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Erro contra o Cruzeiro reafirma. Argentinos mandam na Conmebol

Brasileiros seguem sendo prejudicados na Libertadores. Chegou a vez do Cruzeiro ontem. A CBF assiste de maneira passiva, a proteção aos argentinos

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Choque involuntário de Dedé. Expulsão e desmoralização do VAR
Choque involuntário de Dedé. Expulsão e desmoralização do VAR Choque involuntário de Dedé. Expulsão e desmoralização do VAR

São Paulo, Brasil

"Jamais teria a intenção de atingir um companheiro de trabalho com uma cabeçada. A atitude dos árbitros foi covarde comigo e, principalmente, com o Cruzeiro e com o futebol. Mesmo já tendo falado, ontem (quarta-feira), quis me pronunciar, novamente, para pedir desculpas ao goleiro Andrada, pelo choque involuntário. Espero que ele esteja bem.

Veja mais: Dedé é expulso por VAR após choque com goleiro no Boca x Cruzeiro

"Reforço, também, que até mesmo alguns jogadores do Boca não entenderam a atitude do árbitro. Quero ficar longe de qualquer sentimento de raiva, mas na esperança de que, ao menos, esta injustiça seja amenizada de alguma forma.

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"Apesar de ser uma missão difícil, temos tudo para alcançar nosso objetivo, contra tudo e contra todos, em casa.

"Agradeço o carinho, por meio de mensagens, dos torcedores, amigos e de muitos jogadores"

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Esta foi o texto que Dedé publicou no seu Instagram.

Resumiu toda a indignação em umas expulsões mais sem sentido desde que o VAR começou a ser usado no futebol. As imagens foram usadas para cometer enorme injustiça.

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Veja mais: Cruzeiro perde para Boca Juniors com arbitragem polêmica

Aos 24 minutos do segundo tempo, quando o Cruzeiro perdia por 1 a 0 para o Boca Juniors, e jogava muito mal, Dedé foi para a frente, usar o seu forte: com 1m92 e seus 87 quilos, ele é uma máquina de músculos. 

A bola foi levantada para a grande área argentina. Dedé, correu, pegou o máximo de impulso que pôde e partiu para a cabeçada. Do outro lado, saltava Esteban Andrada. 1m93 e 81 quilos. Goleiro longilíneo. 

A expulsão absurda de Dedé. Até os meios de comunicação argentinos protestaram
A expulsão absurda de Dedé. Até os meios de comunicação argentinos protestaram A expulsão absurda de Dedé. Até os meios de comunicação argentinos protestaram

O choque foi inevitável.

O goleiro saltou mais alto e a cabeça de Dedé acertou o queixo de Andrada. Foi um golpe de encontro, que provoca nocautes no boxe e no MMA.

Seu maxilar foi rompido na hora.

A boca ficou encharcada de sangue.

Enquete: Dedé mereceu ser expulso no Boca x Cruzeiro pela Libertadores? Vote

O vermelho cobria seus dentes.

Imagem chocante, sem dúvida.

Mas o choque foi totalmente involuntário.

Só que o árbitro paraguaio Eber Aquino acabou chamado pelos juízes que acompanhavam o jogo pelo VAR. Quem comandava o acompanhamento do jogo por vídeo era o seu compatriota Mario Diaz de Vivar. E ficou impressionado com o choque. E suas consequências.

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Foi quando decidiu de forma absurda expulsar Dedé.

O Cruzeiro ficou com dez jogadores. E, encurralado, teve sorte em tomar apenas mais um gol. Foi derrotado por 2 a 0. Terá de vencer por 3 a 0, em Belo Horizonte, para ficar com a vaga na semifinal da Libertadores.

O erro de Eber Aquino foi fundamental no maior prejuízo na partida. Até os passionais jornalistas argentinos foram unânimes em relação à injustiça cometida. 

A direção do Cruzeiro viajou para a sede da Conmebol, no Paraguai.

O desejo não é só protestar contra o absurdo cometido.

Mas tentar a liberação de Dedé para o jogo de volta.

Seria uma mínima compensação pelo abuso que sofreu ontem.

"O Cruzeiro não pode ser punido duas vezes: com o erro do jogo e o Dedé fora do próximo jogo. Se não for roubo, eles vão liberar o Dedé pra jogar. Se for, talvez o árbitro ameace abrir o bico e eles não vão liberar", diz, sem medo, o vice Itair Machado.

