Antony usa sua canhota habilidosa
Maurice Van Steen/EFE/03-03-21Dribles curtos, bola perto do pé e cabeça erguida. Com este estilo próprio, Antony, 21 anos, ascendeu de forma rápida no futebol profissional, após uma trajetória consistente na base do São Paulo. E foi quando se profissionalizou no clube que ele se tornou uma jovem realidade do futebol brasileiro.
A ponto de, com apenas dois anos de carreira, já se transferir para o Ajax, da Holanda, em julho de 2020, e lá, com sua hábil canhota, se tornar um dos destaques da equipe, conquistando dois títulos, os primeiros de sua carreira profissional, na temporada de estreia. Foi campeão holandês e da Copa dos Países Baixos em 2020-2021.
E se engana quem pensa que Antony vê o Ajax como uma ponte que o levará a um centro mais badalado da Europa. Com razão, ele considera o clube holandês uma potência no continente e não alimenta uma obsessão de se transferir para outro país, conforme conta ao R7.
"Foi só minha primeira temporada aqui no Ajax, e já conquistamos dois títulos. Estou totalmente adaptado ao clube e estou pensando aqui, minha cabeça está aqui. Fizemos uma temporada ótima, com títulos e prêmios individuais. Agora é fechar os últimos jogos, descansar e já pensar no próximo ano", afirma.
Antony esteve entre os titulares na vitória do Ajax sobre o Feyenoord, no último domingo (9). Tem atuado de uma maneira semelhante à que atuava no São Paulo e na seleção brasileira, posicionando-se na faixa direita do ataque e entrando em diagonal com a sua perna boa.
Essa sintonia vem do fato de o Ajax, assim como o São Paulo, ser um clube que sempre soube lidar com jovens jogadores. Nos últimos tempos, aliou à sua própria base, jovens que vieram de outros países. E vem compondo elencos competitivos. O atual, por exemplo, tem como destaques, Davy Klaassen e Ryan Gravenberch, ambos meio-campistas vindos das categorias de base do clube. E que têm bom entendimento em campo com o brasileiro.
"Estou me sentindo muito bem, fui muito bem recebido aqui. Por conta da pandemia, vim sem minha família, foi difícil, mas logo me adaptei no clube, pessoal todo me deu um apoio grande demais. Isso foi fundamental, encontrei no Ajax uma verdadeira família", conta Antony.
Para o jogador, o clube tem sido uma espécie de segundo lar. Isto porque, com a pandemia, ele quase não tem conseguido conhecer a bela cidade de Amsterdã. A negociação com o clube holandês foi fechada em fevereiro, por 29 milhões de euros. Mas ele só foi para lá no segundo semestre. A expectativa do jogador é poder conhecer com detalhes a cidade.
"Temos muitas restrições por conta do Covid, então ainda não deu para conhecer muitas coisas. Quando liberam, aí a gente passeia, conhece alguns lugares, restaurantes...", comenta.
Enquanto isso, ele aproveita parte do tempo livre para se informar sobre o São Paulo, clube em que chegou aos 10 anos, em 2010. Nascido em Osasco (SP), Antony teve toda a sua formação como jogador estruturada no clube paulista, pelo qual tem um carinho especial. E, como um torcedor, ele se mostra empolgado com o trabalho do técnico argentino Hernán Crespo.
"Como todo são-paulino, estou na expectativa de um bom ano para o clube. O trabalho do Crespo começou muito bom, o que deve motivar o grupo. Sigo na torcida, mesmo de longe e sempre estou conversando com os amigos que deixei lá", completa o jogador que, mesmo com pouco tempo nos profissionais, deixou sua marca, por ter um estilo de jogo único, original.
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