No Fortaleza, um bom time começa por um bom goleiro debaixo das traves e outro no banco de reservas comandando a equipe. Contratado na tarde desta sexta-feira (10), Rogério Ceni treinará Marcelo Boeck a partir de 2018. O camisa 1 escapou da tragédia da Chapecoense, no ano passado, e foi destaque do tricolor do nordeste na campanha que levou o time à Série B.
Boeck, hoje com 32 anos, foi revelado pelas categorias de base do Internacional. Em 2007, acabou se transferindo para o Marítimo de Portugal e ficou por lá até 2011, quando o Sporting o contratou. Apesar das boas atuações, o brasileiro nunca conseguiu se firmar, já que o titular era Rui Patrício, camisa 1 da seleção lusitana.
Em entrevista ao R7, o goleiro revelou que a primeira camisa de time que ganhou foi do São Paulo. Tempos depois, ainda teve a oportunidade de trocar a camisa com Rogério Ceni quando ainda atuava pelo Internacional.
"Torci muito naquela final do Mundial contra o Liverpool, que por acaso o Rogério Ceni foi o melhor jogador do torneio", disse Boeck, que renovou até 2020 com o clube. "Além de ser uma referência brasileira na posição, é uma pessoa que sempre admirei e me espelhei, tanto dentro de campo como na postura dele nos vestiários. As entrevistas que ele dava, a maneira com que ele sempre se portava. Ele sempre foi um grande exemplo para mim. É um privilégio."
O goleiro vivia grande fase na Chapecoense, mas perdeu espaço com a chegada de Caio Junior em junho de 2016. O arqueiro acabou tendo sua vaga preterida por um jogador de linha para a disputa da primeira partida da final da Copa Sul-Americana e acabou ficando de fora dos que embarcaram para Medellín, na Colômbia. Ao todo, 71 pessoas morreram no voo da LaMia.
O Fortaleza ficou com o vice-campeonato da Série C deste ano. Apesar de perder a final para o CSA, o Leão garantiu o acesso à segunda divisão do Campeonato Brasileiro após eliminar o Tupi e alcançar as semifinais.
Além de Boeck, Ceni, que será apresentado na quarta-feira (15), encontrará um grande amigo no Fortaleza. Bosco, reserva do capitão são-paulino no Mundial (2005) e no tricampeonato do Brasileiro (2006—2008) é o atual treinador de goleiros da equipe.
"Ceni e Bosco foi uma dupla que deu muito certo no São Paulo. Eles se encaixaram nas personalidades fora de campo e dentro de campo nas qualidades que os dois tinham como goleiros. O Bosco é aquela pessoa que sempre precisei ter e hoje tenho o privilégio de tê-lo nos treinamentos, e também fora de campo, com os ensinamentos, os conselhos, a tranquilidade e a experiência que ele passa. Eles já me passavam muito como jogadores, e agora como treinadores creio que será muito bom para a minha evolução. Creio 2018 será um grande ano, também pessoalmente", disse.
Marcelo Boeck fez 42 jogos pela equipe, sendo um pela Copa do Brasil, cinco pela Copa do Nordeste, 13 pelo Campeonato Cearense e 23 pela Série C do Campeonato Brasileiro.