Desde o dia 1º de Outubro de 2018 até o dia 10 de Abril de 2019, e através de 82 jornadas, aconteceu a temporada regular da NBA, a entidade que coordena o Basquete no Canadá e nos Estados Unidos. E, ao se encerrarem as 82, congregados os 15 integrantes da Conferência Leste e os 15 da Oeste, a liderança da tabela geral de classificação coube aos Milwaukee Bucks, com 60 triunfos. Logo a seguir, na Leste, se colocaram os Toronto Raptors, com 58. Na Oeste, arrebataram a primazia os Golden State Warriors, com 57.
Na decisão da Oeste, uma varrida de 4 X 0, os Warriors se desvencilharam dos Portland Trail Blazers e agora, de camarote, aguardam a solução da Leste, entre os Bucks e os Raptors. Até aqui, nos mata-matas dos “playoffs”, os Bucks despediram os Detroit Pistons (4 X 0) e os Boston Celtics (4 X 1). Os Blazers, o Orlando Magic (4 X 1) e os Philadelphia 76ers (4 X 3). Por se tratar, sempre, de uma melhor-de-sete jogos, o elenco de performance superior na temporada regular principia cada série com duas partidas em sua casa. Então, no caso de igualdade por 3 X 3, disputa a porfia derradeira dentro de seus domínios.
Especificamente na sua batalha contra os Raptors, até esta quinta-feira, 23 de Maio, os Bucks haviam superado os rivais nos cotejos do seu Fiserv Forum, 108 X 100 e 125 X 103. E então, na sua Scotiabank Arena, os Raptors haviam devolvido as derrotas por 118 X 112 e 120 X 102. Indicava a história do atual torneio que o time do Wisconsin, EUA, exerceria o seu direito de hospedagem com a mesma galhardia que habitualmente exibe aos 17.500 fãs do Fiserv. E que mais se aproximaria de uma taça que não abiscoita desde 1971. Taça que Toronto, Canadá, antes, sequer roçou. Mas, desta vez, os Raptors, sediados do outro lado dos Grandes Lagos, chegaram mais perto ao fazerem 105 X 99.
Eventualmente, os números podem mentir. Mas, sempre podem funcionar como bons indicadores de tendências. Na temporada regular, no Fiserv, em 41 jogos, os Bucks acumularam 33 vitórias. Nos “playoffs”, tinham obtido 6 em 7 prélios. Paralelamente, nos mesmos 41 confrontos da temporada regular, como visitantes, os Raptors até que tinham somado boas estatísticas: 26 sucessos. E depois, já nos “playoffs”, 5 em 8 viagens. Que aconteceria, nesta quinta-feira? Milwaukee preservaria a sua sede, repleta de gente esperançosa? Ou seria o Fiserv expugnado por uma arrebatadora exibição de Toronto?
E haveria outras dúvidas a se dirimirem no Forum. Qual dos treinadores, Mike Budenholzer, dos Bulls, ou Nick Nurse, dos Raptors, cometeria mais tolices? O portentoso Giannis Antetokounmpo, de Milwaukee, resgataria diante dos seus torcedores o fulgor que se apagou nos combates na quadra do inimigo? E os craques do adversário, Kyle Lowry e Kawhi Leonard, respectivamente, superariam as suas contusões de polegar esquerdo e de joelho direito?
Ironicamente, Nurse e Budenholzer fugiram das tolices ao adotarem, ambos, o estilo adotado por Steve Kerr nos Warriors. Nunca se atrasar numa pedida de tempo. Nunca depender de um ou outro atleta, por mais qualidade que ele ofereça, seja DeMarcus Cousins, Kevin Durant ou Andre Iguodala, os seus presentemente lesionados. Utilizar ao máximo o rodízio dos reservas, mesmo que inúmeros ainda se mostrem inexperientes. Pois o conceito funcionou, adequadamente. Coadjuvantes como Fred VanVleet, Norman Powell e Pascal Siakan, dos Raptors, e Eric Bledsoe e Malcolm Bragdon, dos Bucks, cumpriram além do sonhado as suas tarefas ao redor dos dois monarcas.
Só que o cotejo obedeceu a uma norma que é padrão, é tradição, na NBA, principalmente em circunstâncias de equilíbrio básico. O placar lá e cá, até que desponte a perspectiva efetiva de um triunfo nos 120 segundos derradeiros. Resultado de 96 X 95 em favor de Toronto. Então, em lances livres de Leonard e de Norman Powell, mais rebotes ofensivos dos Raptors, ao restarem 34”7, graças ao até ali apagado Marc Gasol, os visitantes subiram a 100 X 97. Drama. Posse de bola dos Bucks, escassos 26”1 e Bragdon desperdiçou um ataque, pateticamente. Daí, aos 16”3, numa enterrada de Siakan, Toronto 102 X 97.
Budenholzer reclamou que os árbitros não apontaram uma falta contra o seu próprio time. Claro, existisse uma infração, a cesta não valeria e o reloginho não galoparia. Protesto inútil. Toronto ainda ampliaria o resultado para 105 X 99 e registraria três vitórias consecutivas na série. A primeira longe de casa.
A batalha retorna à Scotiabank Arena em 48 horas, no sábado, 25. Pela TV, o time dos Warriors torcerá para que aconteça, também, uma sétima porfia, no Fisery Forum dos Bucks, na segunda, 27. Qualquer que seja o sobrevivente, ou Toronto ou Milwaukee, estará bem desgastado na abertura da guerra pela taça, dia 30. E Steve Kerr, que já recuperou o dolorido Andre Iguodala, ainda testemunha com prazer a retomada dos treinos por DeMarcus Cousins, e a possibilidade, já cristalizada, de plenamente re-escalar Kevin Durant.
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