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Qual é o Liverpool que vai enfrentar o Flamengo nesta decisão de 2019?

Sem dúvida, em diversos departamentos, nada a ver, no gramado ou fora, com os "Reds" que perderam de Zico & Cia. na Intercontinental de 1981

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Liverpool, a comemoração da classificação à final de 2019
Liverpool, a comemoração da classificação à final de 2019 Liverpool, a comemoração da classificação à final de 2019

Somadas todas as suas disputas de títulos universais, da velha Copa Intercontinental até o agora já oficializado Mundial da FIFA, o Liverpool da Inglaterra esteve em três finais e perdeu todas. O brasileiro Flamengo apenas participou de uma única decisão e venceu. Curiosamente, clubes brasileiros se incumbiram de duas das derrotas dos “Reds” da Terra dos Beatles. A mais recente, no Mundial de 2005, hospedado pelo Japão, diante do São Paulo, 0 X 1. A mais remota, na Intercontinental de 1981, diante do Flamengo, 0 X 3, em jogo único no Olímpico de Tóquio, também no País do Sol Nascente. O mesmo “Urubu” que, neste sábado, no Khalifa Stadium de Doha, Qatar, desafia o Liverpool pela segunda vez na História do Futebol.

Zico, aplaudido pelos "Reds" no triunfo do Flamengo em 1981
Zico, aplaudido pelos "Reds" no triunfo do Flamengo em 1981 Zico, aplaudido pelos "Reds" no triunfo do Flamengo em 1981

Trata-se, o Liverpool de hoje, importantíssimo acentuar, de um esquadrão completamente diverso daquele de 81. E por favor, eu não me refiro, não necessariamente, à sua maneira de praticar o Esporte Bretão. É claro, que, nesse departamento, também o Flamengo mudou muito. Falo, porém, do seu conceito administrativo e do seu perfil comercial. Enquanto que, 38 anos após, embora tocado com menos amadorismo, o “Urubu” continua carioca e passional, os “Reds” paulatinamente abandonaram o seu voluntarismo, se transformaram em peça de um enorme conglomerado empresarial e inclusive deixaram de ser ingleses. Agora, têm donos norte-americanos, os mesmos proprietários do tradicionalérrimo time dos Boston Red Sox do Beisebol.

A evolução do distintivo dos Liverpool através dos tempos
A evolução do distintivo dos Liverpool através dos tempos A evolução do distintivo dos Liverpool através dos tempos

Nascido, em 3 de Junho de 1892, de uma dissidência do Everton, o Liverpool viveu sob a gerência de súditos da Coroa até 2007 quando, quase quebrado, se submeteu a um grupo de especuladores dos EUA, liderados por um certo Tom Hicks. Sim, o nome faz cócegas na memória, basicamente, de torcedores do Corinthians, o Tom Hicks da HTMF, ou Hicks-Muse, que tentou manter um tipo de parceria com o “Mosqueteiro” de 1999 a 2002, auxiliou o alvinegro na conquista do primeiro Mundial da FIFA, em 2000, mas quase o conduziu à breca. Nos “Reds”, Hicks & Cia. Bela chegaram a pagar um batalhão dos débitos que haviam se comprometido a saldar. Diversos credores insatisfeitos, como o Royal Bank os Scotland, no entanto optaram por uma ação na Justiça. E a turma de Hicks acabou por vender as chamadas ações do Liverpool ao Fenway Group, proprietário dos Red Sox, do estádio do time, e de uma série vasta de subsidiárias das comunicações, da música e do mercado imobiliário.

Festa para Juergen Klopp na conquista da Champions de 2018/19
Festa para Juergen Klopp na conquista da Champions de 2018/19 Festa para Juergen Klopp na conquista da Champions de 2018/19

Na Premier League, só o Manchester United, 20, detêm mais títulos do que o Liverpool, 18. Os “Reds”, porém, não levantam a taça de sua pátria desde a temporada de 1989/90. Afortunadamente, a farta cota da Inglaterra, 4 clubes, permitiu a sua participação na Champions League de 2018/19, abiscoitada graças a um triunfo sossegado de 2 X 0 sobre o Tottenham de Londres. O elenco de 1981 se especializava no jeitão bretão de bater bola naqueles idos, chutões em profundidade e pedaladas dos avantes à cata da pelota. O atual, orientado por Juergen Klopp, um alemão de 52 de idade, no posto desde Outubro de 2015, se empenha naquilo que o treinador denominou, em seu idioma, de “Gegenpressing”, o contra-ataque do contra-ataque, ou a contra-pressão. Aceita a posse de bola do adversário e não lhe dá o menor sossego.

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Os brasileiros Fabinho, Alisson e Roberto Firmino
Os brasileiros Fabinho, Alisson e Roberto Firmino Os brasileiros Fabinho, Alisson e Roberto Firmino

Klopp dispõe de três brasileiros no seu elenco: o arqueiro Alisson (gaúcho, ex-Internacional de Porto Alegre, nos “Reds” desde 2018), o lateral-apoiador Fabinho (paulista de Campinas, sem currículo por aqui, na Europa desde 2012, nos “Reds” desde 2018), e o artilheiro Roberto Firmino (alagoano com passagem veloz pelo Figueirense de Florianópolis/SC, na Europa desde 2011, nos “Reds” desde 2015). Seriamente lesionado num joelho, Fabinho sequer integrou a delegação. Na frente, Firmino tem dois companheiros de qualidade providencial, o egípcio Salah e o senegalês Sadio Mané. Na retaguarda, volta aos onze titulares o portentoso central Virgil van Dijk, holandês. Também retorna, na ligação de meio-campo, o versátil Oxlade-Chamberlain, parceiro de investidas do capitão Jordan Henderson. Nos grupos da Champions, o time de Klopp anotou 13 gols em 6 pugnas. Média aparentemente baixa, 2,17. Mas, gols distribuídos por sete dos atletas de Klopp. Peculiaridade que é o seu ponto forte: impossível, para o Flamengo, prever de onde o perigo surgirá.

George, Paul e Ringo - e o único craque dos quatro, John, fugiu da foto
George, Paul e Ringo - e o único craque dos quatro, John, fugiu da foto George, Paul e Ringo - e o único craque dos quatro, John, fugiu da foto

PS: Terra dos Beatles? E por quem torciam John, Paul, George e Ringo, o Everton ou o Liverpool? Para evitar represálias de fanáticos de qualquer dos clubes, Brian Epstein, o empresário do quarteto, proibiu que fossem reveladas as suas predileções. E se eternizou que os Beatles não gostavam de Futebol. Lennon, porém, sabia o que fazer com uma pelota e, da região de Anfield, era um fã secreto do Liverpool. Assim como McCartney gostava do Everton. Harrison, originalmente Everton, se decidiu pelo Liverpool por causa da predileção do filho. Ringo Starr, bem, nos gramados era um inimigo declarado dos colegas e apreciava, quem diria, o Arsenal de Londres.

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