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Brasil tem de investigar a grave delação de Hawilla a Andrés

Wanderley Nogueira revela a delação de Hawilla. Nela, acusações comprometedoras para o presidente do Corinthians

Cosme Rímoli|Cosme Rímoli

Uma situação gravíssima. 

Envolvendo três personagens conhecidos do futebol brasileiro.

É preciso contextualizar, para o melhor entendimento.

Wanderley Nogueira, repórter da rádio Jovem Pan, de São Paulo, desde 1977, estava avisando nos programas da emissora que teria acesso ao depoimento de Jota Hawilla, empresário ex-dono da Traffic, e o principal delator no processo que implodiu a cúpula da Fifa.

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Para escapar da prisão, ele fez um acordo com o FBI e com o Departamento de Justiça Norte-Americana. 

Relataria todo o esquema corrupto que sabia. Desde a Fifa, passando pela Conmebol, chegando à CBF. O ex-governador biônico de São Paulo e ex-presidente da CBF, José Maria Marin, está preso graças às provas e à delação apresentadas por Hawilla.

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Wanderley Nogueira falou na Jovem Pan que o presidente do Corinthians e deputado federal pelo PT, Andrés Sanchez, também estava sendo acusado por Hawilla, no depoimento dado à Justiça Norte-Americana. Andrés garantiu que não estaria.

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Pois ontem, Nogueira publicou no seu blog partes da delação de Hawilla. E nas quais citava Andrés.

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“Durante a Copa do Mundo de 2010, o Sr. Ricardo Teixeira começa uma relação de divisão com o chefe da seleção Sr. Andrés Sanches e este muito ambicioso, se dispos a ajudar a mim e ao Sr. Ricardo Teixeira, desde ao pagamento de clubes , entidades e até mesmo empresarios de jogadores, para que o dinheiro não aparecesse inclusive através do Sr. Ricardo Teixeira, o mesmo passou a ter uma função de muita atuação em prol da CBF(Ricardo Teixeira) .

"A relação do senhor Andrés Sanches com o Sr. Ricardo Teixeira, se tornaram um elo muito forte, aonde o mesmo estava encarregado de fazer propinas chegarem até os clubes e federações e tambem com as Tvs. O senhor J.Hawilla declara que um presente foi oferecido ao Sr. Andrés Sanches, depois de muita colaboração ao Sr. Ricardo Teixeira, foi lhe oferecido cargo de presidente de seleções de futebol da CBF, em janeiro de 2012.

"A aproximação ficou ainda maior, porem no que diria respeito do pagamento de propinas mas começou a ficar insustentável pois o Sr. Sanchez cada vez mais pedia e exigia.

"Os valores nas negociatas eram cada vez mais abusivos, deixando irritados os dirigentes de outros continentes, patrocinadores do Brasil, presidentes de federações internacionais e outros.

"O Sr. J.Hawilla diz que o Sr.Sanches evitava aparecer, mas os mais próximos de Teixeira sabiam que ele estava por trás,inclusive que a parte dele e dos clubes do Brasil, vindo pelas empresas de material esportivo. Ele pedia para ser entregue em um apartamento na Rua Apinages, bairo Sumaré, São Paulo, Brazil.

"Por vários desentendimentos em Novembro/2017 em reunião, com desaprovação do Sr.Sanches eles decidem terminar o ciclo.

O Sr. Sanches jamais aceitou esta intervenção do Sr. Del Nero, que considerava um perigo e uma bomba para o esquema.

Informou nesta corte que no estado da Flórida, foi o sr. Sanchez presenteado com uma casa, no sentido de ficar calado, porém não sei de maiores detalhes sobre esta casa."

De acordo com Wanderley Nogueira, essa é a tradução do Lote VI , registro livro 5, investigação FIFA, páginas 167 até 184.

Andrés Sanchez respondeu por meio de sua assessoria. Onde segue levantando dúvidas sobre a existência ou não do depoimento de Hawilla contra ele.

"Carta aberta aos Corinthianos e a quem mais se interessar pela verdade

Vivemos tempos difíceis, onde valores são atropelados e há uma nítida subversão da conformação cidadã dos povos. Assim, alguém que tem a própria situação complicada perante a justiça, começa a disparar afirmações falsas, alimentando calúnias e, de consequência, já se forma um juízo de valor negativo em torno do cidadão apontado.

