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Rejeição à volta de Pato. Pressão das organizadas. Clima ruim com jogadores. Sombra de Dorival. Fracassos. Ceni à beira da demissão

Maior ídolo do São Paulo vive seu pior momento desde a volta ao clube. Direção fortemente pressionada para demitir Ceni. Rejeição ao retorno do veterano Alexandre Pato pode ser a gota d'água. Dorival já é sombra

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Rogério Ceni nunca foi tão questionado nesta volta ao São Paulo. Demissão não será surpresa
Rogério Ceni nunca foi tão questionado nesta volta ao São Paulo. Demissão não será surpresa Rogério Ceni nunca foi tão questionado nesta volta ao São Paulo. Demissão não será surpresa

São Paulo, Brasil

Antes de começar a carreira como treinador, Rogério Ceni escolheu Dunga, que comandava a seleção brasileira, em 2016, para estagiar como auxiliar.

Foi com o técnico gaúcho que desenvolveu ainda mais algumas características que sempre foram dele. A rispidez e a obrigação de respeito à hierarquia em relação aos jogadores e funcionários de clubes/seleção.

A firmeza que enfrenta posicionamento e ordens dos dirigentes.

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A não aceitação de qualquer contestação por parte da imprensa. A rejeição às conversas com líderes de torcidas organizadas.

Essas características foram importantes para que acabasse demitido do Cruzeiro e do Flamengo.

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E, agora, depois de 25 anos como o maior ídolo da história do São Paulo, Ceni nunca esteve tão perto da segunda demissão do clube.

Depois de 19 meses de trabalho, nenhum título conquistado, duas profundas reformulações de elenco fracassadas, ele nunca esteve tão próximo de ser mandado embora outra vez.

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Ele deixou de ser o escudo do presidente Julio Casares, por sua idolatria, para se tornar um peso.

Os fracos resultados, ao longo desses 19 meses, não mostram evolução do clube sob o comando ditatorial de Rogério Ceni. Muito pelo contrário. A eliminação do time nas quartas do Campeonato Paulista para o Água Santa foi um balde gelado na expectativa de, pelo menos, repetir 2022 e decidir o título.

Na Copa do Brasil, o time empatou em pleno Morumbi, contra o Ituano. E terá de decidir a sobrevivência em Itu. No Brasileiro, começou derrotado, diante do Botafogo. A fraca Copa Sul-Americana trouxe uma vitória na estreia, contra o Tigre da Argentina. Hoje o time enfrenta o Porto Cabello, da Venezuela.

Sem conquistas, a diretoria resolveu deixar o preço dos ingressos mais baixo que os rivais Corinthians e, principalmente, Palmeiras. Os torcedores receberam bem as promoções e têm ido em peso, principalmente nas partidas no Morumbi. E acumulado desilusões.

Rogério Ceni continuou sem aceitar questionamentos de jogadores. Patrick, seu melhor atleta no ano passado, foi para o Atlético Mineiro por ser substituído constantemente, sem explicações. Diante do desprezo do técnico, ele o xingou em frente aos demais jogadores, no intervalo do confronto com o Fluminense, no Maracanã, no Brasileiro.

Acabou indo embora no início deste ano.

Patrick foi o melhor jogador do São Paulo em 2022. Por desentendimento com Ceni foi para o Atlético
Patrick foi o melhor jogador do São Paulo em 2022. Por desentendimento com Ceni foi para o Atlético Patrick foi o melhor jogador do São Paulo em 2022. Por desentendimento com Ceni foi para o Atlético

Ceni também cobrou aos berros, e com direito a mão no peito, o atacante Marcos Paulo, por ousar questioná-lo nas redes sociais. Tudo em frente, de novo, ao elenco.

Decidiu, por conta própria, não escalar Luan na equipe. Mesmo com o time precisando de um volante marcador, com o jogador em ótima fase e com contrato em vigor.

Agindo com mais poder do que o próprio presidente Julio Casares, decidiu que o volante não entrará em campo se não renovar seu compromisso com o São Paulo. Situação bizarra e que não compete ao técnico e sim ao presidente. E diminui o potencial da equipe.

Julio Casares, como os presidentes do Corinthians e do Santos, entre os grandes de São Paulo, tem nas organizadas base de apoio.

Foi ele quem permitiu que representantes dos torcedores fossem cobrar, há 15 dias, Rogério Ceni e os jogadores pelo futebol sem resultados. Apesar de ser absolutamente contra essa atitude, o treinador foi e deu suas explicações e fez promessas de que tudo "melhoraria". Mas os comandantes das organizadas não sentiram muita liberdade dada pelo treinador para questionamentos.

E esperaram o tropeço, o 0 a 0 contra o Ituano pela Copa do Brasil, e a derrota contra o Botafogo, no início do Brasileiro, para exigir sua demissão, ontem.

Casares já estava pressionado.

E ele viu uma excelente oportunidade para desviar o foco.

Aos 33 anos, Alexandre Pato, que está na fase final da recuperação do rompimento dos ligamentos cruzados no joelho direito, quer voltar a atuar no Morumbi.

Milionário e casado com uma das filhas do dono do SBT, o apresentador Silvio Santos, Pato deseja ficar na capital paulista.

Ceni foi visitar Pato, que faz tratamento no São Paulo. Mas técnico sabe o quanto o jogador é problemático
Ceni foi visitar Pato, que faz tratamento no São Paulo. Mas técnico sabe o quanto o jogador é problemático Ceni foi visitar Pato, que faz tratamento no São Paulo. Mas técnico sabe o quanto o jogador é problemático

E aceita um contrato de produtividade como, por exemplo, fez Lucas Lima no Santos. Um salário baixo que aumenta quanto mais minutagem ou entrar em campo.

Mesmo com David e Erison contundidos, Galoppo operado e Pedrinho afastado, por causa de suposta agressão à namorada, Ceni não se animou em ter Alexandre Pato. O treinador sabe que ele ainda é uma estrela. Só que há anos não joga bom futebol. E é muito problemático quando fica na reserva.

A direção quer Alexandre Pato.

Até como outro escudo, jogador midiático para desviar o foco da dívida de mais de R$ 750 milhões, que trava o clube. Impede grandes contratações. E a postura de conselheiros que não aceitam o São Paulo virar Sociedade Anônima de Futebol, ter um dono.

Ceni está isolado como nunca.

Daí conselheiros e agentes de jogadores vazarem a jornalistas que o treinador nunca esteve tão perto da demissão, que poderia acontecer até hoje, mesmo com o time vencendo o fraquíssimo Puerto Cabello.

E já apontam o eventual substituto.

Dorival Júnior.

A situação para Ceni está realmente péssima.

Se não fosse o maior ídolo da história do São Paulo já estaria demitido.

Mas em todos os aspectos, para os dirigentes, ele passou dos limites.

E segue como se fosse inatingível.

Ele tem contrato até dezembro deste ano.

Sua multa rescisória é baixa.

Cerca de R$ 1,8 milhão.

Ele também não está contente com sua relação com a direção...

Quem é o amigo de Daniel Alves que o visita toda semana na prisão?

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