Conseguir uma vaga na Libertadores sempre foi um desafio. Para os times que não alcançavam o título de Brasileirão, um lugar na competição continental servia como um raro prêmio de consolação. Entretanto, desde o ano passado a CBF herdou mais vagas para o torneio, o que permite que equipes com aproveitamento ruim no campeonato nacional cheguem à mais prestigiada das competições. Em 2017, pela primeira vez na história dos pontos corridos, o Brasil deve ser representado na Liberta por clubes que não conquistaram sequer metade dos pontos disputados.
A duas rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, Flamengo e Botafogo vão assegurando as vagas para a fase prévia da Libertadores 2018. Os cariocas têm 53 e 52 pontos, respectivamente, com aproveitamentos de 49,1% e 48,1%.
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Um retrospecto mediano no Brasileirão, ou seja, um aproveitamento de 50%, corresponde a 57 pontos. Nunca uma equipe chegou à Libertadores com menos de metade dos pontos conquistados. Para não ser o pioneiro, o Botafogo precisa vencer as duas partidas que tem pela frente, contra Palmeiras e Cruzeiro.
Ainda não é certeza que Fla e Bota levarão as vagas. Atlético Mineiro, Vasco e Bahia nutrem expectativas realistas de entrar no G-7 e roubar a posição de pelo menos um deles. Galo e Cruz-Maltino têm 50 pontos, enquanto o Tricolor soma 49.
Nunca foi tão fácil chegar à Libertadores. Prova disso é que até equipes que acabaram de se livrar do risco de rebaixamento têm condições matemáticas de beliscar um espaço. Isso se deve ao excesso de vagas dadas pelo Brasileirão, mas também ao bom desempenho de times do País nas competições internacionais.
Se o Flamengo, semifinalista da Sul-Americana, e o Grêmio, na final da Libertadores, conquistarem os títulos, mais duas vagas serão abertas no campeonato nacional, transformando o G-7 em um G-9. Nesse cenário, quase metade dos clubes da Série A disputaria a Libertadores em 2018.
Com a perspectiva de um aumento do grupo de classificados, times como Atlético Paranaense, Chapecoense e até São Paulo se dão ao direito de sonhar. O melhor desempenho que o Tricolor Paulista, hoje 13º colocado, pode alcançar é de 46,1% de aproveitamento, caso vença seus dois compromissos restantes - Coritiba e Bahia.
Se essa será a primeira edição em que clubes representarão o Brasil na Libertadores sem ter conseguido sequer “passar de ano” no torneio nacional, ainda não se sabe. Tampouco é possível afirmar se 2017 ficará lembrado como o ano que mais levou times para a disputa da Copa, apesar de este ser um prognóstico provável. O que se tem de certeza neste momento é que as duas rodadas finais do Brasileirão e as retas finais dos campeonatos internacionais responderão às perguntas.
*Pedro Rubens Santos, estagiário do R7
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