Expulsão de Raniel foi um exagero absurdo. Mudou o jogo
Reprodução PremiereSão Paulo, Brasil
Vanderlei Luxemburgo montou o Vasco de forma moderna, surpreendente. A sua estratégia se impunha. Com o meio de campo versátil e ataque vibrante, corajoso, com o jovem Talles Magno mostrando todo seu talento.
Daniel Alves, cansado por três jogos seguidos em sete dias, não pôde ajudar. Não teve fôlego para liderar a reação da sua equipe, sufocada em São Januário.
Cuca não esperava tanta ousadia e o São Paulo estava sendo encurralado. Mas havia esperança.
O time que melhor aproveitou a parada do Brasileiro para a Copa América, que vinha de cinco vitórias seguidas, podia apostar no potencial individual de seus jogadores.
Só que aos 30 minutos do primeiro tempo, o VAR e Anderson Daronco estragaram o jogo.
Em uma disputa aérea, Raniel, de costas, levantou demais o pé direito. O volante Richard vinha na corrida para cabecear a bola. O lance foi muito rápido. Mas quando o são paulino percebe a chegada do vascaíno, até recolhe a perna para não machucá-lo.
Lance claro de imprudência.
Mas não violência.
Os árbitros de vídeo chamam Daronco.
E, em longos cinco minutos, convencem o árbitro a cometer um grave erro.
Raniel foi expulso.
Injustiça claríssima.
"Foi uma loucura a expulsão do Raniel. Mas não foi a sua saída que decidiu o jogo", reconhecia Cuca, após a derrota.
Postura mais do que digna.
O Vasco que já vinha muito melhor dominou de vez a partida.
Com mais espaço, marcou dois gols.
Talles Magno, jogador de 17 anos e que não deverá ficar muito mais tempo no país, por conta de sua habilidade, velocidade, talento, marcou aos 13 minutos do segundo tempo.
Se aproveitou de desvio de cabeça de Leandro Castán, em escanteio. Desatenção da defesa são paulina, que ele não quis nem saber, aos 11 minutos.
Foi o seu primeiro gol como profissional.
Ele, com 17 anos, arrasou Juanfran, com 34 anos.
Foi uma certeira aposta de Luxemburgo, o confronto entre o garoto e o veterano.
Talles Magno marcou seu primeiro gol como profissional. Talento de 17 anos
Estadão Conteúdo - 25.8.2019O Vasco continuou impressando o dominado São Paulo no seu campo. E, aos 35 minutos, Felipe Bastos completou, sozinho, cruzamento de Danilo Barcelos.
2 a 0.
O jogo estava liquidado.
A reação do São Paulo no Brasileiro foi travada.
Estava há nove jogos sem perder.
Vinha de cinco vitórias consecutivas.
Se vencesse, iria encostar de vez na liderança do campeonato.
E o Vasco respira um pouco melhor, a sete pontos da zona do rebaixamento.
Resultado justo, mas com enorme influência da arbitragem.
O Brasil está conseguindo desmoralizar o VAR...
Luxemburgo surpreendeu Cuca ao colocar quatro volantes: Richard, Marcos Junior, Andrey e Raul.
Ele apelou para o puro 4-5-1.
Dominou o meio de campo. O São Paulo tinha Liziero, como marcador. Vitor Bueno se preocupava muito mais em atacar. Daniel Alves também esperava a bola do meio para a frente.
Antony, Raniel e Everton adiantados demostraravam o erro de Cuca. Ele esperava que os vascaínos, mesmo em casa, atuassem encolhidos.
O time carioca com quatro volantes dominou as intermediárias e ditou o ritmo da partida.
Encurralou o favorito São Paulo desde o início do jogo.
Vanderlei Luxemburgo tomou um 'banho de modernidade'
Reprodução TwitterLuxemburgo não gosta de ter sua fórmula de vitória exposta.
E negou o óbvio.
"Em momento algum minha equipe jogou com quatro volantes.
"Onde que eu joguei com quatro volantes?
"O Raul preencheu o lado direito junto com Andrey e Pikachu. Mantive um volante com dois jogadores que pisam na área. Caso do Andrey e do Marcos Júnior."
Mas foi assim, com quatro volantes preenchendo os espaços, que travou o rival.
Explorou ainda a vibração da torcida que fez de São Januário um caldeirão.
O São Paulo sem força ofensiva, tática ou psicológica, foi presa fácil.
Foi uma das partidas mais surpreendentes do Brasileiro.
E com resultado absolutamente justo.
Luxemburgo tomou um banho de modernidade.
Deu gosto ver o talento de Talles Magno.
Revolta diante do erro do VAR.
E constrangimento pela insegurança de Daronco...
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