Sexta-feira, dia 2 de Julho de 2021, primeira fornada das quartas de final da Euro2020. No prélio das 13h00, cá no Brasil, numa disputa de penais incrivelmente unilateral, a Espanha eliminou a Suíça que tinha sobrepujado a França também no bingo das onze jardas. E, no jogo das 16h00, a Itália bateu a Bélgica, 2 X 1. As duas seleções agora se digladiarão, numa das semifinais, no próximo dia 6, no estádio de Wembley, em Londres, na Inglaterra.
A “Fúria” da Espanha chega pela quinta vez em tal etapa da competição. Será a sexta aparição da “Azzurra” da Velha Bota nas semis. A representação da Itália já conquistou o título em 1968 e já foi vice em 2000 e em 2012. A Espanha abiscoitou a taça em 1964, 2008 e 2012. Ficou no segundo posto em 1984. Com os de hoje a competição, desde as suas pré-eliminatórias, já somou 306 cotejos e já registrou 940 gols, a média de 3,07.
Eis as fichas técnicas e as sínteses das duas partidas:
SUÍÇA 1 X 1 ESPANHA
(0 X 0 na prorrogação, 1 X 3 nos penais)
São Petersburgo, Rússia, Krestovsky Stadium
Público: 27.764 presentes/32.234 ingressos à venda
Árbitro: Michael Oliver (Inglaterra)
Gols: Shaqiri X Zakaria/con
Não importa que a Espanha tenha se qualificado como a segunda de seu grupo, atrás da Suécia eliminada. E não importa que a Suíça tenha se classificado em terceiro, em outra chave, atrás de Gales, outro despachado. Nenhuma seleção chega sem motivo entre as oito sobreviventes de uma competição como a Euro2020. De fato, foi muito bom o desafio “Nati” X “Fúria” no Krestovsky, a torcida dos helvéticos mais ruidosa do que a dos ibéricos.
Prélio equilibradíssimo, lá e cá, desde o pontapé inicial, e a Espanha à frente do placar, aos 8’, num lance infeliz da Suíça. Um cruzamento de Koke que cai precisamente no pé canhoto de Jordi Alba, a cerca de metro além da linha de entrada na área grande. O disparo de Alba que parecia se dirigir precisamente à posição em que bem se colocava o arqueiro Yann Sommer, o herói da “Nati” na disputa de penais que despediu a França nas oitavas. A bola, porém, malevolamente resvala em Denis Zakaria e entra, 1 X 0 para a Espanha.
Igualmente num lance infeliz da “Fúria” a Suíça obteria a igualdade. Aos 68’, a pelota basicamente dominada pela retaguarda da Espanha, os becões Aymeric Laporte e Pau Torres decidem conversar em dialetos diferentes, a pelota ricocheteia, sobra para Remo Freuler que toca a Xherdan Shaqiri, livre diante de Unai Simón, o 1 X 1 adequado até então. Aos 77’, todavia, aconteceria um infortúnio talvez maior de todos, um carrinho estabanado de Freuler nas pernas de Gerard Moreno. O árbitro da Inglaterra não hesitou, vermelho sem apelação. Reduzida a dez, a “Nati”, ao menos, conseguiu levar a luta à prorrogação.
Vladimir Petkovic, o treinador da Suíça, considerou mais conveniente se retrancar nos suplementares. O seu rival, Luís Enrique, tentou abrir como pôde o ferrolho, oito ou nove homens de rubro na proteção da área de Sommer, o artilheiro Haris Seferovic isolado à frente. E o arqueiro se atestou, de novo, o salvador da “Nati”. Impressionantes o seu preparo físico e a sua elasticidade. Graças a ele, a sua seleção levou mais uma peleja ao bingo dos penais. Pena que, muito ao contrário do que ocorreu diante da França, os seus companheiros tenham fracassado nas cobranças. Fim patético do sonho da Suíça.
Busquets (ESP) – No poste, 0 X 0
Gavranovich (SUÍ) – 1 X 0
Dani Olmo (ESP) – 1 X 1
Schaer (SUI) – Unai Simon defendeu, 1 X 1
Rodri (ESP) – Sommer defendeu, 1 X 1
Akanji (SUI) – Unai Simon defendeu, 1 X 1
Gerard Moreno (ESP) – 2 X 1
Vargas (SUI) – Por cima do travessão, 1 X 2
Oyarzábal (ESP) – 3 X 1
BÉLGICA 1 X 2 ITÁLIA
Munique, Alemanha, Allianz Arena
Público: 12.984 presentes/13.000 ingressos à venda
Árbitro: Slavko Vincic (Eslovênia)
Gols: Lukaku/pen X Barella, Insigne
Os “tifosi” da esquadra de Roberto Mancini vibraram bastante, logo aos 4’, quando Leo Bonucci anotou 1 X 0 ao se infiltrar no meio dos beques de seu xará Martínez. Atento, porém, o pessoal do VAR percebeu que a pelota havia resvalado num joelho de Di Lorenzo, em posição de impedimento, tento anulado, festa suspensa. E o jogo se desenrolou, emocionante, as duas equipes abertas e à procura do gol, sem se conterem na defesa. Quartas de final, claro, exigem ousadia. De nada adiantara, antes, a retranca da Suíça, que empurrou o seu combate diante da Espanha aos penais e perdeu três em quatro.
