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Na próxima quarta-feira (2), Brasil e Jamaica se enfrentam para disputar uma vaga nas oitavas de final da Copa do Mundo. De um lado, temos as brasileiras, que conseguiram levar a maior delegação da história para a Austrália e a Nova Zelândia (23 atletas e 37 profissionais).
Do outro, novamente, as jamaicanas dependem de uma vaquinha para se manter na competição. Confira um pouco sobre a luta das Reggae Girlz, como são conhecidas: -
A primeira vez que a seleção da Jamaica chamou a atenção do mundo foi em 2014, enquanto disputava as eliminatórias da Copa do Mundo de 2015. A delegação quase teve de deixar a competição por falta de dinheiro, até que recebeu a ajuda da filha de Bob Marley, Cedella Marley.
A artista criou uma vaquinha online e destinou os ganhos da música "Strike Hard" (ataque com força, em português), da banda Ziggy Marley and the Melody Makers (que ela faz parte), para apoiar a equipe -
Apesar de a seleção não ter conseguido a classificação naquele ano, o cenário mudou em 2019: a Jamaica foi o primeiro país do Caribe a garantir presença em uma Copa do Mundo Feminina.
A equipe não conseguiu chegar às oitavas e foi eliminada. Mas, em 2023, chega para enfrentar o Brasil na vice-liderança do grupo F -
Porém, uma coisa não mudou: as jamaicanas ainda não tem apoio integral da Federação Jamaicana de Futebol. Há um mês da Copa, as jogadoras desabafaram nas redes sociais que, mesmo após diversas conversas, a entidade não ofereceu um "planejamento, transporte, acomodações, condições de treinamento, compensação, comunicação, nutrição e acessibilidade a recursos" adequados à delegação
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Por isso, a mãe da meia Havana Solaun, Sandra Brower criou uma vaquinha para ajudar a equipe a ir e a se manter no Mundial. Atualmente com R$ 246 mil doações, a meta é chegar aos R$ 473 mil até o final da competição.
No texto da arrecadação, Sandra reforça que o valor irá cobrir as despesas de toda a delegação (incluindo treinadores, terapeutas e médicos), para garantir que as jogadoras se concentrem apenas na Copa. Além disso, ela acredita "que o mundo está ouvindo e que as mudanças começarão a acontecer" depois da iniciativa -
Essa não é a única arrecadação ativa para as Reggae Girlz. A "Fundação Reggae Girlz", uma organização sem fins lucrativos da Jamaica que apoia o futebol feminino em comunidades carentes, abriu uma vaquinha de R$ 355 mil antes do início da Copa, para ajudar no pagamento de fornecedores, das viagens, da hospedagem e das refeições das atletas.
Até o momento, a iniciativa conseguiu R$ 222 mil -
As duas vaquinhas estão ativas, uma diretamente no site da fundação (em parceria com o Give Lively), e outra na plataforma "Go Found Me" – Sandra afirma que vai postar datas, valores e recibos assim que a arrecadação acabar, no final de julho.
Além dos valores, Cedella continua sendo a embaixadora e patrocinadora da seleção feminina -
Vale lembrar que a Jamaica precisa apenas do empate para avançar às oitavas de final, enquanto o Brasil tem de garantir a vitória. As duas seleções se enfrentam no estádio Melbourne Rectangular, às 7h (horário de Brasília)