O mentiroso, no caso, é J. Hawilla (se, efetivamente ele disse o que está noticiado no blog do repórter Wanderley Nogueira), o caluniado sou Eu, Andrés Navarro Sanchez.

Em primeiro lugar, nunca tive um encontro privado com J. Hawilla. Estive com ele, quando muito, umas quatro vezes, todas em ocasiões públicas, onde não trocamos nenhum assunto em particular (até porque nunca tivemos qualquer negócio) e, neste ponto, tudo o que falamos poderia ser repetido em alto e bom tom, em qualquer ambiente público; de igrejas, aos salões nobres dos Tribunais de Justiça.

Em segundo lugar, jamais mantive qualquer relação comercial com o cidadão Ricardo Teixeira; tivemos apenas trato institucional, onde ele era Presidente da CBF e eu Diretor de Seleções (cargo que abandonei em situação pública, dizente com minha insatisfação diante da substituição equivocada do comando técnico da Seleção, à época, sem que me fosse consultado).

Ademais, ter sido Diretor de Seleções jamais me qualificou para qualquer outra participação em nome da CBF, o que me deixa muito à vontade para afirmar que nunca participei de qualquer reunião de caráter comercial e/ou para atender eventual interesse que não fosse da própria Confederação (CBF), durante o mandato de Ricardo Teixeira – ou em qualquer outra época, durante o mandato de quem quer que fosse.

Em terceiro lugar, nunca morei, comprei ou ganhei qualquer propriedade nos Estados Unidos da América.

Em quarto lugar, jamais mantive qualquer qualidade de relação com qualquer dirigente de futebol (ontem, hoje e sempre, ouso cravar!), que não fosse estritamente dentro de nossas atuações junto aos clubes de futebol do Brasil. Neste ponto, desafio quem quer que seja a demonstrar o contrário.

Por derradeiro, o Sr. J. Hawilla teria dito que eu comecei a querer mais e mais propina, deixando, porém, de esclarecer (mínima e racionalmente) a qual título seriam estas aleivosas pagas?

No ponto, não há que se tergiversar: Eu, Andrés Navarro Sanches, jamais, em qualquer tempo e a qualquer título, pedi, recebi, ou tive qualquer oferta de dinheiro, bens, mimos, agrados ou seja lá o que se recebe, pede, ou se oferta, em situações que não sejam republicanas. Nunca recebi o que não me fosse por direito!

É mentirosa, portanto e também, esta asseveração (se é que ela foi praticada, insisto) e contra ela insurgirei de todas as formas, inclusive na própria Corte Americana.

Tampouco estive no endereço mencionado no bairro do Sumaré, onde não tive ou tenho residência, nem casa de qualquer amigo ou conhecido.

Encerrando, insisto: são mentirosas, as falas do Senhor J. Hawilla no que se referem a minha pessoa – se é que ele as fez!!

Andrés Sanches"

Hawilla e Teixeira eram grandes amigos
Hawilla e Teixeira eram grandes amigos Hawilla e Teixeira eram grandes amigos

Wanderley garante que terá acesso a mais detalhes da delação de Jota Hawilla.

A situação é constrangedora.

Passou da hora de o Brasil deixar sua letargia.

E investigar os dirigentes do futebol deste país.

Para até provar inocência, se for o caso, dos acusados.

O que segue insuportável é o silêncio da justiça brasileira.

Diante de acusações tão sérias..

As acusações de Hawilla incriminariam Teixeira e Andrés
As acusações de Hawilla incriminariam Teixeira e Andrés As acusações de Hawilla incriminariam Teixeira e Andrés

(Às 20h30, do domingo, outra nota de esclarecimento. As reportagens publicadas no blogdojuca e pelo jornalista Wanderley Nogueira, as quais afirmaram que José Hawilla quando prestou depoimento perante às autoridades americanas teria incriminado o Sr. Andrés Sanches são falsas. José Hawilla jamais fez qualquer afirmação nesse sentido. Registra-se, ainda, que as providências judiciais cabíveis serão tomadas em face dessas matérias inverídicas. José Luis Oliveira Lima Advogado.

Segundo Juca Kfouri, Wanderley Nogueira seguirá confirmando tudo.)

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