Crivella (ao centro) comemorando com o vice-presidente do Cref1 (à esquerda) e o vereador Felipe Michel
DivulgaçãoSão Paulo, Brasil
O Flamengo venceu.
Mesmo com o Brasil vivendo o triste ápice da pandemia, com o país assumindo a segunda colocação no mundo, com número de mortos, 22.746 pessoas, o futebol vai voltar.
E no Rio de Janeiro.
Indo contra todos os protocolos de isolamento social, ontem aconteceu uma reunião presencial no Riocentro.
Nela estavam o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, o presidente da Federação Carioca de Futebol, Rubens Lopes. E com dirigentes de América, Americano, Bangu, Boavista, Cabofriense, Madureira, Portuguesa, Macaé, Nova Iguaçu, Flamengo, Vasco, Volta Redonda, Friburguense e Resende.
Só Fluminense e Botafogo não mandaram representantes, por serem contra o retorno sequer dos treinamentos, em pleno auge da pandemia.
Mas foram votos vencidos.
Com a pressão do clube mais popular do Brasil para a volta do futebol, na busca de dinheiro, Crivella cedeu.
O prefeito sabe que Flamengo e Vasco têm o apoio do presidente Jair Bolsonaro para a volta do futebol. Os três se reuniram na semana passada, em Brasília.
A princípio, Crivella tentou argumentar, mostrar que o Brasil enfrentava o 'pico da pandemia'.
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Queria a volta aos treinos no dia 8 de junho.
E o retorno dos jogos, no dia 10 de julho.
Mas os representantes dos clubes e Rubens Lopes foram incisivos. Precisavam da liberação imediata. E a volta do Campeonato Carioca no dia 14 de junho, domingo.
Porque não suportavam mais os prejuízos com a parada do futebol, que está perto de completar três meses.
Crivella e Rubens. Prefeito foi convencido a liberar treinos e jogos
Reprodução FerjPrincipalmente Flamengo e Vasco, admitiram dirigentes dos clubes pequenos.
Crivella se viu sem saída.
Percebeu que a direção do Flamengo não cederia, continuaria a treinar. E essa era a disposição dos outros clubes. Como o Vasco.
Poderia haver uma disputa legal e com risco de desgaste público.
O prefeito recuou.
Decidiu então que os treinamentos estarão liberados a partir de amanhã, dia 26 de maio. Com a promessa que não haverá coletivos ou rachões.
E que, se a pandemia diminuir, o futebol no Rio retornará dia 14 de junho. Sem a presença de público. Seguindo os padrões da Alemanha.
A Federação Carioca de Futebol deu sua versão. De acordo com seu site oficial, "Comitê Científico" da prefeitura considerou "irrepreensível" o Protocolo Jogo Seguro, série de medidas preventivas.
Crivella e Rubens deverão anunciar hoje a liberação para a volta dos treinos dos clubes amanhã.
A data de 14 de junho está reservada para os primeiros jogos das seis datas que faltam para o complemento do Campeonato Carioca. Elas podem ser quatro, desde que o Flamengo vença também a Taça Rio, já que venceu a Guanabara.
A direção do Fluminense garantiu que não foi oficialmente chamada para a reunião.
Mas depois, o presidente Mario Bittencourt, foi claro.
"A gente fez uma nota mais cedo explicando que não recebemos um convite oficial da prefeitura, mas que esse não é o motivo do nosso não comparecimento, foi apenas para ilustrar que além de não concordamos com uma reunião neste momento.
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"Entendemos inadequado uma reunião para falar de futebol, forçar a volta do campeonato no momento que atingimos quatro mil mortes no Rio de Janeiro", disse ao Sportv.
A posição do Botafogo foi incisiva, desde o primeiro momento.
Divulgou uma dura nota, se colocando contra a volta aos treinos e aos jogos.
"Reafirmamos não ser o momento para voltar a ter treinos presenciais. O futebol é um instrumento de altíssimo impacto e repercussão social.
"Passar essa imagem de retorno imediato, no auge da crise, de mortes, com a curva ainda em ascensão, é estar em desconexão com a realidade.
"Além de desumana é insensível do ponto de vista interno, com nossos atletas, comissão técnica, funcionários e seus familiares.
Ou seja, há a possibilidade de dez clubes voltarem a treinar.
E Botafogo e Fluminense, não.
Seria caótico...
"Vai chegar a hora de voltarmos, mas não será agora."
Mas o Botafogo.
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