São Paulo, Brasil
Julio Casares nunca quis Fernando Diniz.
O ex-técnico do São Paulo sabia que seria mandado embora.
O dirigente sonhava com Rogério Ceni.
Mas o treinador não resistiu à proposta do Flamengo.
Até para voltar ainda mais respeitado, como treinador, ao clube no qual é o maior ídolo.
Casares passou a desejar Miguel Ángel Ramírez.
O excelente trabalho no Independiente del Valle o fascinou.
Os contatos foram feitos.
Mas intermediários do clube paulista receberam a resposta convicta.
Muito além do pré-contrato de Ramírez com o Internacional, após o brasileiro, há algo muito mais importante do que qualquer documento, para o treinador espanhol.
A sua palavra empenhada com o clube gaúcho.
Ele acredita que a direção do Internacional dispensará Abel Braga.
Mesmo se ele for campeão brasileiro.
A ideia de sabatinar economicamente, alguns treinadores que poderiam assumir o clube, foi de Casares.
Como o São Paulo deve mais de R$ 570 milhões, nada de repetir o Flamengo, com viagens e jantares no Exterior para conversar com técnicos.
Entrevistas por vídeoconferência, mesmo.
Foram vários motivos que fizeram Hernán Crespo o indicado para substituir Fernando Diniz.
O primeiro, o dinheiro.
Treinadores portugueses ganham em euros.
E recebem bem mais do que se paga no continente sul-americano.
Crespo, com sua Comissão Técnica, pediu um terço a menos que ganha Daniel Alves.
R$ 1 milhão a cada 30 dias.
O veterano jogador recebe R$ 1,5 milhão.
Na visão de Casares, Crespo tem a ousadia tática de Diniz, com firmeza defensiva, que o demitido técnico não conseguia ter.
E ainda mistura o gênio vibrante e, parceiro dos jogadores, de Muricy Ramalho.
Ele não ofereceu um contrato de dois anos ao argentino por acaso.
O que Casares não contava era que o presidente do Defensa y Justicia tornasse pública a negociação.
Foi uma 'pequena vingança'.
Afinal, o treinador abandonou o clube na metade do seu contrato.
O vencedor da Copa Sul-Americana foi sincero.
E até apresentou a proposta milionária do São Paulo. que o convenceu que não haveria como convencê-lo a ficar.
José Lemme acabou com o suspensa.
Casares sabe que o título brasileiro não virá mais ao Morumbi, apesar de o São Paulo ter alcançado sete pontos de vantagem na liderança.
O sonho real é que Vizolli garanta o clube na fase de grupos da Libertadores.
Fazer com que o clube termine o Brasileiro, pelo menos, entre os quatro primeiros.
Depois, o trabalho seguirá com Crespo.
Com a possibilidade dele começar a frequentar o clube antes do fim do Campeonato Nacional. Mas como observador, sem assumir a equipe.
O contrato ainda não foi assinado.
Mas está mais do que encaminhado...
Homenagem a Morro García: Veja números aposentados do futebol