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Campeões olímpicos querem fim da marginalização do skate no Japão

País teve três medalhistas olímpicos no street mesmo com proibição de praticar esporte fora de espaços destinados

Olimpíadas|André Avelar, do R7, em Tóquio, no Japão

Momiji Noshiya celebrou legado olímpico do Ariake Urban Sports Park depois de Tóquio 2020
Momiji Noshiya celebrou legado olímpico do Ariake Urban Sports Park depois de Tóquio 2020 Momiji Noshiya celebrou legado olímpico do Ariake Urban Sports Park depois de Tóquio 2020

Do lado de dentro do Ariake Urban Sports Park, duas pistas de altíssimo nível técnico, construídas especialmente para Tóquio 2020. Do lado de fora, placas proibindo a prática do skate. Depois das três medalhas conquistadas no street, sendo duas de ouro e uma de bronze, os atletas japoneses sonham com o fim da marginalização do esporte.

O olhar do skatista, principalmente os da disciplina street, que andam em pistas que imitam o mobiliário urbano, enxergam em qualquer corrimão um obstáculo para deslizar a prancha sobre os degraus da escada. Bonito de ser ver, mas que pouco agrada uma cultura ainda muito fechada e respeitosa.

Pular obstáculos para chegar na calçada é quase sinônimo de depredação de uma cidade que sequer tem lixeiras espalhadas pelas ruas extremamente limpas. Educadamente, todos carregam o seu lixo para as suas casas e lá descartam. É cultural. O barulho das rodinhas, então, esse é inimigo mortal para um povo que é acostumado a falar baixo nos lugares públicos.

Exatamente por isso, a prática do skate em Tóquio é mais reservada aos parques. Diferentemente de grande parte do Brasil, por exemplo, onde aí há falta de lugares para a diversão, a capital japonesa tem seus lugares específicos. O próprio campeão Yuto Horigome, que derrotou Kelvin Hoefler na final, conheço o esporte em um desses locais. No Matsugawa Park, inclusive, o capacete, um dos adereços dispensados pelos atletas olímpicos, é obrigatório.

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“A cena do skate agora será levada para várias pessoas. Gostaria de dizer o quão divertido é o skate e quão profunda é a sua cultura”, disse Yuto, de 22 anos, com a medalha de ouro no peito.

Yuto Horigome pretende mostrar a cultura do skate para que mais japoneses pratiquem esporte
Yuto Horigome pretende mostrar a cultura do skate para que mais japoneses pratiquem esporte Yuto Horigome pretende mostrar a cultura do skate para que mais japoneses pratiquem esporte

Um tanto mais discreta, algo que também é típico dos jovens japoneses, muitos receosos em emitir uma opinião aos mais velhos, a campeã olímpica Momiji Noshiya, que bateu Rayssa Leal, disse que os japoneses são muito bons no skate e podem conquistar ainda mais medalhas.

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“Esperamos ver muitos outros parques para andar de skate no Japão. Gostaria de ter um bom treino e com mais frequência”, disse a atleta, de 13 anos.

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Em bom português, Rayssa já havia manifestado a sua opinião contra a marginalização, mas, sobretudo, contra o preconceito contra mulheres no skate. Para a menina de também 13 anos, a medalha ainda pode representar muita coisa no país.

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Depois das medalhas com Yuto, Momiji e também Funa Nakayama no street de Tóquio 2020, o Japão espera por mais medalhas agora na disciplina park, que imita uma piscina vazia, com as bordas arredondadas para as manobras. Misugu Okamoto e Sakura Yosozumi são as duas primeiras do ranking da competição que começa no dia 4.

O Ariake Urban Sports Park ficará de legado olímpico para a população japonesa. A estrutura das arquibancadas será desmontada, mas as pistas permanecerão para a prática do esporte e esperança de berço de novas medalhas. Nas ruas, a tendência é que placar contra o skate permaneçam.

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