Juliano bateu recorde de invencibilidade que pertencia a Neneca no Guarani
Divulgação/Guarani
O dia 14 de abril de 2010 tinha tudo para ser traumático na carreira do goleiro Juliano. Então com 21 anos, ele foi encarregado de defender a meta do Guarani na partida contra o Santos, pela Copa do Brasil.
A tarefa não era fácil. O Santos tinha um time avassalador e contava com Neymar e Paulo Henrique Ganso no auge da forma. Juliano não conseguiu conter os meninos da Vila e tomou todos os gols do massacre que o Bugre de Campinas sofreu: 8 a 1.
Aquela partida não deixou sequelas, garante Juliano.
— Claro que eu fiquei chateado, mas sabia que eu ainda tinha uma longa carreira pela frente.
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E Juliano, com paciência, tocou a carreira.
Três anos depois, o goleiro ainda está no Guarani e soube esperar a sua oportunidade, que veio em um momento complicado para o clube. Ele virou titular após o rebaixamento para a Série A-2 do Campeonato Paulista e agarrou a missão de defender o clube na Série C do Brasileirão.
Sem dinheiro, o clube apostou em atletas desconhecidos e em um treinador de apenas 33 anos: Tarcísio Pugliese. E deu certo. O Bugre lidera o grupo B, com 19 pontos em 9 jogos.
E Juliano também vive seu momento de sucesso. O goleiro disputou todas as nove partidas integralmente e ainda não sofreu gols.
São 810 minutos sem ser vazado, recorde da história do clube. A marca anterior era do lendário Neneca, que ficou 777 minutos invicto na campanha do título brasileiro de 1978, maior conquista da história do Guarani.
Sem vingança
E o recorde de Juliano acontece justamente quando o seu maior algoz ainda está atordoado por levar os mesmos 8 gols que ele sofrera. Mas o goleiro bugrino não se diz vingado pela goleada do Barcelona sobre o Santos.
— Não posso ficar feliz. Além de o Santos ser um time brasileiro, o [goleiro] Aranha ainda é meu amigo.
Juliano diz que o ainda embrionário renascimento do Guarani não tem segredo. Ele diz que agora os jogadores estão recebendo os salários em dia.
— Assim a gente tem mais tranquilidade para pensar só nas competições.