“Parei de acompanhar a Fórmula 1 quando o Senna morreu”, “o Schumacher foi o último piloto que gostei”, “quando era criança, até acordava cedo”.
Se você não é um desses, ao menos conhece alguém que certamente já disse alguma frase pelo menos parecida com essas. A temporada 2018 da F-1, que começa neste fim de semana com o GP da Austrália, espera justamente recuperar o público perdido. A saída encontrada foi acabar com as grid girls e mergulhar de cabeça nas redes sociais.
A disputa dentro da pista deve mais uma vez ficar reservada aos tetracampeões Lewis Hamilton (Mercedes) e Sebastian Vettel (Ferrari). Só por aí seria uma briga interessante, mas repetida dos últimos anos. Não haveria propriamente a novidade competitiva. Daniel Ricciardo e Max Verstappen (Red Bull Racing) correm por fora.
“Hamilton é o favorito, obviamente, mas é uma temporada muito longa. Está é tão somente uma corrida. E Melbourne é muito particular, muito especial”, disse Vettel, nos treinos livres para o GP da Austrália. “Acho que este é um ano empolgante para a F-1, pois teremos dois tetracampeões brigando pelo título”, completou Hamilton.
A aposta então foi envelopar melhor o produto e aproximá-lo dos jovens. Os pilotos são tratados como personificações de personagens de videogames e, cada vez mais, são incentivados a se comportarem como tais.
Fim das grid girls
Depois de anos acomodada na tradição, a F-1 acabou comprada pela Liberty Media em setembro de 2016. De lá para cá, o grupo norte-americano, com forte atuação no entretenimento, tratou de modernizar a tal principal categoria do automobilismo.
Algumas ações foram óbvias como, por exemplo, a abertura para as redes sociais. Desde o ano passado, pilotos e equipes podem livremente utilizar suas imagens nas redes sociais. A última medida foi banir as grid girls antes da largada.
“Acabei de ouvir o novo hino e me lembrei dos gladiadores. Acho que houve um grande progresso no último ano na forma como estamos em contato com os fãs”, disse Hamilton. “É um processo de aprendizado sobre onde ir e acho que ninguém ainda sabe a chave para seguir em frente e ter sucesso.”