São Paulo, Brasil
A velha história se repete.
Um dirigente de futebol colocado no cargo se volta contra quem o promoveu.
Aleksander Ceferin recebeu todo o apoio de Gianni Infantino, presidente da Fifa, quando decidiu lutar pela presidência da Uefa, entidade que organiza competições e representa seleções e clubes europeus.
Só que o esloveno, que também é vice da Fifa, se tornou o maior obstáculo de Infantino na decisão de realizar a Copa do Mundo de dois em dois anos, em vez de quatro.
A Conmebol já se mostrou contrária. Só que a entidade sul-americana não tem força no contexto mundial. Ao contrário da Uefa.
Sem o apoio da confederação europeia, nenhum plano de Infantino se concretiza.
Os clubes e as seleções do Velho Continente não querem nem ouvir falar em Copa do Mundo de dois em dois anos.
Infantino defende por conta do apelo comercial. A Copa do Mundo do Brasil, em 2014, rendeu R$ 4 bilhões livres para a Fifa. A da Rússia, R$ 5 bilhões.
Ceferin dá poucas entrevistas.
E hoje suas palavras estão no jornal inglês The Times.
"Nós podemos decidir não jogar nesse modelo. Até onde sei, os sul-americanos estão na mesma página que nós. Então boa sorte com uma Copa do Mundo assim.
"Eu acredito que isso nunca vai acontecer porque vai contra os princípios básicos do futebol. Jogar a cada verão um grande torneio com um mês de duração, para os jogadores será a morte. Se for a cada dois anos, vai bater com a Copa do Mundo feminina e o torneio olímpico de futebol.
"O valor da Copa é justamente porque acontece a cada quatro anos, é preciso esperar por ela, como os Jogos Olímpicos. É um evento grandioso. Não vejo nossas federações apoiando isso."
As palavras foram duras, firmes.
As grandes ligas europeias já querem, com todas as forças, se juntar para forçar uma mudança no sistema das Eliminatórias Sul-Americanas e Africanas. Longas e que desgastam jogadores fundamentais na Europa.
Infantino, que não é nada democrático, encontrou um rival à altura.
Embora ele esteja fazendo pesquisas sobre as viabilidade de Copa de dois em dois anos, sem o apoio da Europa, os torneios são completamente impossíveis de acontecer.
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