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Derrota para o Ceará alerta. Com elenco pequeno, Palmeiras pode priorizar Libertadores e Copa do Brasil. Deixar o Brasileiro de lado

Com apenas 24 jogadores, Abel Ferreira não tem como enfrentar a maratona de três competições ao mesmo tempo. Ele colocou seu melhor time contra o Ceará, no Allianz. Mas, esgotada, a equipe perdeu

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Mendoza, limitado tecnicamente, se aproveitou de sua velocidade contra um time cansado
Mendoza, limitado tecnicamente, se aproveitou de sua velocidade contra um time cansado Mendoza, limitado tecnicamente, se aproveitou de sua velocidade contra um time cansado

São Paulo, Brasil

"Pagamos caro pela falta de energia mental e física que costumamos ter.

"Assumo a responsabilidade inteira.

"Hoje não conseguimos."

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Havia muito mais por trás do desabafo de Abel Ferreira após a surpreendente derrota do Palmeiras para o Ceará por 3 a 2, ontem, no Allianz Parque, com 27.100 torcedores. A estreia do time no Brasileiro não poderia ter sido mais decepcionante.

Mesmo com o time mais forte que possui. O mesmo que goleou impiedosamente o São Paulo por 4 a 0 na final do Paulista. Só que a equipe não teve energia para enfrentar o limitado time cearense. Se mostrou nervosa, irritadiça, tensa. Mereceu perder.

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O resultado acabou com a série invicta no estádio, em 2022, de dez partidas. Faltaram fôlego, vibração, intensidade, velocidade. O aspecto físico sabotou o bicampeão da Libertadores.

O treinador português sabe. É impossível manter o bom futebol com tantos jogos seguidos e importantes, com apenas 24 atletas. Ele pede reforços há tempos à direção. Principalmente de um artilheiro vivido, definidor.

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24 atletas é um número pequeno demais para a maratona que o Palmeiras tem pela frente até o fim da temporada, em dezembro. Com Libertadores, Brasileiro e Copa do Brasil se acumulando. Até de forma pior do que já seria "normal", por conta da Copa do Mundo do Catar, em novembro e dezembro.

Dorival Júnior, ex-jogador e treinador do Palmeiras, se aproveitou do desgaste excessivo do clube, que conhece bem. Montou o Ceará para a frente com jogadores velozes no contragolpe, principalmente o colombiano Mendoza, que passou pelo Corinthians e tem como apelido Speed, veloz. Ele fez o que quis com Marcos Rocha.

Em 13 minutos, o time nordestino estava vencendo por 2 a 0.

"Acho que hoje, em função de como ocorreu no início, ficamos sem energia mental e física. Entramos... Nosso adversário aproveitou muito bem com mais um dia de descanso, foram felizes, na primeira oportunidade fizeram o 1 a 0, depois o 2 a 0, por uma equipe como a nossa, que costuma ser megaconcentrada e competitiva", admitia, tenso, Abel Ferreira.

Os jogadores do Palmeiras foram encurralados pelos do Ceará. A diferença física desequilibrou
Os jogadores do Palmeiras foram encurralados pelos do Ceará. A diferença física desequilibrou Os jogadores do Palmeiras foram encurralados pelos do Ceará. A diferença física desequilibrou

O treinador venceu duas vezes a Libertadores, ganhou a Copa do Brasil, a Recopa Sul-Americana e o Campeonato Paulista. O Brasileiro, não. Devido à dificuldade da longa competição: 38 rodadas, viajando todo o país/continente.

Abel queria neste ano a óbvia estratégia que Muricy Ramalho e Vanderlei Luxemburgo consagraram. "Acumular gordura", ou seja, vencer o máximo de jogos no início do Brasileiro e disparar na liderança para depois, com tranquilidade, ir administrando os confrontos que inevitavelmente se acumulariam com os outros torneios.

Para isso, é necessário elenco.

Confrontado com o calendário massacrante e a necessidade de mais jogadores, ele disfarçou e disse que tinha "dois jogadores por posição" e que já tinha falado muito sobre o desgastante calendário brasileiro.

"O clube tem seu limite financeiro. Outros podem não ter. Mas nós temos", disse o treinador, deixando perceber que, se houvesse mais dinheiro à disposição, ele teria reforços.

Quanto ao calendário, Abel Ferreira falou o óbvio. Sabe como tudo funciona no Brasil.

Palmeiras sempre no desespero, em desvantagem. Com 13 minutos de jogo, já perdia por 2 a 0
Palmeiras sempre no desespero, em desvantagem. Com 13 minutos de jogo, já perdia por 2 a 0 Palmeiras sempre no desespero, em desvantagem. Com 13 minutos de jogo, já perdia por 2 a 0

"Não tem jeito. Temos que jogar. Terça-feira estaremos aqui de novo [no Allianz, pela Libertadores], e assim vamos. O ano acaba em novembro, e um campeão vai ter. Mas temos que encarar isso."

Se não vierem mais jogadores, o Palmeiras seguirá sujeito a derrotas surpreendentes como a de ontem. E o melhor para o treinador será guardar forças para competições mata-mata como Libertadores e Copa do Brasil. 

De modo prático, deixar o longo Brasileiro em segundo plano...

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