Nuzman prestou depoimento na sede da Polícia Federal
REUTERS/Ricardo MoraesSuspeito de pagar propina no valor de R$ 4,6 milhões para favorecer o Rio de Janeiro na escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2016, Carlos Nuzman continuará na presidência do COB (Comitê Olímpico do Brasil). Ao R7, a entidade confirmou que mandatário não deixará o cargo, apesar das denúncias de corrupção.
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O COB afirmou, ainda, que nenhum nome foi cogitado para substituir o empresário, no caso de as investigações comprovarem o nome dele como principal organizador do esquema de corrupção. "O investimento no esporte continua", afirmou a entidade.
Na manhã de terça-feira (5), a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa do dirigente, pela operação Unfair Play, que é um desdobramento da Lava Jato. O Ministério Público Federal e a Receita Federal do Brasil fizeram parte da investigação. O objetivo da operação é desvendar um esquema envolvendo o pagamento de propina em troca da contratação de empresas terceirizadas pelo governo do Rio de Janeiro.
Ainda na terça, Nuzman prestou depoimento na sede da Polícia Federal, também no Rio. A Justiça determinou o bloqueio de até R$ 1 bilhão em bens e patrimônios do dirigente e dos sócios Arthur Cesar de Menezes Soares Filho e Eliane Pereira Cavalcante.
Logo após a chegada do empresário à delegacia, Eliane também prestou depoimento. Ela e Arthur tiveram a prisão preventiva expedida pela Justiça, mas ele ainda não foi localizado. Arthur vive em Miami, nos Estados Unidos, e já é considerado foragido. O empresário está na Difusão Vermelha, a lista de procurados da Interpol.
A operação
As investigações, que já duram nove meses, apontam que os pagamentos teriam sido efetuados tanto diretamente com a entrega de dinheiro em espécie, como por meio da celebração de contratos de prestação de serviços fictícios e também por meio do pagamento de despesas pessoais. Também teriam sido realizadas transferências bancárias no exterior para contas de doleiros.
Segundo a Polícia Federal, há indícios de participação do dono das empresas terceirizadas em suposto esquema de corrupção internacional para a compra de votos para a escolha do Rio pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) como sede das Olimpíadas 2016. Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
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