Ana Marcela Cunha, dois títulos consecutivos na Coréia do Sul
SátiroSodré/rededoesporte.gov.comFormidável. Em meras 72 horas as mulheres do Brasil arrebataram três das 17 medalhas de ouro individuais que o País acumulou com os seus esportes em campeonatos do planeta ou em edições dos Jogos Olímpicos. Foram as duas de Ana Marcela Cunha no Mundial de Natação em Águas Abertas de Gwangiu, Coréia do Sul, e mais aquela, sim, inesperadíssima, de Nathalie Moellhausen, na Espada do Mundial de Esgrima de Budapeste, capital da Hungria.
Nathalie Moellhausen, o sucesso inédito em Budapeste
Reprodução FIEFormidável, primeiro, porque as façanhas aconteceram em modalidades não necessariamente populares por aqui. Depois, pela intensidade impressionante da aplicação das duas atletas. Na prova dos 5km, Ana Marcela Cunha precisou superar 53 adversárias. Na prova dos 25km, que demorou 5h08’03”, precisou sobrepujar 20 rivais. E a competição de Nathalie Moellhausen ostentou, até, um volume muito maior de disputantes: exatas 188.
Voleibol, as meninas do ouro em Pequim/2008
COBEm três outros esportes, coletivos, o Brasil subiu ao topo do pódio com as garotas. Recordista, o Voleibol tem duas medalhas de ouro e duas de bronze nos Jogos Olímpicos. E tem o generoso absurdo de 12 triunfos em Grand Prix. O Basquete levantou um título no Mundial da Austrália, em 1994, apogeu da geração Hortência-Paula. Também o Handebol, de Duda Amorim e Alexandra Nascimento, foi um preciosíssimo campeão no Mundial da Sérvia/2013.
Maria Esther Bueno, dois títulos em Wimbledon
ReproduçãoEmbora a craque Marta tenha levado seis vezes o prêmio de melhor da FIFA, a seleção feminina de Futebol bateu na trave e apenas ficou com uma prata nos Jogos de Atenas, em 2004, e outra nos de Pequim, em 2008. No Tênis, enfim, uma pioneira, Maria Esther Bueno (1939-2018) abiscoitou um Grand Slam de duplas em 1960, venceu duas vezes em Wimbledon e, em duas ocasiões, o US Open. Não foram, de todo modo, torneios equivalentes a um Mundial de verdade. Por isso o significado espetacular do ouro individual que as mulheres arremataram. Eis todas as dignas heroínas, em ordem alfabética:
Ana Marcela Cunha
SátiroSodré/rededoesporte.gov.com
ANA MARCELA CUNHA
Natação de Águas Abertas
De Salvador/BA, 23 de Março de 1993
Com os seus sucessos em Gwangiu, se tornou a principal colecionadora de medalhas da sua modalidade. No Mundial, cinco de ouro: as duas de agora, mais Budapeste em 2017, Kazan em 2015 e Xangai em 2011, todas nos 25km. Ainda tem mais duas de prata e quatro de bronze. Agraciada pelo programa de apoio das Forças Armadas, é Terceiro-Sargento da Marinha do Brasil.
Daiane dos Santos
Reprodução CBG
DAIANE DOS SANTOS
Ginástica Artística
De Porto Alegre/RS, 10 de Fevereiro de 1983
Uma especialista nos exercícios de Solo, carismática e de sorriso cativante, encantou platéias de vários continentes ao som do “Brasileirinho”, choro de Waldir Azevedo. No Mundial, um ouro em Anaheim, Califórnia, EUA, em 2003, mais duas medalhas de prata e três de bronze. Não saboreou, todavia, a mesma alegria em Jogos Olímpicos. Assoberbada por problemas físicos, se submeteu a duas cirurgias no joelho direito e, em 2009, ainda caiu em um exame anti-doping, flagrada pelo uso de uma substância diurética proibida. Transformou-se em comentarista eventual de televisão.
Fabiana Murer
Reprodução CBAt
FABIANA MURER
Atletismo, Salto com Vara
De Campinas/SP, 16 de Março de 1981
Ouro no Mundial Indoor de Daegu, Coréia do Sul, 2010, e no Mundial de Doha, no Qatar, em 2011. Realizou, como a sua melhor marca, 4m87. Desafortunada nos seus três Jogos Olímpicos. Em Pequim/2008, sumiram as suas varas. Em Londres/2012, sofreu com ventos muito fortes. No Rio/2016, convalescente de uma hérnia cervical, não atingiu o índice de classificação.
