São Paulo, Brasil
Em setembro, há quatro meses, Rony era ridicularizado.
Pela torcida do Palmeiras.
Não havia feito nenhum gol pelo clube.
Chegava antes nas jogadas, por sua velocidade, mas não sabia o que fazer.
Se chutava, passava, cruzava.
Era a personificação da insegurança.
O Palmeiras venceu uma disputa enorme com o Corinthians.
O jogador importante para a temporada no Parque São Jorge era Rony, não Luan.
Só que a cúpula do Palmeiras estava convencida que ele seria fundamental ao clube na luta pela Libertadores.
Ele atuaria pelo lado esquerdo e Dudu, pelo direito.
A diretoria palmeirense já buscava o jogador do Athletico Paranaense quando Vanderlei Luxemburgo foi contratado.
O investimento foi alto.
Seis milhões de euros, atuais R$ 39 milhões.
Ele chegou em fevereiro.
A visão ultrapassada de futebol de Luxemburgo o atrapalhou.
O treinador queria que o time tocasse a bola em demasia, o que travava a principal característica do jogador, a velocidade.
Daí seu fracasso inicial.
Com direito a críticas pesadas da torcida e da imprensa.
Mesmo no Conselho Deliberativo palmeirense.
As queixas eram imensas.
O jogador se mostrava cada vez mais inseguro, perdido na falta de objetividade do time de Luxemburgo.
Seu primeiro gol só aconteceu em setembro.
A vida de Rony só mudou de vez quando o Palmeiras se livrou de Luxemburgo, em outubro.
O mandou embora e contratou Abel Ferreira.
"O professor Abel tem muita confiança em mim. E o time todo está rendendo. Estudamos muito nossos adversários. Sabemos o que temos de fazer em campo", elogia o atacante, empolgado.
Não é para menos.
Rony conseguiu não só ganhar a confiança dos torcedores.
Seu desempenho em campo é impressionante.
Principalmente na Libertadores.
Ele já tem números para ser escolhido como o melhor jogador da competição.
A Conmebol detalha seu desempenho ofensivo na Libertadores.
E há a comparação com os últimos anos.
2020 - Rony (Palmeiras) - 12 (5 gols e 7 assistências)
2019 - Bruno Henrique (Flamengo) - 11 (5 gols e 6 assistências)
2018 - Borja (Palmeiras) - 9 (9 gols, nenhuma assistência) e Morelo (Santa Fé-Colômbia) - 9 (9 gols, nenhuma assistência)
2017 - Chumacero (The Strongest-BOL) - 10 (8 gols e duas assistências) e Alonso (The Strongest-BOL) - 10 (cinco gols e cinco assistências).
2016 - Sosa (Pumas-MEX) - 10 (8 gols e duas assistências).
Os números são impressionantes.
Porque ainda faltam uma ou até duas partidas na competição, caso o Palmeiras seja finalista.
Situação que tem tudo para coroar o plano de Mauricio Galiotte.
O presidente palmeirense contratou o jogador com a certeza de que poderia fazer dinheiro com ele.
Valorizá-lo e vendê-lo para a Europa.
Mas o assunto é proibido até terminar a Libertadores.
E também o Mundial de Clubes, caso o clube vença a competição sul-americana.
Bastaram dois meses e meio, desde a chegada de Abel Ferreira, que enxergou o potencial de Rony pela direita, pela esquerda, ou até como falso centroavante.
Sempre com opções definidas, antes mesmo de a bola chegar.
E a vida do jogador mudou.
Se em setembro de 2020, alguém tivesse a coragem de apostar em Rony como o melhor jogador da Libertadores, seria considerado um péssimo piadista.
Mas tudo o que aconteceu foi só a comparação do trabalho de um treinador ultrapassado e outro moderno.
Os números da Conmebol se dobram ao paraense Ronielson da Silva Barbosa.
Ele já é o melhor jogador da Libertadores de 2020.
E seus números podem até aumentar.
Galiotte lembra de quem desprezou a contratação.
E sorri...
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