Independiente Del Valle dois, Flamengo dois, na Arena Desportiva Olímpico Atahualpa, em Quito, no Equador.
Apesar de ter tido a anulação duvidosa de um gol e de ter sofrido o empate final com um pênalti inexistente, o rubro-negro volta para o Brasil, pelas circunstâncias da partida, com um bom resultado para a partida de volta, na quarta-feira (26), no Maracanã.
Contundido num choque de canelas com o goleiro equatoriano Pinos, no lance do primeiro gol rubro-negro, Bruno Henrique foi substituído por Pedro. Após os exames, em um hospital de Quito, os médicos descartaram qualquer lesão no atacante. As dores foram pela força da pancada. "Tudo tranquilo no hospital", acalmou os torcedores o vice-presidente de futebol, Marcos Braz, por meio de sua conta no Twitter.
O time equatoriano foi melhor na maior parte da partida e perdeu mais oportunidades.
No primeiro tempo, o Flamengo só conseguiu mostrar seu volume habitual de jogo, com marcação cerrada e adiantada, pressionando a saída de bola, nos primeiros dez minutos de jogo.
A partir daí, o Independiente Del Valle, com muita coragem e extrema dedicação e rotatividade na marcação adiantada, passou a aplicar no rubro-negro o veneno com o qual o campeão da Libertadores costuma matar seus adversários.
E o gol equatoriano veio até cedo, aos 19 minutos, numa cobrança de falta de Murillo quase no bico esquerdo da área. Diego Alves chegou a tocar na bola. Pareceu falha, pois o chute não foi forte e poderia ter sido defendido.
O adversário do Flamengo mostrava que é um adversário forte, que sabe jogar bola. A equipe é uma combinação de veteranos técnicos e revelações das seleções de base equatorianas.
Jorge Jesus errou ao optar por Diego no lugar de Gabigol. Deveria ter colocado Pedro ou outro atacante. Na montagem escolhida, Bruno Henrique ficou dependente de bolas bem encaixadas nas costas da defesa, na velocidade.
Numa delas, aos 29 minutos, fez um belo gol, que, anulado, gerou muita polêmica. Estava à frente do zagueiro, mas, pela única imagem apresentada pela transmissão em streaming, parecia ter partido do campo de defesa. Mas o VAR comunicou ao árbitro o impedimento. E assim Del Valle e Flamengo foram para o vestiário com a merecida vantagem dos equatorianos.
O segundo tempo começou com Vitinho no lugar de Diego. O atacante entrou bem, ajudou o Flamengo a recuperar o volume de jogo, mas logo o ímpeto do time equatoriano voltou a fazer a diferença.
O Del Valle apertava o Flamengo nos contrataques. Perdeu três oportunidades até os 20 minutos do segundo tempo.
O rubro-negro fazia seu jogo de toque paciente mas, novamente bem marcado, não conseguia desenvolver a jogada até o campo de ataque.
O time equatoriano parecia muito próximo do segundo gol quando, numa arrancada sensacional, completamente ao seu estilo, Bruno Henrique superou o marcador e empatou a partida. O atacante brasileiro contundiu-se no lance do gol ao chocar-se com o goleiro equatoriano e foi substituído por Pedro.
Após o empate, o Flamengo viveu mais 20 minutos de domínio até virar a partida, aos 40, com um gol de Pedro, após bela jogada do refinado Everton Ribeiro pela direita do ataque.
Apesar da pressão dos equatorianos, que partiram para o tudo ou nada após a virada, as coisas pareciam caminhar para a vitória rubro-negra quando, aos 43 do segundo tempo, Murillo, do Del Valle, lançado na esquerda do ataque, invadiu a área e caiu após a aproximação de Rafinha. As imagens mostraram claramente que não houve penalidade, mas o uruguaio Leodán González marcou pênalti e o volante Pellerano empatou.
Iludiu-se o torcedor rubro-negro que achava que o Del Valle é um time medíocre. Trata-se de uma equipe técnica, que sabe jogar futebol, e que poderá dar muito trabalho na final, no Maracanã, no próximo dia 26 de fevereiro, se o Flamengo não tomar todas as precauções.
Os erros da arbitragem tiraram a vitória do Flamengo. Apesar disso, o time brasileiro não deve lamentar o resultado. Em vez disso, é preciso dar atenção ao contundido Bruno Henrique, que preocupa, e concentrar esforços e seriedade para superar um dos times mais técnicos da América Latina na partida de volta.