Pitopô é técnico do primeiro time amapaense a passar de fase na Copinha
Edu Garcia/R7 - 09.01.2018O São Paulo-AP veio à Copa São Paulo de 2018 para fazer história: foi a primeira equipe do Amapá a conseguir classificação à segunda fase da competição.
Com duas vitórias em três jogos, conseguiu a classificação antecipada à segunda fase, pela qual enfrentará a Portuguesa, no Canindé, ainda sem data definida.
O treinador do time, Ademir Nunes, conhecido como Pitopô, contou ao R7 sobre como se tornou técnico e falou do drama familiar vivido com sua esposa.
“Fui campeão de tudo no estado em competições de base e ainda joguei um ano como profissional. Fui a Fortaleza fazer alguns testes, e lá conheci uma mulher com quem me envolvi, e com ela tive meu filho, João Leonardo. ”, conta o técnico, que foi pai aos 21 anos. João vive em Fortaleza, com a mãe..
A paternidade mudou a vida de Ademir: “Meu pai disse que eu teria de estudar e trabalhar para sustentar meu filho, então fiz economia e trabalhei como guarda municipal. Até hoje sou funcionário público. Ainda estudei educação física, e, graças à minha formação, hoje eu sou técnico e coordenador físico da guarda [municipal].”
O técnico é responsável por passar exercícios físicos semanalmente aos guardas de Macapá, e garante que consegue conciliar a rotina. “Pela manhã, treino os guardas. À tarde, a garotada. Tudo funciona perfeitamente.”
São Paulo-AP passou de fase na Copinha e ainda visitou o CT do xará paulista
Edu Garcia/R7 - 09.01.2018Além de treinar o Tricolor de Macapá, Pitopô também comanda uma escolinha de futebol na capital amapaense, onde jogam garotos de quatro a 17 anos.
“E tudo isso aconteceu por conta do nascimento do meu filho”, relembra o treinador de 37 anos.
O drama de Pitopô e sua família
João Leonardo não seria o único filho do técnico da base do São Paulo-AP não fosse por conta de uma tragédia vivida em casa: uma doença contraída por sua esposa, Raquel Freitas, abalou a família.
“Infelizmente ela tem lúpus. Essa doença nos fez perder três filhos. Nunca passaram dos três meses de gestação”, lamenta Ademir.
A perda dos filhos - em 2011, 2012 e 2013 - não foi a única adversidade pela qual a família de Ademir passou. Em 2014, vítima de um AVC hemorrágico, sua esposa quase faleceu.
“Ela ficou à beira da morte, mas lutamos muito e deu tudo certo. Tivemos alguns meses difíceis, mas pude passar bastante tempo com ela e ela superou isso também”, diz Pitopô, que guarda esperanças de ter seu segundo filho, o primeiro com Raquel: “Ainda acreditamos que vamos conseguir. Será Efraim o nome, se for um menino.”
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