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Rony e Scarpa. Proteção para um. Desprezo para o outro. Capitalismo

Jamais Luxemburgo escalou um atacante 22 vezes até marcar um gol, como fez com Rony. E nem forçou um meia a atuar na ponta, como Scarpa

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Luxemburgo. Toda a proteção para o 'investimento' Rony. 22 jogos para marcar um gol
Luxemburgo. Toda a proteção para o 'investimento' Rony. 22 jogos para marcar um gol Luxemburgo. Toda a proteção para o 'investimento' Rony. 22 jogos para marcar um gol

São Paulo, Brasil

"Essa é uma pergunta para outro dia.

"Quero falar do jogo.

"Uma vitória convincente

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"Que os jogadores tiveram uma grande atuação."

Foi dessa maneira brusca, que Vanderlei Luxemburgo fugiu da pergunta sobre Gustavo Scarpa, ontem, após a vitória por 5 a 0 contra o fraquíssimo Bolívar, na arena palmeirense.

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Em compensação, fez questão de falar sobre Rony e seu primeiro gol.

"A gente vem fazendo as coisas e tem que ter calma. Às vezes as pessoas querem que a gente faça algumas coisas no momento em que elas não podem ser feitas.

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"Saber que momento você pode arriscar alguma coisa, colocar um jogador, dar a oportunidade como foi dado ao Rony lá na Bolívia.

"Como foi dado ao Rony de novo hoje, pra que ele pudesse mostrar sua cara, recuperar conseguir fazer um gol."

Há uma diferença absurda no tratamento de Luxemburgo em relação a Rony e a Scarpa. Por um motivo muito simples.

O Palmeiras pagou R$ 28 milhões pelo atacante que veio do Athletico Paranaense. E R$ 6,7 milhões pelo meia-atacante.

Na atual filosofia de Mauricio Galiotte, o Palmeiras compra ou lança jogadores jovens para revendê-los à Europa. Os jogadores mais velhos, rodados, como Ramires e Felipe Melo, eventualmente, Hulk, serão exceções.

Acontece que Luxemburgo sabe que o elenco palmeirense é desequilibrado. Na ansiedade antropofágica de Alexandre Mattos, vieram vários meias com características parecidas.

Luxemburgo muito claro com Scarpa. Ou jogava improvisado na ponta, ou não jogava
Luxemburgo muito claro com Scarpa. Ou jogava improvisado na ponta, ou não jogava Luxemburgo muito claro com Scarpa. Ou jogava improvisado na ponta, ou não jogava

Gustavo Scarpa, Lucas Lima, Raphael Veiga e Zé Rafael sobraram.

O venezuelano Guerra mostra a todos que o Palmeiras não tem problemas para lidar com atletas que não renderam o que se esperava. E nem aceitam rescisão de contrato. Ele segue treinando separado desde o início do ano. Não fez uma partida sequer em 2020. Recebe em dia seus R$ 250 mil mensais. Será assim até dezembro, quando o contrato acabar.

Gustavo Scarpa recebe cerca de R$ 400 mil mensais.

Tem contrato até o final de 2022.

Não conseguiu se firmar no Palmeiras, não teve tantas chances como Rony. E em grande parte das vezes que jogou, foi improvisado.

Luxemburgo tem plena consciência que onde Scarpa mais rende é o lugar no gramado reservado para Lucas Lima e Raphael Veiga. E ele tentou fazer do canhoto meia, um ponta direita. O resultado foi péssimo. Desagradou ao técnico e ao jogador.

A situação perdura desde o início do ano, quando Luxemburgo começou a trabalhar. E chegou ao limite.

Com a insatisfação dos dois, Scarpa não deverá ser mais utilizado. E o clube fará todo o possível para negociá-lo.

Enquanto isso, Rony que foi um pedido insistente de Luxemburgo, precisava 'dar certo'. Por isso as 21 partidas seguidas, 16 como titulares, sem marcar um gol sequer. Até que fez ontem o seu, contra os fraquíssimos e, desgastados fisicamente, bolivianos.

O último gol do jogador, antes de ontem, foi em outubro de 2019, diante do Internacional, defendendo o Athletico Paranaense.

Ronielson da Silva Barbosa tem 25 anos e foi comprado como investimento, para ser revendido à Europa, em dois anos, pelo planejamento palmeirense. Ainda mais sem Dudu, ele seguirá tendo todas as chances possíveis.

Já Scarpa é escravo das circunstâncias.

Não teve o espaço e nem as chances que sonhava no Palmeiras. Ele chegou ao clube em dezembro de 2018, rompido com o Fluminense. Um mês antes, muito mais badalado, R$ 1 milhão por mês, entre luvas e salários, Lucas Lima havia assinado seu contrato de cinco anos.

Guerra. Treinando sozinho, separado dos outros jogadores. Até acabar seu contrato
Guerra. Treinando sozinho, separado dos outros jogadores. Até acabar seu contrato Guerra. Treinando sozinho, separado dos outros jogadores. Até acabar seu contrato

Com o apadrinhamento empresarial do pai de Neymar, com quem a diretoria segue com ótimo relacionamento, sonhando em ter o midiático jogador, quando resolver voltar ao Brasil, dentro de quatro ou cinco anos.

A situação para ser resumida é simples.

Rony seguirá tendo todas as chances para 'dar certo', se valorizar.

Em quarenta anos como técnico, jamais Luxemburgo escalou um atacante 22 vezes até que marcasse um gol.

Jamais.

E se precisar, fará a mesma coisa outra vez com Rony.

Por outro lado, o espaço de Scarpa acabou no Palmeiras.

O clube fará o possível para negociá-lo.

Onde ele mais rende, fazia partidas impressionantes no Fluminense, está proibido de atuar.

Do meio para a esquerda na intermediária ofensiva, há outros donos.

Que são mais importantes no organograma palmeirense.

Principalmente Lucas Lima.

Por isso, Luxemburgo evita esse assunto.

Sonha que Scarpa aceite propostas periféricas que chegaram até ele.

Do mundo árabe, da Europa Oriental, da China.

Sair é o caminho para Scarpa.

E jogar, mesmo não jogando bem, o destino de Rony.

Por isso, Luxa foge do tema...

Este um pequeno exemplo do capitalismo no futebol.

Qualquer dúvida, perguntar ao meia Guerra.

Melhor jogador da Libertadores de 2016.

Pena que ele não possa responder...

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