Após a carta de renúncia do vice-presidente Mano Dal Piva, Gilson Sbeghe, presidente da Chapecoense, se sentiu no direito de vir a público dar maiores explicações, ainda mais após o ex-dirigente revelar uma possível interferência externa e política no comando do clube.
"Não há interferência política na decisão do clube. Todas as decisões são tomadas em conjunto pela diretoria. Não sei de que fato ele (Mano Dal Piva) esteja falando, talvez seja algo interno", disse Sbeghe em entrevista coletiva.
Mano Dal Piva também afirmou que entregou o cargo após pedido do próprio presidente. Sócio da Chapecoense desde 2009, Mano Dal Piva chegou a disputar a presidência em 2018, mas acabou derrotado. Com a renúncia de Plínio Arlindo de Nês Filho, ele foi convidado pelo substituto Paulo Magro a integrar a diretoria. Após a morte de Magro, vítima de covid-19, porém, Piva não conseguiu se entender com o novo presidente Gilson Sbeghen.
"Começamos as tratativas com o Mano a partir de ontem (terça-feira). A primeira sugestão é que ele fosse apenas afastado, e hoje (quarta) ele apresentou a carta de renúncia. Agradecemos o trabalho dele. É uma grande pessoa, mas estava sofrendo muita pressão e foi com base nisso que sugeri a ele o afastamento. Eu apenas fiz uma sugestão pensando na pessoa do Mano. Achava melhor ele se afastar pensando na saúde e na integridade. Ele repensou e achou melhor renunciar", explicou o presidente.
Atualmente, a Chapecoense passa por uma verdadeira crise em campo. Sem vencer, o time do técnico Pintado amarga a lanterna com apenas quatro pontos em 15 jogos, estando a 11 do primeiro adversário fora da zona de rebaixamento.
"Não estamos aqui numa caça às bruxas para encontrar culpados pelo nosso insucesso. Ainda acreditamos que é possível lutar até o fim pela permanência. Quando não está bem parece que tudo está errado. A responsabilidade é de todos, esse é o espírito da Chapecoense. O momento é avaliação, reunir, agregar e somar, não é de dividir. Ajustes irão ocorrer se assim considerarmos que são necessários", finalizou Gilson Sbeghen.
Momentos depois da explicação do presidente, porém, a Chapecoense divulgou nova nota oficial a receita de mais uma saída. Desta vez, foi o coordenador técnico André Martins, que estava no cargo desde março de 2020. Antes de chegar ao clube catarinense, André Martins acumulou passagem por Athletico-PR e Lille, da França.