Robinho, condenado a nove anos na Itália, por estupro. A acusação é pesada demais
Atlético Mineiro"O atacante brasileiro Robinho, de 33 anos, foi condenado pela nona seção da corte de Milão a nove anos de prisão pelo estupro coletivo de uma jovem albanesa cometido no dia 22 de janeiro de 2013 em uma casa noturna de Milão.
"Na época, ele jogava pelo Milan, na terceira de suas quatro temporadas no time. De acordo com a sentença, o abuso sexual foi cometido junto com outros cinco brasileiros. Esta não foi a primeira acusação de estupro contra o atacante.
"A decisão do tribunal afirma que os acusados "abusaram das condições de inferioridade psíquica e física da vítima, que havia tomado substâncias alcoólicas, com o agravante de terem-lhe dado bebida até que ficasse inconsciente e incapaz de resistir". De acordo com o jornal italiano La Stampa, o grupo levou a garota ao vestiário do Sio Café em Milão, onde "múltiplas relações sexuais" foram consumadas."
"Não é a primeira vez que uma suspeita de violência sexual ronda o atacante. No início de 2009, quando jogava pelo Manchester City, ele já havia sido acusado de estupro por uma mulher que conhecera em uma casa noturna de Leeds. Chegou a viajar para o Brasil sem a autorização do clube, por medo de ser detido pelas autoridades europeias. Ao retornar à Inglaterra, teve de se apresentar à delegacia de West Yorkshire, onde pagou fiança e foi liberado. O processo acabou arquivado três meses depois"
Estes são parágrafos da matéria que o correspondente em Roma, do prestigiado jornal El País, publicou no dia 23 de novembro.
Na madrugada do dia 5 de dezembro, duas faixas enormes foram colocadas na sede do Atlético Mineiro, em Belo Horizonte.
“Um condenado por estupro jogando no Galo é uma violência contra todas as mulheres”
“Galo, seu silêncio é violento! Não aceitaremos estupradores!”
O protesto foi feito por um grupo que se assumia como as 'feministas do Galo'.
Jornais europeus reproduziram a condenação de Robinho
ReproduçãoA direção do Atlético Mineiro não disse uma palavra sobre o caso. Disse que o problema era pessoal de Robinho e não se manifestaria. Não embarcou publicamente na questão. Mas a pressão sobre os dirigentes foi enorme pela saída do jogador.
Que atitude tomaram os dirigentes? Robinho recebia R$ 800 mil e seu contrato vencia no final do ano. A oferta que o atacante recebeu foi indecente. A metade do que recebia, R$ 400 mil. Estava claro que o clube mineiro não o queria mais. Foi o que aconteceu.
Na página de Robinho no Facebook, a equipe do jogador diz que ele “já se defendeu das acusações, afirmando não ter qualquer participação no episódio”. “Todas as providências legais já estão sendo tomadas acerca desta decisão em primeira instância”, afirma a nota.
Em 2014, Robinho chegou a divulgar um vídeo chamando a acusação de “triste” e ameaçou processar a imprensa por publicar informações “mentirosas”.
Robinho ainda tem duas instâncias na Itália para se defender. Mas na primeira foi condenado. A nove anos. Isso não é invenção, mentira do El País, do Washington Post, do The Guardian, de ninguém.
Quem o acusou e já o condenou na primeira instância foi a justiça italiana. Nenhum jornalista inventou a situação.
Como é normal na carreira de atacante, sempre quando ele enfrentou problemas, o Santos acabou sendo seu refúgio natural. Por ter surgido para o futebol na Vila Belmiro.
Só que o novo presidente José Carlos Peres está pressionado. Conselheiros alertam que o time está classificado para a Libertadores, terá de fazer viagens internacionais. Robinho já seria contratado a peso de ouro.
Está condenado na primeira instância. Ainda há espaço para recurso. A justiça italiana é lenta. Levou quatro anos para decidir pela condenação de nove anos.
Mas Peres está encurralado. Queria ter na volta de Robinho, o ídolo para este começo de mandato. Só que ele teme que o processo contra o jogador ganhe velocidade e ele seja condenado na última instância. E a Itália peça a prisão do jogador. O Brasil não extradita seus cidadãos. Mas a justiça italiana pedir sua prisão à Interpol, Robinho não poderia sair do país. Ou seja, não atuaria nas partidas que o Santos jogaria fora na Libertadores. Porque há vários países sul-americanos com acordo de extradição com a Itália.
Peres quer que Robinho assine uma 'cláusula de barreira', termo jurídico que romperia imediatamente a ligação do clube com o jogador. Sem a necessidade de pagamento. Isso valeria caso o jogador fosse condenado na última instância.
Mesmo com essa saída jurídica, Peres está muito pressionado por conselheiros para que não acerte o retorno do atacante. Há a certeza que entidades femininas de São Paulo atormentarão o clube.
Além disso, o jogador é caríssimo. O Santos vive problemas financeiros. E não poderia bancar R$ 800 mil ao atacante. Robinho fará 34 anos daqui 16 dias. Pela acusação de estupro e idade avançada será impossível encontrar patrocinadores dispostos a rachar o pagamento do atleta.
A situação de Robinho é mais do que complicada.
Outros países onde poderia atuar, como China, Estados Unidos, Emirados Árabes, o deixariam exposto para a extradição, caso seja condenado definitivamente na Itália.
Desta vez, o Santos não está com as portas abertas.
Para Leco, Robinho ainda não foi condenado definitivamente. E pode jogar
DivulgacãoPara jogar pela quarta vez no clube, terá de ceder.
Receber muito menos do que acredita valer.
Torcer para não ser condenado.
E que feministas não decidam protestar.
Transformar em tormento cada partida do time.
A acusação é pesada demais.
Não foi assédio, suposto crime.
A justiça italiana o condenou por estupro.
Palavra que desnorteia José Carlos Peres.
Para o presidente do São Paulo, Leco, a situação é simples.
Enquanto não houver a condenação definitiva, ele pode jogar.
Há ainda duas instâncias.
Os julgamentos podem levar anos.
Mas o clube do Morumbi também quer proteção legal.
E pagar muito menos do que os R$ 800 mil que ele recebia.
O São Paulo se mostra mais disposto a contratar Robinho.
Bem mais do que o Santos.
Apesar da condenação de nove anos por estupro...
A situação de Robinho ficou insustentável em Belo Horizonte
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