Os torcedores do Palmeiras não admitem a verdade. Mas, é uma realidade indebatível que o “Verdão” se originou de uma dissidência do Corinthians. Em Agosto de 2014, os alemães já tinham o seu Germânia, os britânicos o seu Mackenzie, e o Corinthians, que surgira em 1910 sob a inspiração de peninsulares como Miguel Battaglia, Rafael Perrone e Alexandre Magnani, escancarava as suas portas a pessoas de todas as raízes étnicas.
Insatisfeitos, amigos italianos de Magnani e de Battaglia, liderados por Vicente Ragognetti e por Luigi Cervo, dois funcionários das alentadas Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, instalaram formalmente o seu cisma. No dia 14, com a data de 13, o “Fanfulla”, periódico da colônia, publicou uma conclamação aos interessados na criação de um clube de Futebol. E já no dia 26, inclusive com o apoio oficial do Cônsul da nação da Velha Bota e com Ezequiel Simone na sua presidência, o Palestra Itália nasceu.
Paralelamente nasceu, também, a rivalidade radical que, por exemplo, a CNN, rede multinacional de jornalismo, em 2006 considerou a nona maior no planeta e a segunda nas Américas, apenas atrás de Boca Juniors X River Plate na Argentina. De todo modo, uma rivalidade que, depois da dissidência, ainda demoraria três anos até inaugurar a sua história no gramado. Em 5/5/17, no Parque Antártica, por 3 X 0, no ainda incipiente Campeonato Paulista daquela época, o anfitrião Palestra Itália destruiu uma série invicta de 25 pelejas do Corinthians e acendeu o estopim que se estica até hoje.
Neste sábado, na sua Arena ainda-sem-nome de Itaquera, o “Mosqueteiro” tentará preservar a pureza estatística que definiu em 2017, durante o Centenário do duelo: em três prélios, três vitórias, 1 X 0 no Paulista, 2 X 0 e 3 X 2 no Brasileiro em que garantiria o seu título de número 7. No total, entre aquele 5 de Maio de 1917 e os 3 X 2 de 5 de Novembro, o Corinthians e o Palmeiras se digladiaram em 355 oportunidades. O “Verdão” leva uma vantagem insignificante de triunfos, 125 a 123. Porém, uma folga maior nos tentos anotados, 514 contra 476. No Paulista, ao contrário, tem vantagem o “Mosqueteiro”, 75 sucessos a 69, embora perca nos tentos, 278 a 296.
Coube ao Palmeiras, aliás, a maior goleada da antologia do confronto que o enciclopédico jornalista Thomaz Mazzoni (1900-1969) batizou de “Derby”. Em outro dia 5, no caso de Novembro de 1933, pelo certame Estadual que se superpunha ao Torneio Rio-São Paulo, o Palestra Itália sapecou 8 X 0 no Corinthians. Cujo resultado mais volumoso, 5 X 1, ocorreu em 1º de Agosto de 1982, pelo Estadual, quando um certo Walter Casagrande Junior, ao lado do saudoso Dr. Sócrates, registrou três.
No combate deste sábado se espera um novo recorde de torcedores na Arena do “Timão”. O volume de público deverá superar os 46.090 pagantes e os 46.493 presentes que testemunharam, precisamente, os 3 X 2 de 2017.
Gostou? Clique em “Compartilhar”, em “Tuitar”, ou deixe a sua importante opinião em “Comentários”. Um grande abraço! E muito obrigado!