Aos 31’, de todo modo, a “Azzurra” prevaleceria. Ao seu estilo de trombador, Ciro Immobile se imiscuiu na zaga da Bélgica mas se atrapalhou, caiu e perdeu a bola, que sobrou com o central Vermaelen, que poderia despachá-la até o nada, em uma lateral. Verratti tomou a pelota e entregou a Barella, que se desvencilhou lindamente de três inimigos e fulminou o arqueiro Thibaud Courtois, 1 X 0 em favor da Itália, um tico melhor àquela altura do duelo.
E a pressão continuou, aguda, e coroada aos 44’ por um tento belíssimo de Lorenzo Insigne, um petardo de fora da área, no ângulo oposto de Courtouis. Uma pena, para a Itália, o pênalti infantilóide que Di Lorenzo cometeria em Doku, aos 47, um empurrão no flanco direito da área mas quase junto à linha de fundo. Romelu Lukaku bateu, impecável, 1 X 2. Melhor para os “Diables Rouges”, que desceram aos vestiários com 1 X 2, diferença de um tento apenas ao invés de amargarem um placar de 0 X 2 complicado de se reverter.
De fato, os pupilos de Roberto Martínez voltaram acesos para a etapa derradeira, e logo equilibraram as ações. O ótimo Leo Spinazzola evitou, quase dentro da meta, já superado o arqueiro Donnarumma, o empate de Lukaku. A Itália, no entanto, se rearrumou. Insigne, Immobile e Spinazzola desperdiçaram a chance dos 3 X 1. Do lado dos “Rouges” Lukaku espanou uma testada a meros dois metros do arco da “Azzurra”. Decorreriam nervosos os últimos 15’. Em particular porque, aos 78’, Leo Spinazzola se lesionou. E também porque o mediador esloveno concedeu outros 7’ de acréscimos. A Itália, no entanto, completou a sua 32ª partida sem perder sob a preciosa direção do “Mancio”, um recorde de enciclopédia.
As partidas do dia 3 de Julho
REPÚBLICA TCHECA X DINAMARCA
Baku, Azerbaidjão, Olimpiya Stadionu
Público: 34.935 ingressos à venda
Árbitro: Bjoern Kuipers (Neerlândia)
Retrospecto: 11jog – 3 TCH X 2 DIN – 10 gols a 8
Nesta Euro:
TCH- 3ºD/4pg/1v-1e-1d/3gp-2gc
Eliminou a Neerlândia no tempo normal (2 X 0)
DIN – 2ºB/3pg/1v-0e-2d/5gp-4gc
Eliminou Gales no tempo normal (4 X 0)
Artilheiros:
TCH – Patrick Schick, 4 tentos
DIN – Dolberg, Maehle, Yussuf Poulsen, 2 tentos
UCRÂNIA X INGLATERRA
Roma, Itália, Stadio Olìmpico
Público: 15.948 ingressos à venda
Árbitro: Felix Brych (Alemanha)
Retrospecto: 7jog – 4 ING X 1 UCR – 9 gold a 3
Nesta Euro:
UCR – 3ºC/3pg/1v-0e-2d/4gp-5gc
Eliminou a Suécia na prorrogação (1 X 1, 1 X 0)
ING – 1ºD/7pg/2v-1e-0d/2gp-0gc
Eliminou a Alemanha no tempo normal (2 X 0)
Artilheiros:
UCR – Roman Yaremchuk, Andriy Yarmolenko, 2 tentos
ING – Raheem Sterling, 3 tentos
AS SEMIFINAIS
Dia 6 de Julho
ITA X ESP
Londres, Inglaterra, Wembley Stadium
Dia 7 de Julho
TCH/DIN X UCR/ING
Londres, Inglaterra, Wembley Stadium
A FINAL
Dia 11 de Julho
Londres, Inglaterra, Wembley Stadium
Inaugurada no dia 21 de Março de 2019 com as 55 afiliadas da UEFA, a entidade que administra o Futebol no Velho Continente, esta disputa inter-seleções, agora na sua 16ª edição desde que foi idealizada em 1960, vitória da então União Soviética, passou por pré-eliminatórias, por uma fase de chaves, uma etapa inicial de mata-matas, por mais uma fase de grupos, pelos duelos das oitavas e pela metade das suas atuais quartas de final.
Apesar de todas as gigantescas atribulações que a pandemia da Covid-19 provocou, 6.061.150 pessoas, sob a proteção de rigorosos protocolos de segurança, puderam freqüentar os estádios, a média de 19.808. Detalhe: para a celebração de 60 anos a UEFA havia destinado a 2020 uma Euro bem diferente do tradicional, distribuída por onze nações. Só as semis e a decisão se concentrariam na Inglaterra. Desafortunadamente a pandemia lhe danificou a evolução e trouxe os jogos até aqui. Felizmente, porém, numa questão de justiça, a Euro mereceu preservar o adequado sufixo 2020 como seu digno sobrenome.
Artilheiros:
5 gols – Cristiano Ronaldo (Portugal)
4 gols – Patrick Schick (República Tcheca), Karim Bemzema (França), Emil Forsberg (Suécia), Romelu Lukaku (Bélgica)
3 gols – Georginio Wijnaldum (Neerlândia), Robert Lewandowski (Polônia), Raheem Sterling (Inglaterra), Haris Seferovic e Xherdan Shaqiri (Suíça)
Árbitros que mais apitaram:
3 jogos – Antonio Mateu Lahoz (Espanha), Daniel Siebert (Alemanha), Anthony Taylor (Inglaterra), Sergei Karasev (Rússia), Felix Brich (Alemanha), Cuneyt Çakir (Turquia), Fernando Rapallini (Argentina), Danny Makkelie (Neerlândia), Daniele Orsato (Itália), Michael Oliver (Inglaterra), Slavko Vincic (Eslovênia)
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