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O futuro de Gigi Buffon: ainda um atleta, dirigente, ou marido e pai?

Depois de se despedir da sua equipe, o antológico arqueiro da Juventus e da "Squadra Azzurra" agora necessita definir como será o seu futuro. O dilema de escolher entre a carreira e a família.

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Gigi Buffon, adeus à Juventus, vinte anos depois de chegar
Gigi Buffon, adeus à Juventus, vinte anos depois de chegar Gigi Buffon, adeus à Juventus, vinte anos depois de chegar

No comecinho desta semana, antes de formalizar, na quarta-feira, dia 19 de Maio, a sua despedida da Juventus de Turim, Gigi Buffon remeteu a um grupo de conhecidos, amigos e jornalistas confiáveis, um pequeno texto que pretendia publicar nas suas “Redes Sociais”. Dizia mais ou menos assim: “Todo início tem um final. E este é o final do meu segundo tempo na Juve. Uma decisão que eu amadureço faz meses. Uma decisão nada fácil. Pois não é nada fácil cortar um laço como este. Aqui vivi a minha história. Fiz a minha felicidade, minhas lágrimas, aqui fiz minha casa. Sei, no entanto, que o momento chegou. Não posso agradecer o suficiente. Eu sei que dei tudo. E eu sei que recebi muito, muito mais.”

Decisão da Copa Itália, nos braços dos colegas de time
Decisão da Copa Itália, nos braços dos colegas de time Decisão da Copa Itália, nos braços dos colegas de time

Pois foi magnífico o seu final. Assim que terminou a decisão da Copa Itália 2020/2021, o prélio da “Vecchia Signora” contra a Atalanta, 2 X 1, quase todos os seus colegas de elenco imediatamente levantaram Buffon em seus braços e, por alguns instantes, o lançaram ao alto. Logo depois, na cerimônia protocolar de entrega do troféu, Chiellini, o capitão do time, lhe cedeu a braçadeira simbólica e então lhe permitiu que recebesse o galardão. “O final perfeito, melhor impossível”, declarou Buffon que, com o título, mais um na sua vastíssima coleção de triunfos, coroava de maneira preciosa um currículo de fato espetacular.

Gigi e Enrico Chiesa. em 1996
Gigi e Enrico Chiesa. em 1996 Gigi e Enrico Chiesa. em 1996

Nascido em Carrara, a terra do mármore de Michelângelo, no 28 de Janeiro de 1978, até agora, como profissional, Gianluigi Buffon apenas defendeu a meta de três clubes em sua carreira brilhante: o Parma, entre 1995 e 2001, a Juve, de 2001 a 2018 e de 2019 a 2021, e o Paris Saint-Germain da França numa única temporada, 2018/2019. No arco da “Squadra Azzurra” de 1997 a 2018, disputou 176 combates e sofreu somente 146 tentos. O sucesso na Copa Itália foi o seu sexto na competição, um recorde, como o de Roberto Mancini, o atual treinador da seleção. Na primeira conquista, em 1995/1996, pelo Parma, teve como companheiro o atacante Enrico Chiesa; nesta recente edição, Federico, filho de Enrico.

Gigi e Federico Chiesa, em 2021
Gigi e Federico Chiesa, em 2021 Gigi e Federico Chiesa, em 2021

Um recorde? Na verdade, Buffon alinhavou um batalhão de primados. Por exemplo, o seu número de partidas na Série A, 657 (168 pelo Parma, 489 pela Juve), acima das 647 de Paolo Maldini, do Milan. O número de partidas com a camisa da “Signora”, 489 contra as 478 de Del Piero. A inviolabilidade da sua meta, 974 minutos. Os seus dez “scudetto”. O seu total de títulos pela Juve, 22 – além dos dez do “Nazionale” na A, uma vez na Série B, cinco na Copa Itália, e seis na Supercopa. Sem contar que, em 2016, se tornou o primeiro arqueiro a levar o prêmio tão acalentado da “Chuteira de Ouro”. E sem dizer que o seu treinador de agora na “Velha Senhora”, Andrea Pirlo, já foi seu adversário pelo Milan entre 2001 e 2011, já foi seu companheiro de time e de “Azzurra”, inclusive na Copa da Alemanha/2006.

