeram o possível para manter Fernando Diniz.
Toleraram a sexta colocação no Brasileiro de 2019.
A vexatória eliminação do Paulista, diante do Mirassol, que havia dispensado 18 jogadores, por conta da pandemia.
A queda precoce na Libertadores, faltando ainda uma rodada para terminar a fase de grupos. LDU e River Plate estão classificados.
Agora, o time despenca no Brasileiro.
É o sexto colocado.
Sem padrão, com jogadores inseguros, com o privilégio escancarado a Daniel Alves, um dos melhores laterais do mundo, jogando, porque quer, como um comum segundo volante.
Chegou ao limite.
Em caso de derrota amanhã, para o Atlético Goianiense, Raí e Pássaro não têm mais força para segurarem seus bem remunerados empregos e também defender Diniz.
O inseguro presidente Leco recebe pressão para a demissão do treinador de todos os lados. Patrocinadores descontentes, candidatos à sua sucessão, conselheiros fundamentais do seu grupo político, ex-presidentes, torcidas organizadas.
Está nítido que Diniz não tem mais repertório para conseguir arrancar nada de novo do seu elenco.
O treinador se reuniu ontem com Raí, conversaram, ele entendeu que precisa ganhar os próximos jogos. Melhorar a classificação no Brasileiro e garantir a vaga na Sul-Americana, vencendo o fraquíssimo Binacional, na última partida pela Libertadores de 2020, no Morumbi.
Não tem mais desculpas.
A ponto de empresários, de livre e espontânea vontade, se anteciparam. E querem garantir uma eventual comissão. E sondam treinadores que poderiam vir trabalhar no São Paulo nestes dois últimos meses de mandato de Leco. Apostando que convenceriam Julio Casares e Roberto Natel que deveriam ficar em 2021.
Diego Aguirre é o nome de consenso nesse caos. O treinador uruguaio que foi dispensado na reta final do Brasileiro de 2018, pelo próprio Leco. Ele comanda o Al-Rayyan, no Catar.
Juan e Marcel Figer foram quem trouxeram Aguirre ao São Paulo. E deram a notícia de sua dispensa. O treinador saiu magoado com a situação. Ele só voltaria se tivesse a certeza que ficaria em 2021. Isso, Leco não pode dar.
O inseguro Leco contratou, deu força e, depois, despachou o uruguaio Aguirre
Reprodução/TwitterCasares e Natel querem Rogério Ceni no próximo ano. Com a indefinição de que, o Brasileiro só terminará no dia 24 de fevereiro. A dúvida é se ele abandonaria o Fortaleza em plena reta final do Campeonato Nacional.
Para piorar a situação de Diniz, há Vagner Mancini.
Ele foi tremendamente injustiçado no São Paulo.
O clube dava mostras no ano passado, de reação, quando ele estava no comando da equipe.
Mas Raí ouviu Daniel Alves que pedia o treinador mais 'moderno' do Brasil.
Fernando Diniz.
A insistência não era por acaso.
Ele sabia, que ao contrário de Cuca, Diniz o efetivaria no meio de campo. Esqueceria que é um dos melhores laterais do mundo. E o deixaria atuar como queria, como segundo volante, se poupando fisicamente durante os jogos. Lateral, só na Seleção Brasileira, no São Paulo, não.
Mancini ficou muito magoado.
E não quis voltar a ser coordenador.
Preferiu ir embora.
E agora voltará ao Morumbi.
Para reencontrar Raí, Daniel Alves e Diniz.
A sede de vingança é enorme.
Ele nem voltou com o elenco do Atlético Goianiense para Goiás.
Preferiu vir para São Paulo após a partida contra o Fortaleza.
Se existe uma jogo que ele quer ganhar neste Brasileiro é o de amanhã.
Mancini estava bem como técnico. Foi dispensado por Raí. Daniel Alves queria Diniz
Reprodução/TwitterDiniz sabe bem disso.
Assim como tem consciência.
Está por sua conta e risco.
Acabou o escudo de Raí e Alexandre Pássaro.
Ou vence o jogo.
Ou as chances são imensas de demissão...