São Paulo, Brasil
Jesualdo Ferreira detesta ter seu trabalho comparado com o de Jorge Sampaoli. A
O português alega que o argentino teve um ano de trabalho.
E ele nem um mês.
Só que o início do Santos sob o comando do português é vergonhoso.
Todo o seu discurso de 'intensivade', vibração, ofensividade equilibrada com forte poder de marcação, tem se mostrado vazio.
O Corinthians, com Tiago Nunes, com o mesmo tempo de trabalho, já mostra um desenho tático definido, corajoso. Ainda precisa aprimorar a cobertura, a bola aérea defensiva.
Mas está muito à frente do time do Litoral.
No clássico de hoje, no Itaquerão, foi constrangedora a superioridade corintiana.
Nem mesmo quando o Santos ficou com um jogador a mais, com a expulsão de Janderson, aos três minutos do segundo tempo, conseguiu atacar.
Time lento, confuso, perdido em campo, como se os jogadores não se conhecessem.
Jesualdo deu toda a contribuição para a derrota.
O português que fará 74 anos em maio, parece que não teve tempo para assistir o Corinthians em campo.
Incrível a liberdade que deu para o talentoso Cantillo e, principalmente, para Fagner. Há cinco anos, ele atua como desafogo, aberto, imitando um ponta direita do passado.
A marcação foi um vexame.
A desculpa das ausências de Lucas Veríssimo, Soteldo, Sánchez, Marinho não convence. O Santos não teve sequer um esboço de desenho tático. O mínimo que se exige de uma equipe de futebol.
O Corinthians venceu só por 2 a 0, gols de Everaldo e Janderson, que foi expulso ao deixar o gramado, subir uma escada do Itaquerão, e foi comemorar com a torcida.
"Infelizmente esqueci que estava com amarelo, na empolgação de fazer o gol no clássico, fui comemorar, depois percebi, mas eles falaram para ficar tranquilo que eles iam correr por mim. É uma regra, não tem o que reclamar, estou errado", disse o jogador de 20 anos.
"Creio que jogamos muito bem, primeiro tempo poderia ter feito mais gols, mas fizemos uma grande partida. Vou matar ele (o Janderson) no vestiário, porque nos fez correr o segundo tempo inteiro", brincava o argentino Boselli, que está atuando cada vez melhor, com o Corinthians buscando o ataque. E não acovardado, como era nas mãos de Carille.
A vitória foi excelente, serve como doping psicológico para o primeiro confronto da pré-Libertadores, contra o Guaraní, no Paraguai, quarta-feira.
Foram mais de 40 mil corintianos empurrarem o time no clássico, que se divertiram gritaram olé, desprezando o tradicional rival, que jogou mal demais.
O Corinthians marcou a um minuto e trinta segundos de jogo. Cantillo fez a inversão, descobriu Fagner que cruzou. A bola chegou para Everaldo marcar.
O Santos tomou a ducha de água fria.
E não reagiu.
O Corinthians seguiu muito melhor.
E despediçou chances incríveis. A maioria nascida do lado esquerdo defensivo santista, um desastre. Raniel deixava Fagner livre, o que desestruturava as duas linhas óbvias defensivas.
Everaldo e Janderson abertos pelas pontos dificultavam de vez a vida santista.
Estivessem melhores fisica e tecnicamente, Luan e Sidcley, a goleada viria nos primeiros 45 minutos.
No intervalo, Josualdo tirou o volante Sandry e colocou o meia Everaldo. Só que seu time seguia sem atitude, encurralado.
O segundo gol, precoce, a um minuto e 40 segundos, quando Boselli deu assistência excepcional para Janderson ficar diante de Everson, e marcar 2 a 0, indicava o massacre também no placar.
Mas a comemoração infantil do garoto, com os torcedores, custou novo amarelo. E o Corinthians com dez jogadores.
Mesmo assim, o Santos não aproveitou a vantagem numérica.
Pouco criou.
E quase ainda sofreu mais gols.
Até o twitter oficial corintiano ironizou.
Não pareceu um clássico.
E, sim, o confronto de um time grande contra um muito menor.
Independente de Sampaoli, com Jesualdo, o Santos se apequenou.
O início de caminho do português é péssimo...