Letícia Bufoni
Reprodução redbull.com
LETÍCIA BUFONI
Skate, na modalidade Skateboardstreet
De São Paulo/SP, 13 de Abril de 1993
Praticante desde os nove de idade, se profissionalizou aos treze, em Los Angeles, nos Estados Unidos, mesmo sem completar uma única frase em inglês. Campeã, em 2015, do Super Crown de Chicago, o equivalente ao Mundial. Como o Skate agora faz parte, oficialmente, do programa dos Jogos Olímpicos, se tornou uma esperança de pódio em Tóquio/2020.
Maurren Maggi
FolhaPress
MAURREN HIGA MAGGI
Atletismo, Salto em Extensão
De São Carlos/SP, 25 de Junho de 1976
Recordista sul-americana com 7m27, chegou aos Jogos de Sydney/2000 como uma das favoritas ao pódio, talvez ao topo. No entanto, se contundiu. Depois, padeceu com problemas causados pelo uso de uma pomada cicatrizante que continha uma substância vetada pelas normas anti-doping e, embora aceitas as suas atenuantes, recebeu uma suspensão de dois anos. Conquistou a prata num Indoor de Birmingham, Inglaterra, em 2003, e o bronze num de Valência, Espanha, em 2008. Daí, nos Jogos de Pequim, em 2008, cravou um salto de 7m04 logo na sua primeira tentativa e liderou a prova até a derradeira, a sexta, quando a russa Tatiana Lebedeva a assustou com uma performance excelente. Minutos e minutos de medições transcorreram, nervosíssimos, até que a sua marca fosse definida em 7m03. Ouro, por um centímetro de folga.
Mayra Aguiar
Reprodução DIJ
MAYRA AGUIAR
Judô, categoria até 78kg
De Porto Alegre/RS, 3 de Agosto de 1991
Ouro no Mundial de Cheliabinsk, Rússia, em 2014, e no Mundial de Budapeste, em 2017. Prata no Mundial de Tóquio/2010, bronze no de Paris/2011 e no do Rio/2013. Também bronze nos Jogos Olímpicos de Londres/2012 e nos jogos do Rio/2016. Tem a patente de Terceiro-Sargento da Marinha do Brasil.
Natália Falavigna
Esporte Joinville
NATÁLIA FALAVIGNA
Taekwondo, categoria até 72kg
De Maringá/PR, 9 de Maio de 1984
Ouro no Mundial de Madrid/2005. Em outras edições do Mundial, mais três medalhas de bronze. Prejudicada pela arbitragem, também ficou somente com um bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim/2008. Lesionada, optou por não disputar o evento do Rio/2016 e virou comentarista. Talvez ainda retorne, em busca de um pódio no Japão, nos Jogos de 2020, caso recupere a forma física. Promete decidir o seu futuro no começo da próxima temporada.
Nathalie Moellhausen
Reprodução FIE
NATHALIE MOELLHAUSEN
Esgrima, na modalidade da Espada
De Milão, Itália, 1º de Dezembro de 1985
Filha do alemão Philippe Moelhausen com a brasileira Valéria Ferlini, tem dupla-nacionalidade. Começou a sua carreira na Velha Bota e chegou a conquistar uma medalha de ouro e duas de bronze pela equipe “Azzurra”. Em 2012, chegou a desistir do esporte e se tornou modelo das coleções da mãe, uma estilista respeitada na Itália. A própria mãe, no entanto, a estimulou a competir pelo Brasil. Levou, em Budapeste, o primeiro ouro do Brasil num Mundial de Esgrima. Esperança inusitada de pódio em Tóquio/2020.
Poliana Okimoto
Notícias Unisanta
POLIANA OKIMOTO
Natação de Águas Abertas
De São Paulo/SP, 8 de Março de 1983
Ouro nos 10km do Mundial de Barcelona/2013. Prata, também em Barcelona, nos 5km. Mais um bronze nos Jogos do Rio/2016, na distância dos 10km. Uma integrante do programa de apoio das FFAA, é Sargento do Exército.
Rafaela Silva
Esportes R7
RAFAELA SILVA
Judô, categoria até 57kg
Do Rio de Janeiro/RJ, 24 de Abril de 1992
Ouro no Mundial do Rio, em 2013, bisou a performance nos Jogos Olímpicos da mesma Cidade Maravilhosa, em 2016. Também tem duas pratas de Mundial. Integrante do programa de apoio das Forças Armadas, ostenta a patente de Terceiro-Sargento da Marinha do Brasil.
Gostou? Clique em "Compartilhar", em "Twittar", ou deixe a sua opinião em "Comentários". Muito obrigado. E um grande abraço!
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.