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Em sigilo, dirigentes e jogadores se unem. Com medo, querem punição 'de verdade' para vandalismo das organizadas

Exclusivo. Clubes se articulam para exigir endurecimento do Código do Torcedor, que só sugere afastamento dos estádios a quem ameaça de morte, agride ou até joga explosivos em ônibus. Jogadores pensam em greve

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Danilo Fernandes ferido. Estilhaços de bola de sinuca recheada de pólvora. Jogadores falam em greve
Danilo Fernandes ferido. Estilhaços de bola de sinuca recheada de pólvora. Jogadores falam em greve Danilo Fernandes ferido. Estilhaços de bola de sinuca recheada de pólvora. Jogadores falam em greve

São Paulo, Brasil

Membros das organizadas do Flamengo chutando e socando as portas dos carros dos jogadores, ontem, em frente à concentração em protesto por não terem tido explicações do time e do técnico Paulo Sousa sobre o fraco futebol do time.

Sete torcedores invadiram as redes sociais ameaçando de morte Cássio, Willian, Gil e o presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves. Na mensagem a Cássio e Gil, a ilustração trazia um revólver e balas. 

As famílias de Cássio e Gil querem sair do Brasil.

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No mesmo dia da ameaça, quinta-feira, a diretoria promovia o encontro entre membros das organizadas e o técnico português Vítor Pereira e os jogadores. Eles detalharam os motivos dos resultados frustrantes e prometeram que vão melhorar. Enquanto ouviam cobrança duras de "raça e amor à camisa". Nas redes sociais, a ameaça da principal organizada.

"Ou joga por amor, ou por terror."

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No dia 25 de fevereiro, membros de organizada do Bahia dispararam bolas de sinuca recheadas de pólvora contra o ônibus que levava o time do próprio Bahia para a Fonte Nove, para enfrentar o Sampaio Corrêa. Os artefatos furaram a lataria do veículo. O goleiro Danilo Fernandes foi ferido no rosto e nos braços. Se fragmentos tivessem atingindo seus olhos, estaria cego.

No dia seguinte, 26 de fevereiro, membros da organizada do Internacional fizeram uma tocaia contra o ônibus do Grêmio. E uma chuva de pedregulhos acertou o veículo. Estilhaços de vidro acertaram o paraguaio Mathías Villasanti. Ele teve sorte por ter cortes superficiais no rosto.

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Neste mesmo 26 de fevereiro, organizadas do Paraná Clube invadiram o gramado do estádio da Vila Capanema e trocaram socos e pontapés com jogadores do seu time. Porque a equipe foi rebaixada para a Segunda Divisão do Campeonato Paranaense. Por sorte, os atletas conseguiram fugir, correndo para os vestiários, depois das primeiras agressões.

Não são só Flamengo, Corinthians, Grêmio, Paraná Clube e Bahia que sofrem com organizadas. Todos os grandes clubes deste país, sem exceção, já enfrentaram problemas graves, como invasão ao Centro de Treinamento, ameaças e até agressões a jogadores.

Com exclusividade, o blog teve acesso a dois movimentos paralelos para tentar acabar com a situação. Dirigentes e jogadores tentam se proteger dos torcedores. Muitas vezes do próprio clube.

Diante da frágil legislação esportiva, que prevê, no máximo, afastamento de três a cinco anos dos estádios por atos de vandalismo ou mesmo crimes como ameaças de morte, tocaias a ônibus e outros absurdos, dirigentes começam, sigilosamente, a se articular.

Apesar de muitos presidentes de clubes reféns de suas organizadas, eles estão em contato permanente, de maneira virtual, para a criação de uma liga que coordene as competições nacionais.

Cássio segue pressionado pela família. Depois da ameaça de morte, ideia é jogar fora do Brasil
Cássio segue pressionado pela família. Depois da ameaça de morte, ideia é jogar fora do Brasil Cássio segue pressionado pela família. Depois da ameaça de morte, ideia é jogar fora do Brasil

Nessas conversas, nasceu o desejo de um movimento por punições mais pesadas aos vândalos infiltrados nas organizadas. 

Porque, de maneira geral, vários dirigentes estão com medo. E perceberam que a situação saiu do controle. E está nascendo a articulação por uma exigência geral de outra mudança no Estatuto do Torcedor, a Lei 10.671/03.

Criado em 2003, os dirigentes acreditam que ele está completamente defasado. Mesmo com várias emendas. Principalmente em relação à violência, desenfreada nos tempos atuais.

Tudo ainda é embrionário, mas os clubes se mostram unidos para enfrentar tanta violência e vandalismo.

Do outro lado, os jogadores também começam a se articular.

Capitães e líderes de times importantes estão estudando um movimento conjunto.

Greve é uma palavra repetida em troca de mensagens.

Torcida invade gramado para brigar
Torcida invade gramado para brigar Torcida invade gramado para brigar

Paralisar o futebol para chamar a atenção do que está acontecendo nos grandes clubes.

Com organizadas invadindo jogos, treinos, ameaçando de morte, chutando e socando carros.

Como acontece com os dirigentes dos clubes, nenhum atleta quer assumir o movimento. Querem fazer via Sindicatos dos Jogadores, por pavor de retaliação das organizadas, dos torcedores.

Porém, a articulação está acontecendo entre os dirigentes e atletas.

Para exigir legislação mais dura, mais punitiva, que os protejam da violência.

O futebol brasileiro está com muito medo.

De vândalos infiltrados entre seus próprios torcedores...

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