São Paulo, Brasil
Trazer um técnico importante e travar a revolta de conselheiros da situação e oposição, que se juntam contra ele.
As dívidas por conta da péssima negociação na construção do Itaquerão e o fracasso no futebol, não conseguindo sequer a classificação para a Libertadores são componentes fortes demais para Andrés Sanchez.
Agiu rápido e firme ontem, pelo menos no futebo, ao demitir Fábio Carille. Deverá tirar Emerson Sheik do cargo de coordenador. E o preparador físico Walmir Cruz corre sério risco de também sair. Assim como também reformulará o elenco em 2020, venha ou não vaga para a Libertadores.
Andrés Sanchez quer Sylvinho, ex-jogador do clube e ex-assessor da Seleção Brasileira. Ele deu o primeiro passo como treinador no Lyon. Foi demitido após 11 partidas. A sequência de carreira na Europa não está nada fácil.
Mas Andrés tem sido aconselhado por membros fundamentais na diretoria e pelo diretor Duílio Monteiro Alves a apostar em Tiago Nunes, o técnico revelação do Brasil e que faz um trabalho brilhante no Athetico Paranaense.
Seu contrato termina em dezembro.
Mas sua renovação está travada.
O técnico recebe cerca de R$ 200 mil e quer a valorização depois da conquista da Sul-Americana em 2018 e da Copa do Brasil, em 2019.
Andrés ficou traumatizado com técnico jovem por conta do fraquíssimo trabalho de Jair Ventura.
Mas resolveu autorizar intermediários a ouvirem Nunes.
O técnico, por uma questão de respeito, quer antes ter uma última conversa a quem o bancou. O homem forte do futebol do Athletico, Mário Celso Petraglia.
Depois de um mês e meio de internação, por conta de uma cirurgia intestinal, ele foi liberado do hospital. Ele é tão forte no clube paranaense que, mesmo internado, soube que dirigentes começaram a negociar com Nunes. Ele mandou parar e que ele mesmo 'resolveria a situação'.
Com o interesse não só do Corinthians, mas do Internacional e do Atlético Mineiro, Nunes tem o poder de decisão nas mãos. A princípio, Petraglia o quer por mais dois anos.
O problema é financeiro.
Nunes sabe, por exemplo, que Carille recebia R$ 700 mil no Corinthians, R$ 500 mil a mais do que ele. E quer uma valorização compatível à sua importância no mercado.
Petraglia não costuma pagar muito para treinadores em Curitiba.
Andrés tem pressa, quer definir logo a situação.
O Corinthians é o oitavo no Brasileiro. Na prática, há seis times acima dele na briga pela Libertadores, já que, justamente o Athletico está classificado, por ter vencido a Copa do Brasil. O Flamengo também poderá sair da luta, se vencer a decisão da Libertadores contra o River Plate.
O ex-lateral Coelho, técnico do time sub-20, deverá comandar o time contra o Fortaleza, quarta-feira, no Itaquerão. Porque é muito difícil contratar um dos dois técnicos preferidos de Andrés.
Só que ele está muito pressionado, quer ao menos anunciar o nome do técnico esta semana.
Sylvinho está fácil.
Tiago Nunes, o técnico de maior aceitação, não.
Precisa antes ter a conversa com Petraglia para encerrar ou não seu ciclo no Athletico.
Andrés foi bem claro com a cúpula corintiana que o rodeia.
O novo treinador será anunciado muito rápido.
Não há tempo a perder para montar um time competitivo em 2020.
Carille já faz parte do passado.
E não deixou a menor saudade...