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Com Pirlo, na Copa de 2006
Com Pirlo, na Copa de 2006 Com Pirlo, na Copa de 2006

Nesta “stagione” específica, em que a sua Juve, depois de costurar um insólito, inédito eneacampeonato, enfrenta o risco de ficar além da quarta colocação na tabela, fora da próxima “Champions League”, nenhuma responsabilidade se deve a Buffon. Ele participou de 14 porfias, com 12 vitórias e duas igualdades, meros nove tentos concedidos, média de 0,64. Por quê, então, a despedida? Problemas internos, de bastidores, na “Signora”? Buffon jura que não: “Torcida, colegas, dirigentes, o presidente, farão sempre uma parte linda da minha vida. Saio cheio de orgulho. Mas, já tenho 43 anos, uma idade que exige escolhas, até impopulares, eu sei. Parece maluco. De todo modo, exatamente porque sou um pouco maluco, eu assumo a liberdade de, aos 43 de idade, querer emoções diferentes. Digamos que desejo me nutrir de novos horizontes. E nem me importa vencer. Preciso experimentar os meus limites. E se alguém me propuser um desafio desse tipo, eu toparei na hora.”

Com Andrea Agnelli
Com Andrea Agnelli Com Andrea Agnelli

Buffon não descarta a ideia de abandonar os gramados e daí assumir algum cargo de cartola. Super-amigo de John Elkann, o principal executivo do grupo que controla a FIAT e a Juventus, sua indicação circula entre os boatos a respeito da sucessão do atual presidente Andrea Agnelli. Filho de Umberto Agnelli, um mano caçula de Gianni, o efetivo “Uomo FIAT”, Andrea sempre foi o competidor de John dentro da família. Só que John é o primogênito de Margherita, a única herdeira de Gianni. Margherita e Andrea são primos-irmãos. John e Andrea, primos em segundo-grau. Porém, o ramo de Margherita & John não gostou nada quando, sem consultá-los, Andrea decidiu se aliar a Florentino Perez, do Real Madrid, na fracassada e malfadada aventura de invenção da Superliga de clubes da Europa.

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Com John Elkann
Com John Elkann Com John Elkann

Um atleta de berço, Buffon também não descarta, ainda, continuar em campo. Sua mãe, Maria Stella Masocco, era lançadora de disco. Seu pai, Adriano, um levantador de pesos. Suas manas, Veronica e Guendalina, chegaram à seleção italiana de Voleibol. Lorenzo Buffon, tio paterno, goleiro, craque do Milan, do Genoa e da Inter, em 15 pugnas defendeu a meta da “Azzurra”. E Dante Masocco, tio materno, se destacou no Basquete. “Esperar a Copa de 2022 para Fechar a carreira? Ora, e por quê não?” – ele deixa no ar a probabilidade, ao mesmo tempo em que se lastima, bastante, do quanto não pôde desfrutar a família.

Com Ilaria D'Amico e os quatro garotos, Mattia, David Lee, Louis Thomas e Pedro
Com Ilaria D'Amico e os quatro garotos, Mattia, David Lee, Louis Thomas e Pedro Com Ilaria D'Amico e os quatro garotos, Mattia, David Lee, Louis Thomas e Pedro

De 2005 até 2014 casado com Alena Seredová, estrela tcheca de shows de TV, teve dois garotos: Louis Thomas, nascido em 2007 e cujo nome homenageia um ídolo seu, Thomas N’Kono, grande goleiro da equipe de Camarões na Copa da Espanha/1982 e daí na Copa da Itália/1990; e David Lee, de 2009, em honra de outro ídolo, David Lee Roth, o vocalista da Van Halen, banda de Hard Rock dos EUA. Depois de Alena, se uniu a Ilaria D’Amico, âncora de programas esportivos da RAI, que já era mãe de Pedro e com quem teve, em 2016, um terceiro menino, Leopoldo Mattia. “É, os moleques reclamam, e talvez eu esteja mesmo no momento exato de passar mais horas como pai e como marido. Verei.” Veremos.

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