Abel Ferreira não tinha outra saída. A não ser elogiar seus jogadores
Cesar Greco/PalmeirasSão Paulo, Brasil
É público e notório que Abel Ferreira pedia reforços publicamente. Mesmo campeão da Libertadores e da Copa do Brasil, o português insistia com o presidente Mauricio Galiotte. Precisava de atletas para que pudesse ter mais opções para o Palmeiras jogar.
Insistiu, mas seu sonho de ter um novo artilheiro e um atacante experiente pelos lados do campo, teve de ser realizado com Deyverson e, muito provavelmente, a partir de julho, com Dudu. Jogadores que têm contrato com o Palmeiras.
A eleição no clube será em novembro. E Galiotte foi direto com ele. Com a pandemia, a situação financeira do clube mudou. E Abel terá de 'se virar' com os jogadores que têm. Porque a missão de Galiotte é deixar as 'finanças equilibradas'.
Abel Ferreira nada poderia fazer.
A não ser tomar a atitude que tomou, nesta madrugada, depois da vitória contra o Juventude, por 3 a 0, em Caxias do Sul.
Fazer uma declaração de amor aos jogadores que possui. Porque será com eles que o português terá de contar, já que não virão reforços.
"Meus jogadores são os melhores do mundo, pois são os meus. Meu carro, que me traz todos os dias de casa para o CT, é o melhor carro do mundo. Pois é o meu carro. Meus filhos são os melhores do mundo, pois são os meus filhos. Meus pais, são os melhores do mundo. São os meus pais."
"Portanto os meus jogadores, para fora eu os defendo até a morte. Lá dentro faço o que tiver de fazer para torná-los melhores.
"Para fora, eu acarinho os meus jogadores até a morte."
A dramaticidade precisa ser descontada.
Porque Abel quis que o elogio repercutisse, chegasse ao seu elenco.
O treinador também fez questão de elogiar Deyverson, o atacante que a diretoria pôde oferecer, diante dos pedidos de Abel.
Deyverson comemora seu gol contra o Juventude. Abel deu nova chance ao jogador
Cesar Greco/Palmeiras"O Deyverson tem uma coisa que para mim é obrigatório em um jogador: é dar tudo em campo. Correr, lutar, sofrer, e tem um jogo aéreo fortíssimo, que nenhum dos nossos centroavantes têm, que nos traz opções.
"Tive uma conversa com os capitães sobre o caráter desse jogador, que era um jogador do Palmeiras, e quando me falaram dele, é este centroavante que aos 43, 44 do segundo tempo, vem fazer uma falta no contra-ataque do adversário perto da nossa área.
"É isso que que quero. Quero que meu goleiro seja o meu primeiro centroavante e que meu centroavante seja meu primeiro zagueiro. Quando os jogadores percebem isso, é fácil jogar na minha equipe", disse, empolgado.
O Palmeiras só tem o Brasileiro para disputar até o final do ano.
E o treinador precisa demais da dedicação dos seus jogadores.
Não há saída, diante da perspectiva de que o clube não contratará.
Por isso, de agora em diante, nada de pedir atletas publicamente.
Muito pelo contrário.
Cada vez mais elogios ao time que tem.
Melhor para o ambiente no Palmeiras...
'Terror da Coca-Cola', CR7 já se declarou contra álcool e cigarro
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.