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Memórias da Copa 18: as sínteses das cinco decisões do Século XXI

Da competição da Ásia, Coréia do Sul e Japão, em 2002, triunfo do Brasil de Cafú, dos Rs e do Felipão, até o sucesso da França, na Rússia/2018, os fatos mais significativos e peculiares de cada final

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Copa 2002, Cafú e a homenagem ao seu Jardim Irene
Copa 2002, Cafú e a homenagem ao seu Jardim Irene Copa 2002, Cafú e a homenagem ao seu Jardim Irene

Depois de pouco mais de um mês de viagens através dos escaninhos das lembranças, enfim chega à maioridade, ao seu capítulo 18, esta singela coletânea que eu intitulei de “Memórias da Copa”. Meu percurso se iniciou na minha meninice, com as relembranças eventuais da primeira que vi, em pessoa, apesar da tenra idade, em 1950. E se completa nas sínteses das decisões do Século XXI, do quinto título do Brasil ao segundo da França.

Rivaldo, Ronaldo e a Taça FIFA
Rivaldo, Ronaldo e a Taça FIFA Rivaldo, Ronaldo e a Taça FIFA

CORÉIA DO SUL & JAPÃO/2002 (32 Nações)

Dia 30 de Junho

Brasil 2 X 0 Alemanha

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Yokohama, International Stadium, 60.029 espectadores

Árbitro: Pierluigi Collina (Itália)

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Gols: Ronaldo Nazário/2

Vanderlei Luxemburgo, Candinho Sotto Maior, Émerson Leão, três personalidades diferentes no comando do time do Brasil, e subitamente adveio o temor de que o País não fosse à Copa do Oriente. Bem no meio das eliminatórias a CBF recorreu a Luiz Felipe Scolari, o Felipão. E o elenco dos Rs – o central Roque Júnior, o ala Roberto Carlos, os avantes Rivaldo, Ronaldo Nazário e Ronaldinho Gaúcho – realizaria uma competição quase perfeita, sete sucessos em sete prélios, 18 tentos a favor, e quatro contra, porém. No topo dos artilheiros, Ronaldo, com oito gols. Na final, mesmo sem o meia Michael Ballack, seu melhor jogador, suspenso, a Alemanha teve mais posse de bola, 56%. Sem a eficiência da “Canarinho”, porém, que desperdiçou três chances antes de abrir o resultado, aos 67’, um petardo de Rivaldo que o ótimo Oliver Kahn rebateu mal, diante de Ronaldo. Que dobraria aos 79, ao receber de Kleberson e com um belo drible de corpo se desvencilhar do arqueiro. Cafu, o capitão da “Canarinho” inovou: ao levantar a taça exibiu uma camisa com frase em honra do Jardim Irene, o bairro carente de São Paulo onde havia se originado.

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Fabio Grosso e Gigi Buffon
Fabio Grosso e Gigi Buffon Fabio Grosso e Gigi Buffon

ALEMANHA/2006 (32 Nações)

Dia 9 de Julho

Itália 6 X 4 França (prorrogação e penais)

Tempo normal: 1 X 1

Prorrogação: 0 X 0

Penais: 5 X 3

Berlim, Olympiastadium, 69.000 espectadores

Árbitro: Horácio Elizondo (Argentina)

Gols: Materazzi X Zidane/pen

Penais: Pirlo, Materazzi, De Rossi, Del Piero, Grosso X Wiltord, Abidal, Sagnol

Pelo menos a “Azzurra” de Marcello Lippi não padeceria tanto quando a de 1982, campeã com Enzo Bearzot. Com uma retaguarda primorosa e uma ofensiva suficiente, nas seis pelejas antes da decisão acumulou 11 tentos e sofreu uma única “rete” – um autogol, aliás, do beque Zaccardo. De todo modo, a sua marcha até o título exigiu eficácia e muito coração. Por petulância, na fase das oitavas apenas se safou da retrancadíssima Austrália graças a um pênalti convertido por Francesco Totti aos 95’. E diante da dona da casa, na sua semi, obviamente super-difícil, conseguiu se aliviar somente nos últimos momentos da prorrogação, 119 e 120’, com Fabio Grosso e Ale Del Piero. Na final, a França saiu à frente logo aos 7’, num penal de Marco Materazzi em Malouda, pessimamente apontado pelo mediador mas convertido por Zidane. Materazzi igualou de testada, aos 16, ao desfrutar um cruzamento de Andrea Pirlo. Depois, aos 110’, Zidane acabaria expulso num lance amalucado: furioso por uma suposta provocação de Materazzi, reagiu com uma risível cabeçada no peito do rival. Ironia: quem se equivocou dramaticamente na loteria das onze jardas, David Trezeguet, era um dos artilheiros da Juventus da Itália desde 2000.

