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Já há alguns meses, a Ucrânia está sendo devastada pelo Exército russo por conta da invasão. E não são poucos os casos de cidadãos do país que deixaram a carreira para tentar ajudar a pátria. Sergiy Stakhovsky é um deles. O tenista de 36 anos decidiu largar as raquetes para voltar à sua terra natal como voluntário na guerra
Montagem R7
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O atleta estava de férias em Dubai, a mais de 3.500 km de distância da Ucrânia, quando os pais ligaram para ele com a notícia que já temia: a Rússia tinha invadido a Ucrânia. Em Kiev, a família dele conseguia ouvir as explosões que, àquela altura, ocorriam fora da capital
Reprodução/Instagram @ stako_s
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A decisão de ir à guerra, no entanto, não foi fácil. O ucraniano garante que sofreu, mas que se sentiria mais culpado se não tivesse voltado para defender a pátria. E optou por ir sem contar a seus três filhos
Reprodução/Instagram @ stako_s
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"Minha mulher não contou e eu também não contei. Acho que eles vão acabar descobrindo logo", explicou ele à BBC, destacando que disse às crianças que estava deixando a Hungria, onde vive atualmente, para disputar um torneio de tênis
Reprodução/Instagram @ stako_s
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"As crianças estavam vendo desenhos animados, então não quis incomodar. O único que me viu sair foi o mais novo, que me perguntou aonde eu iria. Eu, com a mochila nas costas, disse que voltaria logo"
Guillaume Horcajuelo/EFE 31.05.2018
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Hoje em dia, ele faz parte do Exército de reservistas que luta para impedir o avanço das tropas comandadas por Vladimir Putin. E está arrasado com o massacre dos ucranianos feito pelos russos
Reprodução/Instagram @ stako_s
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"As coisas que eles fazem e a forma como fazem são desumanas. Não posso descrever o ódio que sinto do Exército russo. Os ucranianos não deveriam fazer parte dessa guerra. Eles não queriam participar. São apenas civis que não tiveram a oportunidade de viver. Eu não hesitaria. Se vir um soldado russo, saberei bem o que fazer"
FRISO GENTSCH/EFE 16.06.2016
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Desde que se juntou ao Exército, Stakhovsky utiliza suas redes sociais para atualizar os fãs sobre o que está passando: "Nunca na minha vida eu esperava ter que usar colete à prova de balas em Kiev. É um desastre a forma como a Rússia invadiu a Ucrânia. Bombardeando cidades, matando pessoas inocentes. Mundo, devemos nos unir para fazê-los parar. Para colocar Putin onde ele pertence: numa prisão, numa caverna", postou ele no Instagram no início de março
Reprodução/Instagram @ stako_s
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O tenista, que chegou a ser número 31 do mundo, tem poucos títulos na carreira, mas superou, em 2013, ninguém menos do que Roger Federer. Recentemente, ele entrou em uma polêmica com outro dos maiores nomes da história do tênis: Rafael Nadal
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No início de maio, o espanhol foi perguntado sobre a guerra e disse que achava injusto que russos e bielorrussos fossem impedidos de atuar em alguns torneios, entre eles Wimbledon, um dos mais importantes do circuito
Tatyana Zenkovich/EFE 31.05.2017
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Após isso, Stakhovsky foi contundente: "Rafael Nadal, competimos juntos no circuito. Por favor, me diga se é justo os tenistas ucranianos não poderem voltar para casa? É justo que as crianças não possam jogar? É justo que ucranianos estejam morrendo?"
SEBASTIEN NOGIER/EFE 15.04.2015
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Além dele, outros atletas ucranianos, como o bicampeão olímpico e mundial de boxe Vasiliy Lomachenko, o atual campeão mundial dos pesos pesados, Oleksandr Usyk, além do bicampeão da NBA Slava Medvedenko, alistaram-se para lutar no conflito
Christophe Petit Tesson/EFE 29.05.2018