Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

No Setembro Farroupilha, só o Inter vai à final da Copa do Brasil/2019

O Rio Grande fantasiava uma decisão entre os seus dois timaços. Todavia, enquanto o "Colorado" batia o Cruzeiro, o Grêmio perdia do Athletico/PR

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

A defesa de Santos, no último dos penais batidos pelo Grêmio
A defesa de Santos, no último dos penais batidos pelo Grêmio A defesa de Santos, no último dos penais batidos pelo Grêmio

Desde 1835, Setembro é um mês de comemorações no Rio Grande do Sul. Naquela ocasião, a então província meridional de São Pedro proclamou a sua independência do Império e se declarou um Estado Republicano. A revolução, de nome Farroupilha, perdurou até 1845, quando um tratado de paz promoveu a reintegração dos rebeldes ao território nacional do Brasil. Brotou daquela epopéia a bandeira tricolor dos gaúchos. Em diagonal, a faixa verde que representa as matas dos seus Pampas, a vermelha que prega a coragem da sua gente, e a amarela que simboliza as riquezas do seu solo. No centro, um brasão exacerba as peculiaridades e honra o 20 de Setembro de 1935.

Um dos símbolos da Revolução Farroupilha
Um dos símbolos da Revolução Farroupilha Um dos símbolos da Revolução Farroupilha

Pois nesta noite de quarta-feira, 4 de Setembro de 2019, ou 184 anos após, no Futebol, o Rio Grande dos gaúchos de hoje teve a chance de estabelecer uma impressionante dominação na Copa do Brasil, a segunda competição mais importante do calendário da CBF. Pela primeira vez, de modo inédito, levaria a uma decisão não regional, seus clubes principais, Grêmio e Internacional, ambos de Porto Alegre. Para tanto, caberia ao “Mosqueteiro” do Sul eliminar o Athletico/PR. E, ao “Colorado”, se livrar do Cruzeiro. Mas, tristeza, infortúnio Farroupilha, a expectativa se esvaiu depressa, na pugna inicial da noite.

A torcida do "Furacão", na Arena da Baixada
A torcida do "Furacão", na Arena da Baixada A torcida do "Furacão", na Arena da Baixada

No prélio das 19h00, em Curitiba, o “Furacão” bateu o Grêmio por 2 X 0. Exatamente o placar que o adversário lhe havia pespegado na ida, na Arena de PoA. Placar que lhe prometia a classificação caso obtivesse um empate na Baixada. Como sucede desde 2017, o regulamento da Copa não prevê o “gol qualificado”, que conta em dobro o registrado em viagem. E também não prevê prorrogações. Num caso de igualdade, uma contenda segue diretamente à loteria dos penais. E nos penais o Athletico venceu por 5 X 4.

O toque de braço que o árbitro Wagner Magalhães ignorou
O toque de braço que o árbitro Wagner Magalhães ignorou O toque de braço que o árbitro Wagner Magalhães ignorou

A luta do “Furacão” em busca de uma reação principiou até antes de o carioca Wagner do Nascimento Magalhães trinar o seu apito inicial. Mesmo escassos, os 1.500 fãs do visitante não puderam levar à Arena os seus instrumentos de percussão. Claro, ficariam com a primazia do barulho os fãs do mandante, a maioria dos 28.841 presentes. Fãs que vibraram quando Wellington, aos 4', desviou, de braço, uma testada de Geromel e Magalhães ignorou a infração, apesar da clareza das imagens do VAR. Então, aos 16’, Bruno Guimarães deu um tiraço no travessão de Paulo Victor e, no rebote, Nikão cravou 1 X 0.

Publicidade
A vibração de Nikão, Athletico 1 X 0
A vibração de Nikão, Athletico 1 X 0 A vibração de Nikão, Athletico 1 X 0

Chocados pelo erro do árbitro e pelo placar, os pupilos de Renato Portaluppi aceitaram a dominação dos rapazes de Tiago Nunes e por muito pouco não tomaram os 2 X 0 ainda no primeiro tempo. Tal gol, porém, surgiria aos 49’, graças à lentidão do lateral Galhardo, a um cruzamento esperto de Rony e a cabeçada poderosa de Marco Rúben. Fazia uma falta enorme, ao elenco de Renato, o seu elétrico atacante Everton Cebolinha, suspenso.