As atordoantes Vuvuzelas da África do Sul
As atordoantes Vuvuzelas da África do Sul As atordoantes Vuvuzelas da África do Sul

ÁFRICA DO SUL/2010 (32 Nações)

Dia 11 de Julho

Espanha 1 X 0 Neerlândia (ex-Holanda)

Johannesburg, Soccer City, 84.490 espectadores

Árbitro: Howard Webb (Inglaterra)

Gol: Iniesta

Responsável por La Liga, uma das melhores competições interclubes do planeta, casa do Barça e do Real, duas das mais premiadas agremiações do universo do Ludopédio, enfim na sua 13ª aparição numa Copa, a Espanha chegou a uma grande decisão. A Holanda, que ainda não havia se tornado Neerlândia, atingia, porém, a final. Fôra a vice da Alemanha em 1974 e da Argentina em 1978. E engataria o seu terceiro tombo numa decisão mundial, e isso numa competição de raros atrativos além da barulheira infernal das cornetas, as Vuvuzelas, e dos vôos malucos da pelota oficial, a Jabulani. Com oito gols no seu ativo, a Espanha perdeu da Suíça na estreia por 0 X 1. Diante de Honduras e Chile, ainda na fase de grupos, fez 2 X 0 e 2 X 1. Então, venceu as quatro porfias restantes pelo placar escasso de 1 X 0. A Holanda desembarcou na decisão depois de seis sucessos consecutivos, inclusive sobre o Brasil, 2 X 1 nas quartas de final. Um total de 12 tentos pró e o favoritismo nos boletos dos apostadores. Mas, atuou horrivelmente na porfia decisiva. Arjen Robben, por exemplo, desperdiçou duas chances transparentes nos pés do arqueiro Casillas. E quando a prorrogação parecia fadada a conduzir o jogo ao bingo dos penais, depois de uma longa e paciente troca de passes, aos 116’, Andrés Iniesta escapuliu no rumo da vitória.

A comemoração da Alemanha no Maracanã
A comemoração da Alemanha no Maracanã A comemoração da Alemanha no Maracanã

BRASIL/2014 (32 Nações)

Dia 13 de Julho

Alemanha 1 X 0 Argentina (prorrogação)

Tempo normal: 0 X 0

Prorrogação: 1 X 0

Rio de Janeiro, Maracanã, 74.738 espectadores

Árbitro: Nicola Rizzolli (Itália)

Gol: Goetze

Antes da decisão do Maracanã, em 2014, dois confrontos já tinham se repetido na História da Copa. Brasil X Itália, com dois triunfos do Brasil, 4 X 1 no México/70 e 3 X 2 nos penais dos EUA /94. E Argentina X Alemanha, cada qual um sucesso, a “Albiceleste” 3 X 2 no México/86, e a “Mannschaft” 1 X 0 na Itália/90. Numa decisão tão ruim, tão medíocre, como as pelejas de 90 e de 94, a Alemanha ganhou por 1 X 0, lance de dois suplentes, cruzamento de Andre Schuerrle, que entrara aos 30’ no lugar de Kramer que tinha substituído Khedira, lesionado no aquecimento, e arremate de Mario Goetze, que entrara aos 87’ no posto de Miroslav Klose. Restou para as calendas, no entanto, a semifinal de antologia em que, no Mineirão, a Alemanha sapecou 7 X 1 no Brasil de novo sob o treinador de 2002, o Felipão.

A comemoração da França no Luzhniki
A comemoração da França no Luzhniki A comemoração da França no Luzhniki

RÚSSIA/2018 (32 Nações)

Dia 15 de Julho

França 4 X 2 Croácia

Moscou, Luzhniki Stadiun, 78.011 espectadores

Árbitro: Néstor Pitana (Argentina)

Gols: Mandzukic/con, Griezmann, Pogba, Mbappé X Perisic, Mandzukic

Quase cinco décadas depois de Brasil 4 X 1 Itália, no México/70, outra final absolutamente unilateral em que “Les Bleus” não propiciaram qualquer possibilidade de vitória à estóica Croácia. Não apenas por superioridade técnica. Mas, também, e talvez principalmente, porque a Croácia advinha de três prorrogações e de duas disputas de penais : Dinamarca 1 X 1 e 3 X 2, Rússia 2 X 2 e 4 X 3, e Inglaterra 2 X 1. Sem dizer que entrou no Luzhniki com cinco titulares esbagaçados por contusões. De todo modo, a França apenas abriu o marcador num infortúnio do atacante Mandzukic, contra as redes de Subasic, aos 18’. E Perisic igualaria aos 28. Depois, todavia, Perisic desviaria uma bola com a mão, aos 38, um pênalti que Griezmann converteu. E a Croácia desmilinguiu. Aos 59 Paul Pogba acertou um petardo indefensável. E aos 65 Mbappé cravaria os 4 X 1 ao seu estilo, na penetração. A Croácia só diminuiria num fricote do arqueiro Lloris, que aos 69’ tentou driblar Mandzukic e lhe passou a pelota. Cena emblemática das tribunas, Emmanuel Macron, o presidente da França, a consolar, num terno abraço, Kolinda Grabar-Kitarovic, presidente da Croácia.

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