A jornada de Omar Assar, quadrifinalista olímpico e mundial
Omar Assar, fera do tênis de mesa do Egito
Olimpíada Todo Dia|Do R7
Aos 33 anos, Omar Assar (18º do ranking) é um dos principais nomes do tênis de mesa da África, ao lado do nigeriano Quadri Aruna (21º do ranking).
No Mundial em Durban-2023, ele chegou às quartas de final. Mesmo resultado das duas últimas edições olímpicas, isto é, em Tóquio-2020 e Paris-2024.
Nomes como Assar, Aruna, Hugo Calderano e Adriana Diaz são importantes para a modalidade, na medida em que dão visibilidade em seus países a um esporte dominado pelas nações asiáticas, sobretudo a China.
Selecionei alguns trechos da entrevista que Omar Assar deu à WTT, na qual ele fala da sua mudança de vida nos últimos anos, com o casamento e a chegada dos filhos:
“Há cinco anos, minha vida era só o tênis de mesa”, Assar reflete. “Os treinos ou jogos decidiam como o meu dia seria; um bom dia, um dia ruim, um dia feliz ou um dia triste.”
A vida de Assar expandiu para muito além dos limites do ginásio de tênis de mesa. Casamento e paternidade remodelaram seu mundo, adicionando novas dimensões e profundidades à sua identidade de atleta.
“Minha vida mudou completamente desde que me casei e me tornei pai de dois filhos adoráveis,” diz Omar Assar. “Eles estão completando minha vida com muita alegria, felicidade e atividades das quais não imaginava participar.”
Transformação
A transformação de um atleta focado a um pai e marido fica evidente na maneira como Assar descreve sua rotina. Onde havia somente treino e competição, há agora idas à escola, brincadeiras e passeios em família. “Brinco com eles nos dias em que estou em casa, levo-os à escola ou às aulas esportivas e ao parque... Ou seja, durante boa parte do dia volto a ser criança. Acho isso muito divertido.”
A mudança de perspectiva trouxe um novo equilíbrio à vida de Omar Assar, algo que ele preza. Os altos e baixos de sua carreira atlética já não definem sua felicidade. “Agora posso ter tido um treino não muito bom, mas ainda tenho um dia maravilhoso com minha esposa e filhos em casa,” ele explica. “Acho que esta é a grande diferença na minha vida fora do tênis de mesa; está mais equilibrada.”
Novo papel
O novo papel de Omar Assar como homem de família melhorou sua abordagem ao esporte. Hoje ele tem uma outra perspectiva sobre a importância da preparação holística.
“A maior diferença entre agora e cinco anos atrás em relação aos meus treinos e jogos é que estou cuidando mais das coisas que influenciam o tênis de mesa indiretamente. Ou seja, como eu durmo, como eu me alimento e como eu treino fisicamente,” ele diz.
Esta atenção aos detalhes fez como que Omar Assar se cercasse de uma equipe de profissionais, cada um deles dedicado a otimizar um aspecto diferente de sua performance. “Quero mergulhar mais fundo que há cinco anos, isto é, investindo mais em habilidades físicas, investindo mais na minha dieta,” ele explica. “Então estou contratando ótimas pessoas para cuidarem de mim nessas áreas. Tenho um time muito profissional com que discuto qual é o melhor plano para ter a melhor performance no tênis de mesa.”
Ao refletir sobre sua jornada, Assar pensa que conselho daria para o seu eu mais jovem. “Acho que eu diria para acreditar mais nos meus sonhos, que eles podem acontecer. Além disso, teria mais cuidado com o meu treino, e mais cuidado com as decisões.”
Apesar da sabedoria que vem com a idade e a experiência, Assar é rápido em notar que tem poucos arrependimentos. “Tenho orgulho de 80% das minhas decisões e não me arrependo,” ele diz. “Mas eu teria treinado mais, de maneira mais séria e detalhada, mais profissional."
Objetivos
Olhando para o futuro, as ambições de Omar Assar continuam grandes. Seu maior objetivo?
“Adoraria encerrar minha carreira de atleta com uma medalha em um grande evento, isto é, como os Jogos Olímpicos, o Campeonato Mundial, Grand Smash ou Champions,” ele diz, com voz de determinada.
Este sonho não é apenas para sua glória pessoal. Para Assar, é uma forma de retribuir àqueles que o apoiaram durante sua jornada.
“Sonho com isso dia e noite. Às vezes sonho acordado,” ele confessa. “Acredito muito que isso vai acontecer algum dia. Minha família acredita em mim, meus amigos também acreditam em mim. Então eu gostaria de dar esta esperança a todos à minha volta. Que eu possa trazer uma medalha para o meu país e para eles.”
Em tempo: Omar Assar estará em ação no Grand Smash da China (26/09 a 06/10/24), assim como os brasileiros: Hugo Calderano, Bruna Takahashi, Vitor Ishiy, Eric Jouti e Guilherme Teodoro.