Cano marcou para o Vasco. Depois, o time de Fernando Diniz, afobado, só empatou
VascoSão Paulo, Brasil
O São Paulo perdeu uma chance preciosa.
Bastasse vencer o limitado Vasco, em pleno Morumbi, para chegar a uma posição privilegiada.
Chegar nos mesmos 39 pontos do líder do Brasileiro, Atlético Mineiro.
Mas com três partidas a menos.
E chegar a sétima vitória consecutiva.
Só que o mesmo time que eliminou o Flamengo da Copa do Brasil foi afobado, nervoso, sem convicção nas finalizações.
Correu errado, se cansou.
Não buscou jogadas de linha de fundo.
Afunilou o jogo, levou a bola para o meio, facilitando para o Vasco, que lutava para sair da zona do rebaixamento.
E mesmo tendo 68% de posse de bola, o time acabou travado pela fortíssima marcação articulada pelo português Ricardo Sá Pinto.
O Vasco atuou no 3-5-2.
Fechou a intermediária.
Forçou o São Paulo a tocar a bola longe da sua área.
E não se esforçou muito segurar o 1 a 1 e sair da zona do rebaixamento.
Prejuízo total para o time de Fernando Diniz, que parou nos 37 pontos.
Dois pontos fundamentais desperdiçados.
Em casa.
Péssimo para o clube que sonha com o título, para acabar com oito anos de jejum, sem conquistas.
Vale destacar as fracas atuações de Daniel Alves e Reinaldo. Os dois se esforçaram muito contra o Flamengo e não conseguiram mostrar a mesma força física hoje.
Foram facilmente anulados.
O Vasco, inclusive, no primeiro tempo, conseguiu ótimos contragolpes.
Explorando as costas da defesa paulista, toda adiantada, como previu o técnico vascaíno.
Coube a Torres, aos 18 minutos de jogo, fazer um ótimo lançamento para Cano, que aproveitou bobeada de Bruno Alves, que demorou para forçar o impedimento.
O argentino se aproveitou muito bem e, na saída de Volpi, chutou forte, cruzado.
1 a 0, Vasco.
O São Paulo não esperava o Vasco tão aplicado.
Diniz adiantou ainda mais seu time.
No planejamento do clube, a vitória era fundamental. Até para seguir com a confiança que eliminar o Flamengo na Copa do Brasil trouxe ao Morumbi.
Só que faltava consciência ao time.
Daniel Alves, 37 anos, cansado, e muito bem marcado. Acabou anulado
Rubens Chiri/São PauloDaniel Alves se mostrava lento, errando passes, chegando atrasado nas divididas. E irritado. Cansado. Seus 37 anos cobravam o esforço na quarta-feira, contra o Flamengo.
Assim como Reinaldo. Aos 31 anos, ele é o maior desafogo do time de Diniz. Tem sido assim toda a temporada. Não é para menos que, em alguns jogos, não consiga render o que se espera.
Como aconteceu hoje.
O São Paulo só conseguiu empatar graças a uma falha individual.
Jadson demorou para tirar a bola da área vascaína.
Quando tentou, errou, a bola foi parar nos pés de Luciano, que estufou as redes.
1 a 1, aos 33 minutos.
O São Paulo teve mais uma hora para virar o placar. Conseguir a vitória que era obrigatória.
Gabriel Sara muita correria. Pouquíssima produtividade. Foi travado pelo Vasco
Miguel Schincariol/São PauloSó que seguiu esbarrando na aplicação fora do comum dos vascaínos.
Sem espaço para tocar a bola ou explorar contragolpes, o São Paulo sofreu.
Não tem um jogador com o drible como talento.
Gabriel Sara e Igor Gomes não tinham como servir Luciano e Brenner, desesperados, na frente.
Luciano voltava até a intermediária do São Paulo para buscar a bola, tamanha a sua aflição.
Um desperdício absurdo foi Diniz perder 45 minutos com Juanfran. Lateral espanhol que, no seu auge físico, jamais apoiou. Não seria agora, que aos 35 anos, conseguiria ajudar a romper um forte esquema defensivo.
Tchê Tchê entrou no segundo tempo na vaga de Juanfran. E Vitor Bueno na de Luan. E o São Paulo partiu de vez, tentado a vitória.
Mas o Vasco foi valente.
E a bem da verdade, Lucão só fez uma grande defesa.
No primeiro minuto, Brenner aproveitou raríssimo descuido da zaga vascaína. E cara a cara com Lucão, tentou deslocar o goleiro. Mas ele, com muito reflexo, salvou com o pé esquerdo.
E foi só.
São Paulo foi uma grande decepção no Morumbi. Perdeu o embalo contra o Vasco
Miguel Schincariol/São PauloNo mais, só muita afobação, tensão, falta de concentração do São Paulo.
E firmeza vascaína em segurar o 1 a 1.
Dois pontos preciosos desperdiçados pelo time de Diniz.
Não há comparação entre os dois elencos.
Ricardo Sá Pinto fez toda a diferença...