Neymar: obrigação do hexa, da Champions. Família no Instagram. Pressão demais
Reprodução/InstagramSão Paulo, Brasil
A França dominava as ações, em Berlim.
Tinha a coragem de atacar, pressionar a Itália.
Possuia a equipe mais forte e o melhor jogador da Copa de 2006.
Zinedine Zidane.
Aos 34 anos, ele sabia estar fazendo a sua última partida, de uma carreira fabulosa.
A final do Mundial da Alemanha estava empatada em 1 a 1, gol seu, de pênalti. Mesmo veterano, ele era o ponto forte francês, com toques refinados, visão de jogo fabulosa. O meia já havia humilhado o Brasil, nas quartas-de-final.
O violento e provocativo zagueiro Marco Materazzi era um colecionador de cartões vermelhos.
O treinador Marcello Lippi, conhecido por planos táticos intensos, campeão da Champions, Mundial de Clubes entre inúmeros títulos, não pensou duas vezes. Mandou que Materazzi acompanhasse Zidane, por todo o gramado.
Foi assim até que, aos quatro minutos da prorrogação, o francês se cansou e perguntou em italiano, já que foi jogador da Juventus vitoriosa de Lippi.
"Você não sai de perto de mim. Depois te dou a minha camisa", provocou.
Era o que Materazzi precisava.
A resposta foi um torpedo.
"Eu prefiro a p... da sua irmã, Lila."
O zagueiro sabia o nome, já que ela havia casado um mês antes da Copa, muito próxima de Zinedine, cuidava de seus patrocínios. E, principalmente, o quanto Zidane considerava sua família 'sagrada'.
O melhor jogador da história da França tremeu ao ouvir a provocação.
A resposta foi suicida.
Deu uma violenta cabeçada no peito do forte Materazzi, que não reagiu.
Ficou rolando no gramado, satisfeito.
Sorriu ao ver Zidane expulso pelo árbitro argentino Horácio Elizondo.
O time de Raymond Domenech ficou destruído psicologicamente.
Parou de atacar. Perdeu o título nos pênaltis: 5 a 3 para a Itália.
Mesmo assim, Zidane foi escolhido o melhor da Copa.
Mas encerrou sua brilhante carreira naquela final, de maneira vexatória.
De nada adiantou a vivência dos 34 anos.
Essa história tem de ser relembrada.
Porque não é nada fácil ser jogador de futebol da elite, disputar uma Copa.
Ainda mais ser a principal esperança de um país pentacampeão que completará 20 anos em um Mundial, em 2022, no Qatar.
E está cada vez mais difícil ser Neymar da Silva Santos Júnior.
O menino humilde que nasceu em Mogi das Cruzes, adorava a praia do Suarão e se transformou no jogador mais caro de todos os tempos, comprado pelo PSG por 222 milhões de euros, cerca de R$ 1,2 bilhão.
Tem 137 milhões de seguidores no Instagram. 59 milhões no Facebook. 46 milhões no Twitter.
São 242 milhões de seguidores nas três principais redes sociais.
Ele os alimenta com fotos. Não só dele, como de sua família, de seus parças. E ainda fatura com publicidade.
Neymar pai com a boca manchada de batom. Exposto no Instagram
Reprodução/InstagramA superexposição é algo assustador.
O mundo acompanhou o nascimento do seu filho como uma namorada, as idas e vindas com a atriz global Bruna Marquezine, suas farras, as contusões, os Carnavais, as conquistas com o Barcelona, os fracassos na Champions com o PSG.
A conquista da inédita medalha de ouro olímpica.
A acusação de estupro. As derrotas com o Brasil nas Copas. A terrível contusão em 2014. As patéticas simulações em 2018.
Já é uma carga psicológica imensa ser julgado por seus atos.
Por mais que assessores sejam encarregados de disfarçar, tirar todos os comentários negativos sobre os atos de Neymar.
Além disso, há os jornalistas que seguem cada passo do mais midiático jogador da história do Brasil.
Nadine com o namorado, 29 anos mais jovem. Foto no próprio Instagram
Reprodução/InstagramNeymar não terminou o ensino médio, antigo Segundo Grau. A prioridade de sua vida, desde menino pobre, criado na Praia Grande, sempre foi o futebol.
