Reforma do estatuto do Corinthians cria empecilho para SAFiel; entenda
Idealizadores falaram sobre projeto nesta terça-feira (28)
Lance|Do R7

Os idealizadores da SAFiel apresentaram nesta terça-feira (28), no Museu do Futebol, a proposta de transformar o Corinthians em uma SAF. O evento reuniu Carlos Teixeira, Maurício Chamati, Eduardo Salusse e Lucas Brasil, que detalharam o projeto e defenderam um modelo de gestão com participação direta dos torcedores na administração do clube.
A proposta de SAF prevê a divisão entre o clube e um novo CNPJ, que teria os torcedores como acionistas. O texto, porém, entra em conflito com o antetexto da reforma do estatuto do Corinthians, apresentado por Romeu Tuma Jr. na última segunda-feira (27), que determina que 51% do capital social de uma eventual SAF permaneça sob controle do clube.
Durante a apresentação, Carlos Teixeira apontou que o texto da reforma do estatuto pode dificultar a adesão de acionistas ao projeto. Segundo ele, a manutenção do controle do clube associativo pode gerar desconfiança no mercado.
“Na prática, se o clube associativo quiser deter a maioria das ações, manda um sinal para o mercado de que quer continuar no comando. E isso, na nossa visão, afasta e dificulta a entrada de capital, pelo menos o capital mais sério e institucional. Ele não quer riscos, né? Infelizmente, o clube associativo é o maior responsável pela situação ter chegado onde chegou. Dificilmente um investidor entraria nesse cenário, afinal de contas, não haveria uma mudança do eixo de controle da gestão”, explicou.
Eduardo Salusse, outro idealizador do projeto, também criticou o estatuto do Corinthians, mas relativizou as barreiras à SAFiel e ressaltou que a participação e o apoio dos torcedores podem ser determinantes para o avanço da proposta.
“O estatuto o Corinthians é antigo, ruim, contraditório e cheio de lacunas, dá margem a várias interpretações. Eu sou de uma geração em que vale mais o olho no olho do que o que está no estatuto. Se tiver vontade, pouco importa o estatuto. O Cruzeiro tinha uma restrição similar à do Corinthians e se alterou na mesma assembleia em que se aprovou a SAF”, concluiu.
