São Paulo, Brasil
Caos.
Essa palavra define a situação do Flamengo no Equador.
Depois da humilhante goleada, a maior na história do clube na Libertadores, 5 a 0 para o Independiente del Valle, na quarta-feira, veio o clima pesado, a reação de parte da direção, de conselheiros, imprensa, torcida, contra o treinador espanhol Domènec Torrent.
O vice presidente de futebol, Marcos Braz, que escolheu o catalão, teve de ser claro. Se o treinador fosse demitido, após apenas 11 partidas, ele sairia também.
A proteção do dirigente não diminuiu a desconfiança do trabalho do técnico.
No sábado, houve a confirmação que, com dores na coxa direita, Gabigol não jogará terça-feira.
O domingo já começou de uma maneira muito ruim.
O treinamento, para a partida contra o Barcelona, em Guayaquil teve de ser cancelado. Nele, Domènec faria mudanças táticas e de jogadores para o confronto.
O motivo: cinzas do vulcão Sangay, que é ativo, se espalharam pela cidade.
O elenco teve de se exercitar no hotel.
Mas tudo pioraria no início da noite, quando chegaram os resultados dos exames de covid-19 que os atletas se submeteram.
Nada menos do que seis testes deram positivo. Inclusive na contraprova, para não deixar dúvidas.
Bruno Henrique, Michael, Diego Ribas, Isla, Matheusinho, Filipe Luís.
Eles estão assintomáticos, mas foram afastados do restante do elenco, na concentração. Mas estão fora da partida contra o Barcelona.
A direção do Flamengo promete não deixar os jogadores no Equador. Eles voltarão ao Brasil, seguindo um protocolo, e deverão ficar 14 dias de quarentena.
E também não devem atuar diante do Independiente del Valle no Maracanã, dia 30, daqui nove dias.
Assim que obteve os resultados, a diretoria entrou em contato com a Conmebol, para tentar adiar o jogo.
Só que a resposta foi negativa.
A entidade não quis abrir precedente. E informou que foram permitidas as inscrições de 50 jogadores para a Libertadores. Exatamente para que se alguns se contaminassem, partidas não fossem adiadas.
A CBF não pode fazer nada.
A organização da Libertadores é da Conmebol.
Domènec já não poderia escalar os contundidos Diego Alves, Pedro Rocha, Gabigol e João Lucas. Gustavo Henrique suspenso. E agora os seis com covid.
São 11 desfalques.
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Essas ausências podem complicar a partida para o Flamengo. O Barcelona é uma equipe fraca, lanterna do grupo A: não conseguiu sequer empatar nos três jogos que disputou, só perdeu.
O clube carioca não pode perder ponto amanhã.
O Independiente del Valle é líder com nove pontos.
O atual campeão da Libertadores é o segundo, com seis. Mas o Junior Barranquilla é o terceiro, com três. E pode ainda incomodar na disputa de uma vaga. O Barcelona é quase impossível.
A diretoria do clube brasileiro talvez seja obrigada a mandar do Rio, atletas da base para completar o banco de reservas, contra o Barceona.
O Flamengo está mergulhado no seu inferno astral.
Pior para Domènec...
(Clube chamou às pressas, Natan, zagueiro de 19 anos; João Lucas, lateral-direito de 22; e Guilherme Bala e Rodrigo Muniz, ambos atacantes de 19 anos. Eles chegam para completar o elenco da partida de amanhã...)
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