Lionel Messi, sozinho, um herói em busca do impossíve
@ArgentinaAconteceu em Buenos Aires, dia 16 de Outubro de 1921, na quinta edição do então Campeonato Sul-Americano de Futebol, um triunfo da dona da casa por 3 X 0, o primeiro duelo entre a Argentina e o Paraguai. Daí, até o combate de 12 de Outubro de 2016, em Córboba, eliminatórias da Copa da Rússia/2018, surpresa da visitante “Albirroja”, o placar de 1 X 0 na favoritíssima “Albiceleste“ de Lionel Messi, as duas representações tinham se confrontado em em 101 ocasiões, com larga vantagem da seleção platina, 49 X 19. Nenhuma partida, porém, pareceu mais importante do que a desta quarta-feira, 19 de Junho de 2019, pela Copa América, a atual sucessora do antigo Sul-Americano.
A entrada em campo, o Paraguai inteirinho em anil
@AlbirrojaAmbas situadas no Grupo B, essencialmente dependiam de um sucesso para sobreviver. Na rodada inicial, empate de 2 X 2 entre o Paraguai e o Qatar, tombo da Argentina, 0 X 2 Colômbia. Como, três horas antes, nesta mesma quarta, a Colômbia havia superado o Qatar por 1 X 0 e, assim se qualificado à fase posterior da competição, não serviria à “Albiceleste” e nem à “Albirroja” uma nova igualdade. Pugna crucial para a Argentina, principalmente, por causa do estranho estigma que persegue Messi, o seu capitão e astro maior, precioso no seu clube, o Barcelona, mas sempre lastimoso quando em honra da sua pátria, conforme eu explanei num texto anterior.
Paraguai 1 X 0, Richard Sánchez
@AlbirrojaO desafio se desenrolou no Mineirão, em Belo Horizonte, diante de 35.264 pagantes. Messi, o Leo, e o arqueiro Armani, o Franco, salvariam a Argentina da humilhação devastadora. Menos mal que ficou no 1 X 1. Isso, com a ajuda bem razoável do Paraguai, que teve os 2 X 1 ao seu alcance mas renunciou á vitória. Resultado horrível para a “Albiceleste”, tradicional na sua clássica camisa em listras grossas, verticais, diante de uma rival guarani que não foi “Albirroja”, pois abdicou das suas listras rubras e usou um fardamento inteirinho em anil. Obviamente, não se deve afirmar que uma simples troca de roupa possa desnaturar a personalidade de um elenco. De todo modo, na etapa inicial, a seleção do Paraguai permaneceu pateticamente escondida na sua metade do campo até que, aos 36’, numa investida acelerada pela esquerda, Almirón chegou à linha de fundo e tocou atrás, a Richard Sánchez, que invadia a grande área no mesmo ritmo. Petardo. Paraguai 1 X 0.
O momento em que Messi bateu o pênalti
@ArgentinaPor quê, mesmo com Messi, e descontados os seus ouros nos Jogos Olímpicos de Atenas/2004 e de Pequim/2008, a “Albiceleste” não levanta um só título desde a distante Copa América realizada no Equador, em 1993? Pode-se responsabilizar a postura sempre estranha e personalista dos seus treinadores. Por exemplo, como compreender a impressionante teimosia do atual, Lionel Scaloni, um ex-lateral de talento mediano, no cargo desde a despedida de Jorge Sampaoli, no pós-fracasso da Copa da Rússia? Pois no prélio contra o Paraguai o patrão da “Albiceleste” não se dignou a escalar, como titular, Angel DiMaria ou Kun Aguero nem Paulo Dybala, absolutamente indispensáveis no PSG, no Manchester City e na Juventus de Turim.
O pênalti que Franco Armani espalmou
@ArgentinaNo intervalo, Scaloni acordou e decidiu colocar Aguero no posto do inútil Roberto Pereyra, meia do pequenino Watford da Inglaterra. E a Argentina melhorou, embora o tento da igualdade, 1 X 1, apenas acontecesse num lance polêmico, um suposto toque de mão de Piris, pênalti que nem o recurso do VAR clarificou indubitavelmente. Aos 56’, Messi converteu, 1 X 1. Alívio platino? Quase. Aos 63’, o estabanado Otamendi derrubou Derlis Gonzalez, o avante do Santos, outro pênalti. Só que Derlis bateu sem tempero e sem convicção, Armani saltou e espalmou. A chance, enfim, de a Argentina se inflamar de vez. Até os acréscimos, em mais sete minutos de drama. Pobre Messi, todavia, precisaria jogar sozinho e lutar sem ajuda. Não deu. Na jornada derradeira do grupo, o Paraguai pegará a Colômbia classificada e relaxada. E a Argentina terá que sobrepujar o Qatar, um perigosíssimo livre-atirador.
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