Borja foi uma compra 'de impulso'. Palmeiras gastou mais de R$ 70 milhões com atacante
Cesar Greco/PalmeirasSão Paulo, Brasil
Foram cinco anos de desilusão.
E prejuízo.
Mas até que enfim, Borja, a maior contratação da história do Palmeiras, foi sinônimo de alegria.
Teve 100% dos seus direitos vendidos.
Depois de pressionar a direção do River Plate, ameaçando até acionar a Fifa para travar a contratação do atacante colombiano, a presidente Leila Pereira teve a confirmação.
O clube argentino vai comprar o atacante e dar a metade do dinheiro ao clube paulista.
A negociação é considerada como uma grande vitória por Leila Pereira.
Por um motivo muito simples, até o início do mês, o River Plate havia acertado a compra de 50% do atacante do Junior Barranquilla, por 3,5 milhões de dólares, cerca de R$ 18 milhões. E não queria dar um centavo ao Palmeiras, dono dos outros 50% do jogador.
Leila Pereira ficou possessa ao saber da negociação.
Até por motivo pessoal.
Quando ainda não era presidente do clube, apenas patrocinadora, foi Leila quem autorizou o gasto absurdo na contratação do colombiano. Veio da Crefisa o empréstimo para a compra do atacante do Atlético Nacional. Leila foi convencida pelo executivo Alexandre Mattos, que via a possibilidade de muito lucro com o jogador, o repassando para um gigante europeu.
Só que Borja foi um fiasco no Palmeiras.
Jogador problemático. Tímido, irritadiço e sem fundamentos básicos, de acordo com os técnicos que o comandaram. Como Eduardo Baptista, Cuca, Mano Menezes e Felipão. Abel Ferreira até que tentou, mas logo desistiu do jogador.
Borja foi emprestado para o Grêmio. Por R$ 5 milhões. Também fracassou
GrêmioQuando soube do que o River Plate havia combinado com o Junior Barranquila, Leila tratou de pressionar o executivo Anderson Barros. Ele entrou em contato com a direção do River Plate e do Junior Barranquilla.
Além de o Palmeiras ameaçar romper relações com os dois clubes, ameaçou procurar a Fifa para travar a negociação. Já que possuía 50% dos direitos de Borja.
Foram semanas difíceis, que o Palmeiras manteve firme sua postura.
Leila Pereira não admitiria que o clube brasileiro fosse 'passado para trás'.
Por Marcelo Gallardo acreditar no potencial do jogador, a direção do River Plate decidiu apostar alto. Negociou com o Junior Barranquilla e o Palmeiras. Houve a redução em 500 mil dólares, cerca de R$ 2,6 milhões. E o atacante de 1,83 m foi comprado por 6,5 milhões de dólares, cerca de R$ 34 milhões.
Gallardo havia declarado que ou Borja ou Luiz Suárez. Um dos dois seria contratado. A negociação entre River Plate e o uruguaio não está tão simples. A com o colombiano foi fechada na noite de ontem.
O Palmeiras gastou cerca de R$ 70 milhões com Borja.
Recuperou R$ 5 milhões, o emprestando para o Grêmio. E depois, mais R$ 20 milhões, vendendo metade dos seus direitos ao Junior Barranquilla. E agora, mais 17 milhões, à fórceps, do River Plate.
Ou seja, R$ 42 milhões.
Ficou no prejuízo de R$ 28 milhões.
Mas Leila deixou claro a companheiros de diretoria.
Leila usou dinheiro da Crefisa como empréstimo para o Palmeiras, por Borja. Enorme decepção
Reprodução/InstagramAprendeu.
Nunca mais investirá em jogadores que fazem sucesso de maneira esporádica.
Borja havia tido passagens insignificantes no Livorno na Itália, e em outros quatro clubes colombianos, antes de 'explodir' na Libertadores de 2017, pelo Atlético Nacional. Com atuações marcantes, principalmente, contra o São Paulo, na semifinal.
A compra 'por impulso' foi a mais cara da história do Palmeiras.
Mas Leila conseguiu recuperar o que pôde do 'desperdício'...
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