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Fla deve aproveitar ano mágico para fazer acordo com todos do incêndio

Clube se acertou com famílias de quatro dos dez mortos. Para além do que ocorrer contra Liverpool, precisa fechar na volta a única ferida da temporada

Futebol|Eduardo Marini, do R7

Momento pede que Fla se esforce nos acordos da maior tragédia de sua história
Momento pede que Fla se esforce nos acordos da maior tragédia de sua história Momento pede que Fla se esforce nos acordos da maior tragédia de sua história

O Flamengo tentará o bicampeonato mundial de clubes contra o Liverpool, da Inglaterra, dono do elenco considerado o melhor do mundo, às 14h30 deste sábado (21), em Doha, no Qatar.

Quando a equipe retornar ao Brasil, independentemente do resultado contra os Reds, seus dirigentes deveriam aproveitar o final de um ano de belo futebol, grandes conquistas e faturamento na casa do bilhão de reais para fechar definitivamente a grande - e talvez única - ferida aberta na temporada: a conclusão das indenizações de todas as famílias dos dez meninos entre 14 e 16 anos mortos no incêndio de 8 de fevereiro de 2019 no Ninho do Urubu, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Muitos apressam-se em condenar o rubro-negro e a defender que o clube faça chover dinheiro sobre todas as famílias das vítimas sem pensamento, negociação ou questionamento. Em boa parte desses casos há preocupação relevante. Mas em outra, considerável, a gritaria não passa de discurso futebolístico mal disfarçado de compromisso afetivo e social.

Mais do que preocupados com pais e mães dos garotos, algumas penas e microfones adestrados querem mesmo é sugerir uma maneira de abalar, pela amplificação do sentimento de culpa, o cofre forte e o equilíbrio do hoje poderoso concorrente rubro-negro.

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Mas essa verdade não retira, de forma alguma, a obrigação do Flamengo de aproveitar o momento para resolver a questão da maneira mais nobre e rápida possível, se possível entre a virada de ano e os dias iniciais de 2020.

Sem prejuízo das críticas às hesitações, é justo reconhecer que existe um trabalho legítimo do Flamengo em busca de solução. Havia 26 adolescentes no Ninho naquela madrugada triste. Dez morreram e três ficaram feridos. Quatro das dez famílias das vítimas fatais e todos os sobreviventes feridos fecharam acordo de indenização, remuneração mensal e tempo de cobertura sem a necessidade de processos litigiosos.

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Incêndio no Ninho do Urubu deixou dez adolescentes mortos e três feridos
Incêndio no Ninho do Urubu deixou dez adolescentes mortos e três feridos Incêndio no Ninho do Urubu deixou dez adolescentes mortos e três feridos

Mais precisamente, no caso dos mortos, três famílias e meia. Parte de uma das quatro famílias envolvidas nos acordos exige algo mais na Justiça, na única opção litigiosa de parentes das vítimas contra o clube até agora. Todos os outros permanecem, ao menos até o momento, em negociação, representados por seus advogados.

Enquanto esperam um desfecho, seja ele acordado ou litigioso, todos recebem, segundo o clube, valores mensais extrajudiciais, que o presidente do clube, Rodolfo Landim, garante manter até que todos os casos tenham um fim. Dias atrás, o Ministério Público registrou o pedido de que o Flamengo pague no mínimo R$ 10 mil a cada família envolvida até a decisão final.

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“Foi a maior tragédia da nossa história. A dor dos familiares é incomparável, não há o que discutir, mas nós também ainda sofremos muito no clube por causa dela. Não houve caso semelhante no País, nos últimos tempos, em que a instituição envolvida tomou tantas decisões, por conta própria, no curto espaço de tempo em que tomamos”, defende-se Landim. “Não acho que um clube que age como estamos agindo mereça ser taxado de negligente ou insensível. Nossas atitudes desde a tragédia mostram que podemos ser quase tudo, menos dirigentes que não estão interessados e mobilizados para resolver a situação”, acrescenta o presidente rubro-negro.

O Flamengo considera que o fechamento dos próximos seis ou “seis acordos e meio” será mais um caso de equilíbrio e bom senso do que propriamente de finanças. A ideia é a de que, por mais doloroso que seja, o clube precisa ter agenda própria para questão, e não a externa, imposta por pressões nem sempre (e em muitas situações quase nunca) ligadas à preocupação com as famílias envolvidas.

Um ponto destacado por negociadores e advogados do Flamengo envolvidos no caso é o de que o clube, ainda que tenha condição, não pode aceitar das famílias ainda sem acordo um pedido dez, vinte, várias vezes superior ao fechado com as quatro primeiras, a pretexto de resolver o problema rapidamente e se livrar da pressão. Uma atitude dessa, argumentam os representantes, desmoralizaria, antes de tudo, os próprios travados anteriormente.

Mas, feitas as ressalvas, permanece claro como a luz do sol que o Flamengo tem, no momento, plenas condições políticas e, sobretudo, financeiras para fazer um esforço e se acertar senão com todas, pelo menos com a quase totalidade dos familiares dos dez meninos mortos.

Mesmo porque, se o clube não conseguir fechar com todos nos próximos dias e semanas, o acerto com a maioria chamará atenção para a possibilidade que a parte mais resistente a posições razoáveis, entre todas as envolvidas na negociação, pode não ser a do clube.

Veja quem são as vítimas da tragédia no CT do Flamengo

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