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Os Jogos Olímpicos sempre foram campo para a política. Em edições de Verão ou de Inverno — como acontece agora com a participação da Coreia do Norte na competição na Coreia do Sul — o esporte teve um caráter além das medalhas, recordes e vitórias. Relembre a seguir alguns como diferentes governos e organizadores ao redor do mundo trataram aquele que ainda é o maior evento esportivo do planeta
Cameron Spencer/Getty Images - 12.2.2010
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Berlim 1936
Quando Adolf Hitler sonhou em usar os Jogos Olímpicos como instrumento de poder, Jesse Owens conquistou logo quatro medalhas de ouro. Bem diante dos olhos do líder nazista, o norte-americano, negro, subiu no lugar mais alto do pódio nos 100m, 200m, 4x100m e salto em distância – nessa última prova, inclusive, teve de driblar os juízes alemães que insistiam em maldosamente anular seus saltosArquivo/Getty Images
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Munique 1972
De novo na Alemanha, aconteceu aquele que talvez seja até hoje o episódio mais sombrio da história dos Jogos Olímpicos. A delegação israelense foi alvo de um atentado, organizado pelo grupo terrorista Setembro Negro. Em um plano fracassado de resgate, os 11 integrantes da delegação morreram. Apesar da resistência inicial dos organizadores, as competições foram suspensasThomas Niedermueller/Getty Images - 29.5.2012
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Moscou 1980
O contexto da Guerra Fria também esteve presente na história olímpica. Os Estados Unidos lideraram um boicote aos Jogos na antiga União Soviética. A alegação oficial foi a invasão dos russos ao Afeganistão, um ano antes das competições. Na cerimônia de encerramento, a tradição foi quebrada ao não reproduzir o hino dos Estados Unidos, que sediariam os Jogos Olímpicos seguintesScott Halleran/Getty Images - 23.2.2014
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Los Angeles 1984
Na edição seguinte dos Jogos Olímpicos, foi a vez da União Soviética responder e liderar um boicote contra os Estados Unidos. Além dos russos, Cuba, Alemanha Oriental e demais países do bloco comunista não enviaram atletas ao território americano sob a alegação oficial de que não havia a segurança necessária para as delegações. Nenhuma referência oficial foi feita aos países que não aceitaram participar das competiçõesSteve Powell/Getty Images - 28.7.1984
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Barcelona 1992
A reconstrução da Espanha também passou pelos Jogos Olímpicos. O país tentava se livrar da imagem do franquismo e trouxe o mundo para a capital da Catalunha. Com o fim do apartheid, a África do Sul voltava às Olimpíadas. A desfragmentada União Soviética levou novas bandeiras para o pódio. A Alemanha estava reunificada.Arquivo/Getty Images - 25.7.1992
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Sydney 2000
Separadas desde os anos de 1940, as Coreias ensaiaram um processo de reconciliação nas Olimpíadas da Austrália. As duas delegações desfilaram juntas na cerimônia de abertura debaixo da mesma bandeira de paz. Mesmo assim, logo na primeira rodada do campeonato feminino de futebol, o Norte não aceitou o equívoco da organização que mostrou a bandeira do Sul no telão. O jogo só teve início depois da correção no marcadorStuart Franklin/Getty Images - 13.8.2004
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Pequim 2008
Ativistas aproveitaram a exposição dos Jogos Olímpicos para criticar o governo chinês, sobretudo, por supostas violações dos direitos humanos. No maior dos protestos, um grupo de estudantes carregava faixas com mensagens para um ‘Tibet livre’. Todas as manifestações foram fortemente repreendidas pela polícia localDavid Paul MorrisGetty Images - 8.8.2008
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Londres 2012
O Sudão do Sul havia recém-separado do Sudão e seus atletas competiram na Inglaterra sob a bandeira dos Atletas Olímpicos Independentes. O Comitê Olímpico do país foi criado apenas em 2015 e seus atletas enfim competiram na Rio 2016Cameron Spencer/Getty Images - 5.8.2016
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Rio 2016
Foi nessa edição que pela primeira vez uma delegação inteira competiu sob a bandeira dos refugiados. A intenção do COI (Comitê Olímpico Internacional) era pelo dar um pouco de atenção àqueles que por diferentes motivos haviam perdido casa, familiares, país e mesmo bandeira para competirDavid Ramos/Getty Images - 3.8.2016