Wagner Pires de Sá quer que o presidente da Conmebol, Alejandro Rodríguez, se solidarize. E admita o erro do VAR. E influencie o Comitê Disciplinar da entidade para que Dedé não seja suspenso.

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Será uma missão muito difícil.

Porque já é norma a suspensão automática para o cartão vermelho.

E abriria um precedente gigantesco.

Porque não há dúvidas que novos erros serão cometidos.

O VAR infelizmente tem um lado interpretativo.

E segue sendo responsabilidade, decisão do juiz.

No lance, Eber Aquino pode alegar ter visto excesso de força, imprudência de Dedé. É uma saída para compensar o erro absurdo que cometeu. Andrada também usou a força para tentar socar a bola.

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Não foi por acaso que o Santos foi o primeiro clube a dar sua solidariedade oficial ao Cruzeiro. O clube paulista foi eliminado da Libertadores. O empate em 0 a 0 com o Independiente, se transformou em 3 a 0 para os argentinos. O motivo: o time do Litoral ter usado o volante Carlos Sanchéz. Ele não poderia jogar porque não havia cumprido uma partida de suspensão quando o uruguaio atuava pelo River Plate.

No registo oficial da Conmebol não havia suspensão alguma. Mas a entidade alegou que o Santos deveria ter feito uma consulta oficial. E ali constava a suspensão. Ridículo, mas verdadeiro.

Veja mais: Dedé fala em covardia do juiz e pede desculpas ao goleiro do Boca Juniors

O argentino Bruno Zuculini do River Plate jogou sete partidas da Libertadores de 2018 até que foi revelado que ele ficou devendo dois jogos de suspensão, quando atuava pelo Racing. Como o River Plate fez uma consulta oficial e a burocracia da Conmebol errou, o considerou apto para jogar, o time argentino não foi punido.

A entidade também não puniu o Boca Junior por ter escalado Ábila contra o Libertad. O atacante tinha também uma punição a cumprir, quando jogava no Huracan. A equipe argentina não foi punida porque a paraguaia perdeu o prazo de 24 horas após o jogo para entrar com uma representação contra o clube. A irregularidade foi confirmada, mas não houve qualquer dano ao Boca.

A hora fatídica. Aquino conseguiu ir contra as imagens. Desmoralizou o VAR
A hora fatídica. Aquino conseguiu ir contra as imagens. Desmoralizou o VAR A hora fatídica. Aquino conseguiu ir contra as imagens. Desmoralizou o VAR

Ou seja, está clara, evidente a força da Argentina nos bastidores do futebol sul-americano. A CBF não tem a menor representatividade. Ainda mais depois que o coronel Nunes votou em Marrocos para sediar a Copa do Mundo de 2026. E não na candidatura Estados Unidos, Canada e México, como todos os países sul-americanos haviam combinado. Inclusive o Brasil.

Essa força maior argentina se reflete nas decisões da Conmebol. Em todos os detalhes. Não só na burocracia. Prejudica também o lado psicológico dos árbitros. A tendência é ficar do lado mais forte, até para seguir trabalhando.

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A desunião dos clubes brasileiros é cúmplice para este desequilíbrio.

Não há um clube deste país que não tenha sido prejudicado nos últimos dez anos na Libertadores. 

Mas todos seguem calados, cuidando de sua vida.

E até ironizando aquele que é prejudicado.

O Santos ofereceu solidariedade porque acabou de ser prejudicado.

Fora, é lógico, da incompetência de seus burocratas.

Jogadores estrangeiros contratados devem ser checados dez vezes.

O Cruzeiro perdeu o jogo por dois gols de diferença para o Boca.

Foi prejudicado pela arbitragem.

A solidariedade irônica do Santos. Brasileiros precisam ir além das redes sociais
A solidariedade irônica do Santos. Brasileiros precisam ir além das redes sociais A solidariedade irônica do Santos. Brasileiros precisam ir além das redes sociais

Tem chances remotíssimas de liberar Dedé.

Mas a situação é clara.

A Conmebol, entidade manchada pela corrupção, conseguiu.

Ultrapassou os próprios limites.

Conseguiu desmoralizar o VAR.

A diretoria da CBF que tenha vergonha na cara.

E marque posição diante do absurdo contra o Cruzeiro...

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