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Depois de um último susto, rota livre para o retorno do Calcio

Horas antes do prazo marcado para a decisão do Ministério do Esporte, surgiu um suspeito de infecção no Bologna. Alívio. Era mais um rebate falso.

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Rota livre, a Bota retorna aos estádios
Rota livre, a Bota retorna aos estádios Rota livre, a Bota retorna aos estádios

Sinal verde, fumaça branca. Enfim, um acordo entre as entidades formais e informais, as abstratas e as concretas, os seres humanos de plantão etcetera e tal. Na Velha Bota a pelota voltará a rolar nos gramados, no final de semana de 13 e 14 de Junho, com os cotejos pendentes da Copa Itália, Napoli X Internazionale e Juventus X Milan. Daí, a partir do dia 20, recomeçará o Campeonato Nacional, ainda com 124 pelejas a resgatar. Assim determinou, Vincenzo Spadafora, o Ministro da Juventude e do Esporte.

Spadafora, o Ministro do Esporte, de novo um sorriso
Spadafora, o Ministro do Esporte, de novo um sorriso Spadafora, o Ministro do Esporte, de novo um sorriso

Quase, porém, o sonho coletivo de se aplaudir o resgate do Calcio não se realizou. Quase, por um triz. E por causa do décimo classificado entre vinte clubes, um time com apenas 34 pontos em 72 disponíveis, 29 atrás da líder Juventus e 9 à frente da zona de rebaixamento à segunda divisão: o Bologna. É. Assombrava o elenco da Emília-Romagna a responsabilidade de evitar que o certame de 2019/2020 retornasse à sua normalidade.

O CT do Bologna, em Casteldebole
O CT do Bologna, em Casteldebole O CT do Bologna, em Casteldebole

Nesta quinta-feira, dia 27 de Maio, enquanto se realizava, virtualmente, uma reunião fundamental entre a Liga de Clubes da Série A e a Federcalcio, a assembléia destinada a formatar os protocolos que orientariam, logo a seguir, a posição Ministério, no seu CT de Casteldebole, junto à Autostrada Adriática A-1, depois dos seus primeiros coletivos em três meses, os atletas do time “rossoblù”, apelidados de ”Galgos”, tinham se re-obrigado aos exercícios individuais. Todos já haviam superado três exames de contágio pelo Coronavírus e, assim, já se consideravam livres da pandemia. Mas, azar, na tarde da quarta-feira, um dos integrantes do “staff” da agremiação acusara sintomas da Covid-19 e se submetia a testes mais extensos. Uma eventual recidiva significaria um novo e cruel isolamento, por outras duas semanas.

Gravina, da Federcalcio, enfim, o alívio
Gravina, da Federcalcio, enfim, o alívio Gravina, da Federcalcio, enfim, o alívio

A dramática informação não impactou somente os atletas, os funcionários e os cartolas dos “Galgos”. Chocou muito mais a Gabriele Gravina e Paolo Dal Pino, os respectivos presidentes da Federcalcio e da Liga. Poucas horas antes, numa entrevista dominada pela apreensão, Gravina havia observado: “Caso os jogos não recomecem o mais rápido possível, o Calcio sofrerá prejuízos irreparáveis. Até aqui nós perdemos 500 milhões de Euro [que equivalem a 2,9 bilhões de Reais]. E também precisamos proteger 100 mil empregados, 1,4 milhão de federados, um faturamento da ordem dos 4,7 bilhões [27 bilhões de Reais].” E Dal Pino arrematou: “Isso, sem falar no valor moral e psicológico do Futebol como um instrumento de união numa crise.”

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Dal Pino, da Liga de Clubes da Série A
Dal Pino, da Liga de Clubes da Série A Dal Pino, da Liga de Clubes da Série A

E não se trata de uma tristeza essencialmente estimulada por motivos comerciais e/ou financeiros. Foi digníssima, desde a eclosão da pandemia, a postura dos dirigentes do Calcio. Obviamente, a Covid-19 transtornou o cotidiano da Velha Bota, tumultuou costumes e relacionamentos. Ao mesmo tempo, todavia, acendeu na nação a chama da solidariedade e do compromisso social. A federação, por exemplo, não hesitou em transformar o Centro Técnico de Coverciano, subúrbio de Florença, num inusitado QG para as entidades da Defesa Civil. Inclusive idealizou, nas suas “Redes Sociais”, o endereço #ScudettoDelCuore, de modo a premiar, com o mesmo símbolo que homenageia os campeões, as iniciativas benemerentes e as categorias profissionais que se empenharam na luta contra o vírus.

De novo a alegria nos campos da Bota
De novo a alegria nos campos da Bota De novo a alegria nos campos da Bota

Num momento de melancolia incontida mas de profunda beleza, Gravina chegou a citar o estupendo escritor Jorge Luís Borges (1899-1986), que nem era um fã do esporte: “Cada vez em que um moleque chuta qualquer coisa pela rua, ali recomeça a história do Futebol.” E enfatizou a sua importância na Bota: “A cada ano, na Itália, se disputam 570.000 partidas oficiais. Ou, 1.600 por dia. Uma a cada 55 segundos. Só nós, na FIGC, respondemos por 24% de todos os atletas federados em todas as 44 entidades que se integram ao CONI [o Comitê Olímpico]. E, daqueles 4,7 bilhões de Euro que já citei, 23% provém dos amadores e dos jovens para quem o Calcio é uma paixão.” Por volta do “mezzogiorno” da Bota, 12h00, no entanto, saíram os resultados dos novos exames: tudo negativo. Pena que o Bologna mantenha em segredo o nome do suspeito que, num átimo, virou herói. O Calcio deveria homenageá-lo.

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