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A mascote é sinônimo de sorte e felicidade para os clubes. É como se fosse um amuleto que acompanha a equipe. Por isso, é difícil de acreditar que existam times que escolhem uma máquina de costura, um sapato ou uma cebola como mascote — mas existem.
Confira as 10 mascotes mais diferentes espalhadas pelo Brasil, segundo levantamento do professor aposentado e atual pesquisador, Aristides Almeida, na obra "O futebol argentino e brasileiro: desavenças e mútua admiração": -
1. Sapato
O Esporte Clube Novo Hamburgo, do Rio Grande do Sul, foi fundado em maio de 1911 e tem o "pé quente", ou "sapatão", como também é conhecido, como mascote.
Isso porque o time foi fundado por funcionários de uma fábrica de calçados e, claro, a cidade de Novo Hamburgo é conhecida como a "capital nacional do calçado" -
2. Máquina de costura
Na intenção de "costurar" os adversários, o Ypiranga Futebol Clube, Pernambuco, adotou, literalmente, uma máquina de costura como mascote. Outra influência é que a cidade onde a equipe surgiu, Santa Cruz do Capibaribe, tem muitas fábricas têxteis, de confecção.
"A impressão que dá é que adotaram também porque o time era uma máquina de ganhar dos adversários, que faz eles ficarem emaranhados", complementa Almeida -
3. Trem
Também em Pernambuco, mas dessa vez em Recife, é possível conhecer o Clube Ferroviário do Recife. Fundado em março de 1928, o time adota o trem e a locomotiva como mascotes.
A escolha aconteceu porque esses eram os principais meios de transportes na época e porque o clube foi fundado por empresários da companhia ferroviária Great Western of Brazil Railway -
4. Rolo compressor
Criado em julho de 1930, o Nacional Fast Clube, de Manaus, levou a sério a metáfora de "massacrar" os rivais entre a década de 1960 e 1970. A equipe e a torcida adotaram o apelido de rolo compressor e o transformaram em mascote — e em parte do hino.
"Fast Clube a tua estrela é explendor. Para o inimigo é um 'Rolo Compressor'. Para a torcida sempre grande vencedor" -
5. Tufão
Diferentemente do Furacão, uma mascote conhecida na Série A, o São Raimundo Esporte Clube, de Manaus, adota o Tufão. No começo, a equipe não tinha mascote e a torcida usava muito o personagem Taz-Mania, que é um diabo-da-tasmânia.
Ele surge em forma de redemoinho e logo os torcedores associaram ao tufão. "Ele é muito famoso lá, é tradicional. O tufão também é associado a algo que derruba o adversário", complementa o pesquisador -
6. Homem-cebola
Oficialmente, a Associação Olímpica de Itabaiana, conhecida como Tricolor da Serra e Tremendão, não tinha mascote. Mas a torcida fez questão de mudar a situação e adotou o homem-cebola.
Isso porque a cidade Itabaiana já foi uma grande produtora de cebola e confirma isso no hino: "Somos Itabaiana. Cidade celeiro. Que vibra no esporte. Com o seu Tremendão" -
7. Dinossauro
O Sousa Esporte Clube, da Paraíba, faz jus ao apelido de Verdão do Sertão: a mascote é um dinossauro verde. A escolha faz referência ao Parque Nacional do Vale dos Dinossauros, do município de Sousa. A torcida, inclusive, chama "Dino".
"O time continua na ativa e tem duas referências a serem consideradas na mascote: a região tem muito fóssil e o dinossauro é um animal que persiste, forte. O clube passou a ser o dinossauro verde do sertão", diz Almeida -
8. Periquito atômico
Ironicamente, o Lagarto Esporte Clube, da cidade de Lagarto, não escolheu o réptil como mascote no começo. No lugar, escolheu o periquito atômico, já que a região conta com muitas aves da espécie.
Hoje, porém, o time adota os dois. "A cor do uniforme, verde, também foi uma influência", afirma o pesquisador -
9. Sapo
Na cidade de Manacapuru, no Amazonas, os clubes enfrentam o Sapão. O Operário Esporte Clube, fundado em junho de 1982, escolheu o sapo como mascote. O time é conhecido como Sapão da Terra Preta, em referência ao bairro em que surgiu -
10. Igreja
A Associação Atlética Luziânia, de Goiás, levou a sério um dos locais mais famosos da cidade. A mascote do clube é uma igreja, em homenagem à Igreja do Rosário
*Sob supervisão de Carla Canteras