Diante de tanta responsabilidade e cobrança, ele usa os amigos para conversar, desabafar, chorar, comemorar.
"Psicólogo? Para quê? Não sou louco", diz, quando perguntado sobre se não seria melhor ter uma ajuda psicológica para seguir sua vida de astro mundial.
Seu patrimônio cresce rapidamente. Caminha a passos largos para ser o primeiro jogador de futebol do Brasil a ter seu bilhão de reais.
A caminho dos 29 anos, vive sob holofotes e cobranças intensos, nunca vistos no futebol deste país subdesenvolvido, do Terceiro Mundo.
Não bastasse tudo isso, Neymar tem de lidar com algo muito delicado e que poderia ser evitado.
Neymar e o namorado da mãe. Cinco anos mais novo do que ele
Reprodução/InstagramA superexposição de sua família.
The New York Post, The Sun, L' Equipe, Mundo Deportivo, Marca, As, Olé e inúmeros veículos de comunicação do planeta publicam desde segunda-feira, detalhes do namoro da mãe de Neymar, Nadine, com um rapaz cinco anos mais novo que o filho famoso.
Nadine, 29 anos mais velha, fez questão de postar foto ao lado do modelo Tiago Ramos.
Foi ela quem deu a pauta aos portais, jornais e tevês.
A partir da foto colocada no seu Instagram, repórteres trataram de descobrir quem era o seu namorado.
Os pais de Neymar estão separados desde 2016, depois de 25 anos de casados.
Como era de se esperar, houve uma devassa na vida de Tiago.
Inclusive sexual.
Seus namoros se tornaram públicos.
Inclusive com homens.
O próprio cozinheiro de Neymar é apontado como um deles.
Com direito a fotos.
O jogador postou publicamente:
"Seja feliz, mamãe. Te amo".
O pai e empresário de Neymar colocou e-mojis de palmas para a ex-esposa com o namorado.
Ele já apareceu posando para fotos com a boca borrada de batom.
A imprensa espanhola publicou que o batom pertencia a Amor Romeira, ex-BBB do país europeu.
Rafaella expõe também seus relacionamentos. Aqui, com o ex-Gabigol
Reprodução/InstagramA irmã Rafaella também usa as redes sociais para mostrar seus envolvimentos amorosos. Os jogadores Lucas Lima e Gabigol foram relacionamentos assumidos publicamente.
Ninguém está fazendo nada de mal.
Porém, jamais qualquer família de um atleta de elite do Brasil ficou tão exposta.
De livre e espontânea vontade.
As principais fotos das trajetórias social e amorosa de Neymar pai, Nadine e de Rafaella não foram de paparazzi.
Mas dos próprios celulares.
Cabe ao principal jogador de futebol desta geração administrar psicologicamente tudo o que o cerca.
As cobranças dentro e fora do campo na carreira.
Que já eram imensas sobre seus atos.
Como vencer a Champions com o PSG.
E o hexa com a seleção brasileira.
Sem abrir mão das farras, da esbórnia.
Agora, também responde pelos familiares.
Todos estão expostos para julgamentos das redes sociais.
Elas costumam ser cruéis.
Não são só fãs que acompanham essas situações.
Jogadores de futebol adversários também.
Dentro do gramado, as provocações ao pé do ouvido costumam ser as piores possíveis.
A família Silva expõe sua vida.
Tem todo o direito.
Mas é uma situação delicada.
Ninguém comenta, escreve, elogia, critica, crucifica Nadine, senhor Silva ou Rafaella.
Mas estão sendo julgados a mãe, o pai e a irmã de Neymar.
Ele que tenha equílibrio psicológico, força mental nos jogos importantes que terá pela frente.
Zidane não suportou a provocação sobre sua irmã. Expulso no final da Copa
Reprodução/InstagramA provocação é arma corriqueira de adversários menos talentosos.
E para inúmeros, não há limites, ética para desequilibrar um rival.
Talvez esteja na hora de Neymar descobrir.
Se fortalecer.
Psicólogos não são só para 'loucos'.
Em dúvida, pergunte a Zidane.
Ou melhor, a Materazzi...
Namorado da mãe de Neymar era atacante e rodou Brasil e Espanha
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