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Perder para o Palmeiras não importa. Ceni é 'intocável' no São Paulo. Casares jura: com ele na presidência, o técnico não será demitido

Presidente não se abala com derrota para o Palmeiras no Brasileiro. Acalma conselheiros mais tensos. Não pressionará Ceni na nova disputa com o rival, pela Copa do Brasil. Casares precisa de Ceni, e o usa, como escudo político

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Casares dá todo o respaldo a Rogério Ceni. Ele tem 'licença para perder'
Casares dá todo o respaldo a Rogério Ceni. Ele tem 'licença para perder' Casares dá todo o respaldo a Rogério Ceni. Ele tem 'licença para perder'

São Paulo, Brasil

O maior ídolo da história do São Paulo teve de ouvir ontem, de alguns torcedores perto do túnel de saída do gramado do Morumbi, a palavra mais ofensiva para ele, um treinador egocêntrico, personalista.

"Burro, burro, burro."

Eram poucos, mas se faziam ouvir. Assim como os milhares de são-paulinos que gritaram em coro, contra o próprio time. 

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"Vergonha, time sem-vergonha."

Rogério Ceni não quis ficar com responsabilidade alguma pela derrota diante do Palmeiras, de virada. Por mais que tenha colocado seu time taticamente acovardado, atrás, depois de um primeiro tempo brilhante, no qual encurralou o bicampeão da Libertadores.

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Ele respondeu diretamente ao torcedor, após o jogo.

"A bola parada [de onde saíram os dois gols do Palmeiras] eu não consigo controlar. E é uma coisa muito de dentro do campo, ser proativo e tentar cortar essas bolas.

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"Teu treinador não é burro, não, ele faz as coisas corretas. Estavam os melhores cabeceadores preparados para a jogada em que os gols aconteceram, nas bolas cruzadas", disse ontem, ainda com a palavra "burro" atravessada na garganta.

Depois de passar a culpa da derrota para os jogadores, Rogério Ceni seguiu muito irritado. Até porque sabe que a pressão será enorme já para a partida desta quinta-feira, no mesmo palco, contra o mesmo adversário. Só que agora iniciando a disputa por uma vaga nas quartas da Copa do Brasil.

Uma eliminação custaria, no mínimo, muita pressão no treinador do São Paulo.

Só que já nesta terça-feira, um dia depois da derrota de ontem pelo Brasileiro, o presidente Julio Casares tratou de acalmar conselheiros irritados. E deixou mais uma vez claro. Rogério Ceni é "intocável". 

O São Paulo se encaminha para R$ 800 milhões em dívidas, e o problema, que o dirigente expõe a conselheiros, está na dificuldade de buscar reforços para Ceni. "Jamais" no treinador.

O coordenador Muricy Ramalho está ainda mais firme ao lado de Rogério. Falando com Casares, demonstrou a disparidade de elenco que o rival verde tem. Por conta do dinheiro, que possibilita a Abel Ferreira muitas opções de escalação.

Para Rogério Ceni, a derrota veio por conta das bolas paradas. Responsabilidade dos jogadores
Para Rogério Ceni, a derrota veio por conta das bolas paradas. Responsabilidade dos jogadores Para Rogério Ceni, a derrota veio por conta das bolas paradas. Responsabilidade dos jogadores

O que Casares e Muricy trataram de fazer foi cortar o "mal pela raiz".

Não querem clima ruim para Ceni.

O maior ídolo da história do São Paulo é um escudo para Casares, que enfrenta problemas políticos, com o clube dividido. A começar pelo sonho de buscar um investidor para transformar o clube em Sociedade Anônima do Futebol, para escapar das dívidas e dos seus juros.

Enquanto Rogério Ceni estiver no comando do time, ele capitalizará a atenção. Os graves problemas estruturais do clube ficarão de lado. O foco, principalmente da imprensa, ficará na equipe.

Se dependesse de Casares, o contrato de Rogério Ceni, que termina no fim de 2022, seria prorrogado até dezembro de 2023, quando termina o mandato do presidente. 

A situação não acontece porque Ceni não quer.

O técnico segue tenso. 

Não só pela fraca campanha no Brasileiro, com o time na nona colocação. Mas também por não saber se os dirigentes conseguirão vender atletas como desejam, nesta janela do meio do ano. 

Diego Costa e Rodrigo Nestor são sondados por empresários do exterior. A diretoria gostaria de negociar Igor Gomes, Luan, Luciano e Pablo Maia. O único "inegociável" é Calleri.

Fosse outro treinador, o fato de ele acusar o time de uma derrota marcante como a de ontem causaria problemas.

Mas aqui se trata do atual técnico do Morumbi.

Ele está acima do bem e do mal para o presidente Julio Casares.

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