Pior, aos 59’, por uma entrada absurda, um carrinho imbecil em Leo Cittadini, o platino Kanneman mereceu um justo cartão vermelho e relegou os seus desalentados companheiros aos 10 contra 11. Os mais de 30’ restantes se transformaram num ciclone bem ao estilo dos dramas do Caribe. Daí, na loteria dos penais, prevaleceu o arqueiro Santos, um herói do Athletico, que espalmou acrobaticamente a quinta cobrança do Grêmio, por Pepê.

Publicidade
A justa festa do Athletico, na Baixada
A justa festa do Athletico, na Baixada A justa festa do Athletico, na Baixada

No prélio das 21h30, no seu Beira-Rio, diante de 44.420 espectadores, o Inter se desvencilhou da “Raposa” por 3 X 0. E nem necessitaria de tanto empenho. Na ida, em pleno Mineirão, havia cravado 1 X 0 em viagem, queda que custou o cargo de Mano Menezes, agora o treinador do Palmeiras, que acaba de demitir Luiz Felipe Scolari. Uma instigante ironia: os dois são gaúchos. O Mano, de Passo do Sobrado. O Felipão, de um outro Passo, o Fundo. Odair Hellmann, de 42 de idade, comanda o “Colorado” desde Novembro de 2017. Foi Rogério Ceni, de 46, quem substituiu o Mano. Inacreditável coincidência, embora em anos diferentes, 1977 e 1973, ambos são de 22 de Janeiro.

A aparada de Paolo Guerrero, antes dos 2 X 0
A aparada de Paolo Guerrero, antes dos 2 X 0 A aparada de Paolo Guerrero, antes dos 2 X 0

Domínio estéril do Cruzeiro, excesso de toques laterais, e o Inter muito mais eficiente, em especial nos arremates. Mas a vantagem aconteceria já aos 39’. Cruzamento de Nico Lopez, da esquerda, até D’Alessandro, no flanco oposto. A bola alçada na pequena área, o desvio de Dedé, o oportunismo de Guerrero, entre quatro zagueiros, 1 X 0. E o desenho se manteria bastante parecido na segunda etapa, a “Raposa” com o domínio da pelota e o Inter com o controle da partida. Então, aos 69’, de novo Guerrero abusou, belissimamente, do seu talento de artilheiro. Uma pelota de curva, mansamente levantada por Nico Lopez, a aparada no peito do peruano e um bólido de destra, 2 X 0. Enfim, já nos acréscimos, o becão Victor Cuesta, de 50 metros, lançou Edenílson, que invadiu a zaga e, engenhoso, encobriu Fábio, deliciosamente, 3 X 0.

Publicidade
A taça da Copa do Brasil
A taça da Copa do Brasil A taça da Copa do Brasil

Inaugurada em 5 de Fevereiro, a Copa de agora recebeu as inscrições de 91 agremiações: 80 dos 26 Estados e do Distrito Federal e ainda outras 11 – as 8 classificadas à Copa Libertadores e mais 3, as ganhadoras da Série B do Brasileiro, da Copa do Nordeste e da Copa Verde (Norte, Centro-Oeste e Espírito Santo). As 80 se defrontaram em duas etapas de jogos únicos, sempre no campo das menos ranqueadas, as forasteiras com a vantagem do empate, até restarem as 20 da terceira fase. As 10 sobreviventes então se debateram em novos mata-matas, que indicaram as 5 a se acrescentarem àquelas 11, nas oitavas-de-final e, daí, sempre em mata-matas, até as semis. Acrescentadas as desta noite, a Copa/2019 já ostentou 118 partidas em que se anotaram 265 gols, média de 2,25. O “Colorado” apenas levantou um troféu. O “Furacão”, nenhum ainda. Conseguirá? Resposta em 11 e 18 de Dezembro.

Gostou? Clique em “Compartilhar”, ou em “Twittar”, ou deixe a sua opinião em “Comentários”, Muito obrigado. E um grande abraço!

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.