MUNIQUE, Alemanha (Reuters) - Um médico esportivo alemão sendo julgado por comandar uma rede internacional de doping para atletas admitiu nesta terça-feira ter ajudado atletas com doping sanguíneo por anos, mas disse que não teve lucro.
O réu, identificado na Alemanha apenas como Mark S., está sendo julgado por várias acusações por ter ajudado pelo menos 23 atletas de oito países a obter uma vantagem injusta ao longo de vários anos.
"Não tive lucro com o doping", afirmou ele em um comunicado lido por seus advogados no tribunal.
O réu também disse que nunca colocou em risco a saúde dos atletas, mas admitiu o doping sanguíneo.
“Para mim sempre foi importante não prejudicar a saúde dos atletas”.
O caso é resultado da "Operação Bloodletting", em que a polícia invadiu o Campeonato Mundial de Esqui Nórdico na Áustria em fevereiro de 2019 e prendeu atletas poucas horas antes do início de um evento. Mark S. foi preso na Alemanha.
Os promotores dizem que ele está por trás das transfusões de sangue para melhorar o desempenho, principalmente para esquiadores e ciclistas. Eles acreditam que o médico esteve envolvido na prática pelo menos desde o final de 2011.
Quatro outros suspeitos estão em julgamento, acusados de ajudá-lo na coleta e fornecimento de sangue.
Se condenado, o médico pode ser colocado atrás das grades por um período de um a dez anos. O julgamento deve continuar até pelo menos meados de dezembro.
(Reportagem de Karolos Grohmann)