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Ninguém no Palmeiras censura Abel Ferreira por cartões e expulsões. Seus títulos são escudos. O medo de perder o técnico é enorme

O trato é 'de adultos'.  A presidente Leila Pereira passou o comando do futebol a Abel Ferreira e está extremamente satisfeita com as conquistas. Não o censura por cartões e expulsões. É um 'problema dele'

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Abel perde espaço na luta pela seleção. 41 cartões. Seis expulsões em dois anos e quatro meses. Recorde
Abel perde espaço na luta pela seleção. 41 cartões. Seis expulsões em dois anos e quatro meses. Recorde Abel perde espaço na luta pela seleção. 41 cartões. Seis expulsões em dois anos e quatro meses. Recorde

São Paulo, Brasil

Sete títulos.

11 finais em dois anos e quatro meses.

Tríplice coroa em 2022, com a Recopa Sul-Americana, o Paulista e a Copa do Brasil.

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Passou Felipão, com seis conquistas. Igualou Ventura Cambón, treinador uruguaio, das décadas de 30 a 50. Só está atrás de Vanderlei Luxemburgo, com oito, e de Oswaldo Brandão, com dez.

Só que esses treinadores tiveram várias passagens pelo Palestra Itália.

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Abel, não.

Chegou em outubro de 2020 e sua passagem tem números incríveis.

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A poderosa presidente Leila Pereira percebeu que o melhor que poderia fazer, para ter tranquilidade no futebol e se dedicar às finanças do clube, era antecipar a renovação de contrato do português. 

E pagando salário superior ao R$ 1,6 milhão que Tite ganhava no Palmeiras. Ele e sua Comissão Técnica ganham 500 mil euros, cerca de R$ 2,7 milhões por mês. Nenhum treinador recebe como ele na América do Sul.

Os títulos fazem com que jogadores da base sejam aproveitados com tranquilidade, valorizados e vendidos. Como Danilo, Veron, Patrick de Paula.

Ele tem toda a autonomia para escolher os garotos, promovê-los, recomendar a venda, dispensa. 

Assim também vale em relação aos reforços. Ele faz seus pedidos. E também recebe uma lista de atletas possíveis.

Só pisam no Palmeiras, desde que Leila assumiu, os jogadores escolhidos por Abel.

Por merecimento, capacidade, Abel Ferreira mereceria estar no comando da seleção brasileira.

Essa é uma parte da história.

E que explica o que acontece nos bastidores do Palmeiras, a que o blog teve acesso.

Com tanta autonomia e conquistas, ninguém cobra o treinador por suas atitudes excessivas comandando o Palmeiras. 

Ninguém.

Nem Leila Pereira, muito menos o gerente de futebol, Anderson de Barros.

Os dois, que hierarquicamente são superiores ao treinador, já conversaram inúmeras vezes com o português e entenderam perfeitamente que, como ele mesmo diz, se "transforma" quando começam os jogos do Palmeiras.

Sua vontade de ganhar transforma o homem racional em um guerreiro. 

E que várias vezes se deixa levar pela raiva, geralmente contra os árbitros e também contra os treinadores e jogadores adversários.

São incríveis 41 cartões em dois anos e quatro meses.

Seis expulsões.

Com direito a ataques de fúria contra árbitros e até jogadores adversários.

Como quase brigou com Liziero, volante do São Paulo, nas finais do Paulista de 2021.

O seu comportamento absurdo contra o Flamengo, com direito à expulsão, depois de chutar o microfone de captação de som ambiente da tevê que transmitia a partida, não tem defesa.

Abel tentou se proteger dizendo que não é só ele que age dessa maneira.

"Eu reconheço que meu comportamento passou dos limites e por isso fui punido. Reconheço que é um processo que tenho que melhorar. Mas não foi nada que outros treinadores já não tenham feito. Quiseram valorizar o meu comportamento em vez de valorizar a classe e categoria do grande espetáculo que houve, entre duas grandes equipes.

"Não fiz nada que o Guardiola não tenha feito, que o Klopp, Mourinho, Roger Federer, Ayrton Senna e (Alain) Prost, disputando um título e batendo um no outro."

Ele tentou justificar seu comportamento alegando que "outros fazem".

Mas Abel Ferreira está seguindo por um caminho completamente errado.

E com consequências.

Na CBF há o reconhecimento de que ele é o melhor treinador no Brasil. E com condições de assumir a seleção no lugar de Tite.

Mas há a ressalva do presidente Ednaldo Rodrigues, que gostaria de um técnico mais ofensivo. O que diminui muito as suas chances. Abel, no entanto, tem vários defensores.

E eles ficaram extremamente decepcionados com sua atitude na final da Supercopa do Brasil. Sua expulsão tola. Deixando o time na mão nos minutos decisivos do jogo.

Isso não pode acontecer em uma partida de Copa do Mundo, por exemplo.

Daí, ele perder mais força.

Abel ontem, como já fez várias vezes, disse que iria passar a se controlar.

E essa atitude só dependerá dele: se busca um psicólogo, se buscará terapias orientais, o que for.

Mas não será por reprimenda da direção do Palmeiras.

Há enorme satisfação com seu trabalho.

Tentar questioná-lo por expulsões poderia travar o bom relacionamento.

Daí a espera que ele mesmo tome consciência de que seus ataques de fúria o estão prejudicando pessoalmente.

Porque, apesar deles, o Palmeiras segue cada vez mais vitorioso.

O futebol é assim.

As conquistas disfarçam muitos erros.

Ele conseguiu o mais difícil, ser recordista de títulos em menos tempo no Palmeiras.

O de maior número de cartões é inaceitável, para um técnico com seu potencial...

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